JOÃO GUMES
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João Antônio dos Santos Gumes,
mais conhecido como João Gumes, nasceu em 10 de maio de 1858, em Caitité, sendo
seus pais o professor. Antônio dos
Santos Gomes (seu homônimo) e a professora Anna Luisa das Neves Gumes.
O patriarca da família é Luis
Antônio dos Santos que saindo do Porto (em Portugal), chegou à região em 1790.
Casou-se com Maria Lagoeiro e com ela teve sete filhos, entre eles João Antônio
que acrescentou “Gumes” ao seu nome.
Em 1896, João Gumes publicou sua
primeira produção, intitulada “O Caetiteense”, em homenagem a Rodigues Lima, que voltava a Caetité
depois de cumprir o mandato de governador
da Bahia.
Apesar de autodidata, foi professor,
escritor, musicista, dramaturgo, tipógrafo, pintor, memorialista, historiador,
advogado provisionado e jornalista. Como jornalista muito se destacou; tornou-se tão
famoso que o governador Góes Calmon fez questão de conhecê-lo, alegando que João Gumes era um nome respeitado em todo o sertão. Como musicista é autor de várias partituras. Na pintura, merece destaque um retrato de Alan
Kardec, de sua autoria.
Em 1897, adquiriu o primeiro prelo do alto sertão e editou o jornal “A Penna”, decano da imprensa sertaneja,
o segundo do interior da Bahia. Neste jornal se envolveu em uma polêmica com o bispo da dioscese de
Caetité, dom Manuel Raimundo de Melo, motivada pelo apoio que deu ao Colégio Presbiteriano, do
pastor Henry John McCall.
"A Penna” foi editado de 1897 a
1942, apesar de algumas interrupções. De
suas oficinas sairam outros pequenos jornais tais como “O Lápis”, “A Filhinha”, “O Arrebol” e o “Boletim
Paroquial”
Católico praticante, participou da
criação da Diocese de Caetité e de diversos projetos comunitários como o
do Colégio Presbiteriano e o do Mercado Público.
Sua bibliografia é extensa, dela
constando o drama “Abolição”, (comemorativo da Lei Áurea) e o romance “O
Sampauleiro” (alusivo à imigração baiana para São Paulo), “A Vida Campreste”, “Intriga Doméstica”, “Origem
do Nome Caetité”, “Seraphina”, “A Sorte Grande”, “Pelo Sertão” e “Os
Analfabetos”,
João Gumes é um dos patronos da Academia Caetiteense de Letras e da Academia
de Letras de Guanambi.
Em 1905, convertido ao
espiritismo criou, com Aristides
Spínola, o “Centro Psiquico de Caetité”,
depois denominado “Centro Espírita Aristides Spínola”, do qual foi diretor. Este Centro é um dos mais antigos do Brasil. Ao lado do Centro,
fundou um pequeno jornal, denominado “Lux”.
João Gumes faleceu no dia 29 de
abril de 1930, merecendo, por iniciativa de Afrânio Peixoto, um voto de pesar na Academia Brasileira de Letras.
Pedro Calmon, em sua “História da
Literatura Brasileira”, faz referência a este grande baiano, luminar do sertão..
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