segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

THALES DE AZEVEDO



THALES OLYMPIO GÓES DE AZEVEDO
(THALES AZEVEDO)
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Nasceu em Salvador, no dia 26 de agosto de 1904, sendo seus pais Ormindo Olympio Pinto de Azevedo e Laurinda Góes de Azevedo.
Estudou no Colégio Antônio Vieira (1914-1919), tendo como condiscípulos Anísio Teixeira, Herbert Fortes, Francisco Mangabeira Albernaz, Hélio Simões, Augusto Alexandre Machado e outros expoentes da cultura baiana.
Influenciado por Frederico Edelweis, resolveu, em 1922, ingressar na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual foi diplomado em 1927. Dentre seus colegas de turma, destacamos Alício  Peltier de Queiroz, Bráulio Xavier Filho, Carlos Rodrigues Moraes, Eládio Lassere, Flaviano Marques, Hosanah de Oliveira, Jorge Valente, José Silveira, José Eugênio Mendes Figueiredo, Luiz Rogério de Souza, Mathias Bittencourt, Manoel Jerônimo Ferreira, Raymndo Nonato de Almeida Gouveia e outros luminares da medicina baiana (Tavares).
Ainda estudante de medicina, começou a escrever na imprensa local. Foi revisor do Diário Oficial da Bahia, do Diário da Bahia e do jornal A Tarde.
Na Faculdade de Medicina, foi interno da Cadeira de Clínica Ginecológica, cujo catedrático era o Prof. José Adeodato de Souza (1926) e do Ambulatório de Ginecologia do Hospital Santa Izabel (1927).
Concluído o curso médico, empenhou-se, em 1928, na campanha contra a peste bubônica, em Itambé. Depois, clinicou em Castro Alves (1919-1933).
Trabalho no Serviço de Febre Amarela (1929-1932) e foi Inspetor Estadual de Ensino (1930) nos município de Castro Alves e São Félix.
Em 1931, fez um curso de aperfeiçoamento em Aparelho Digestivo e Tuberculose, com o Prof. Clmentino Fraga, no Rio de Janeiro.
Regressando à Bahia, fixou-se em Salvador, onde iniciou a clínica, ingressou na Secretaria de Educação e Assistência, ensinou Inglês no Colégio dos Irmãos Maristas e História Natural, no Colégio Antônio Vieira.
Estagiou na Clínica de Dermatologia e Sifilografia, com o Prof. Rabello, da Universidade do Brasil, foi Assistente de Zoologia e Botânica do curso de Farmácia da Faculdade de Medicina, e de Parasitologia, no curso de medicina da mesma Faculdade.
Liderou a criação da Escola de Serviço Social da Universidade Católica do Salvador e foi seu Dretor (1944 a 1954).
Integrou o corpo docente da Faculdade de Filosofia, CiênciaS e Letras, criada em 1941.
Em1949, escreveu “Povoamento da Cidade de Salvador”, obra que o credenciou para a dirigir a primeira Cadeira de Antropologia e Etnografia do Brasil, na Faculdade de Filosofia da Bahia.
A partir de então, Thales de Azevedo tornou-se um dos antropólogos e etnólogos mais importantes do Brasil.
Publicou vários trabalhos, muitos dos quais baseados em pesquisas originais. Colaborou como professor e pesquisador em diversas instituições científicas e culturais, na Bahia e em outros estados.
Foi Pro-Reitor da Universidade Federal da Bahia, Professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública e ocupou cargos de projeção nacional.
Faleceu em Salvador, no dia 5 de agosto de 1995.

FONTES BIBLIOGRÁFICAS:

1.       Almeida Gouveia, Raymundo de Almeida Gouveia. Anais da Academia de Medicina da Bahia. Volume 2, junho. Salvador, 1979.
2.       Marcílio de Souza – De Nina Rodrigues a Thales de Azevedo: alargando os limites da medicina brasileira. Anais da Academia de Medicina da Bahia, Volume 11, dezembro. Salvador, 1998.
3.       Tavares-Neto, José – Formados de 1812 a 2008 pela Faculdade de Medicina da Bahia. Salvador, 2008.
   4.       Thales de Azevedo. Disponível em http://www.thalesdeazevedo.com.br/bi ografia.htm. Acesso em 30 de novembro de 2009.

JÚLIU DAVID



207- JÚLIO DAVID
"SACERDOTE QUE ERIGIU POR
ALTAR A MEDICINA"
PENÍNSULA DE ITAPAGIPE, SALVADOR, BAHIA
IGREJA DO SENHOR DO BONFIM
EM DIA DE FESTA
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Nasceu no  bairro de Itapagipe, em Salvador, aos 14 de fevereiro de 1837, sendo seus pais o engenheiro Eugênio David e Francisca Juliana dos Santos.
Nesta capital realizou os cursos primário e de preparatórios, ingressando na Faculdade de Medicina da Bahia, onde colou o grau de doutor em Medicina em 18 de dezembro de 1880, com vinte e dois anos de idade.
Concluido o curso médico, optou por ser o médicos dos pobres e o fez de tal modo que mereceu de Sá Menezes o seguinte elogio: “Foi Júlio David, nesta cidade do Salvador, e particularmente no arrabalde de Itapagipe, onde se constituiu legítimo guardião dos que sofriam as penas da doença, o médico desinteressado e solícito , pontual e extremoso, competente e vigilante, incansável e intimorato. Não conhecia a fadiga, o comodismo, as conveniências. Antes se atirava, pronto e resoluto, à luta sem tréguas em que se consumiu  e elevou”.
Em 1910 foi nomeado inspetor sanitário da Penha e Pirajá.
Antes de ser instalado o serviço de Pronto Socorro em Salvador, foi Júlio David quem punha-se de prontidão em sua casa, à disposição de todos quantos necessitam de um atendimento de urgência.
Eustíquio Maia, rezando a oração de despedida à beira do túmulo de Júlio David, afirmou, em pungente oração: “No desempenho de sua arte, no sacerdócio de sua medicina, a qualquer chamado, quer de dia, quer de noite, não sabia responder com o não.  Era um gosto vê-lo, por todas as ruas, becos e vielas, apressado, sôfrego, suarento, atendendo a qualquer chamado, sem querer saber da posição do indivíduo e nem tão pouco das suas condições pecuniárias. Desinteressadamente,lá se ia ele, diligente e pressuroso, sem medir a recompensa, apenas levado pelo interesse de aliviar o sofrimento dos que precisavam do socorro da ciência, que ele com tanto fervor abraçava e afetuosamente os distribuía” (Ibidem).
A  bolsa de Júlio David estava sempre aberta para proteger os pobres e desvalidos, os quais recebiam do grande médico e filantropo, a qualquer hora, o exame clínico, o diagnóstico, a receita e o dinheiro para aviá-la.
“Júlio Divid foi o sacerdote que erigiu por altar-mor da medicina – seu Templo sagrado – a península de Itapagipe, onde nasceu, viveu e morreu pobre” (Sá Menezes, obra citada).
Faleceu em sua residência, na cidade do Salvador, no Porto dos Tainheiros, número 49, hoje denominada Avenida Mem de Sá, no dia 15 de dezembro de 1921.
FONTES DIPLOMÁTICAS:
1.       Fundação  Gregório  de Matos. Júlio David. Disponível em http://www.  Cultura.salvador.ba.gov.br/sítios-bus-juliodavid.php.    Acesso  em 8 de      Outubro de 2009.
2.       Sá Oliveira, Eduardo de – Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia, concernente ao ano de 1942. Salvador, 1992.