segunda-feira, 16 de junho de 2014

EMMANUEL ZAMUR


EMMANUEL  ZAMUR
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Emmanuel Hector Zamor, mais conhecido como Emmanuel Zamor, pintor e cenógrafo baiano,   nasceu em Salvador, no dia 19 de maio de 1840.  Mulato, oriundo de família humilde, alcunhado de “le petit brésilient’, foi adotado desde muito cedo pelo casal francês Pierre Emmanuel Zamore (ilustrador) e Felicity Rose Neveu.

Aos cinco anos, foi com seus pais adotivos para a França onde iniciou o estudo de música e desenho. Frequentou a Academia Julian de Paris, onde trabalhou como cenógrafo e conheceu artistas famosos: Barbizon, Cézanne, Renoir, Degas, Pissarro, Sisley e Monet

Em 1860, já iniciado na pintura, voltou para a Bahia, estabelecendo-se em Salvador. Seus quadros, inicialmente marcados pela sóbria predominância do verde-musco e do ocre, adquiriram a luminosidade e o colorido da natureza tropical. Um incêndio em sua residência, todavia, destruiu quase a totalidade de suas obras. Com este infortúnio, e a morte de seu pai adotivo, ocorrida em 1862, Zamor voltou para a França onde ficou para sempre.

A partir de então, tornaram-se numerosas as lacunas em sua biografia. Pouco sabemos de sua pessoa e de sua vida. É possível que  tenha conseguido algum reconhecimento mas o fato é que permaneceu praticamente ignorado, até quase o final  do século XX.   Sabe-se que viveu na rua Amelot, em Paris, casou-se, no dia 13 de fevereiro de 1873  (com Leontine Olympus Lecornu) e lecionou piano. Conta-se,  que teve uma existência pobre, tendo, inclusive, de utilizar seus trabalhos como lenha a fim de se aquecer no inverno. Sabe-se que depois de algum tempo o casal passou a viver em Dourdan e Leontine morreu ao dar a luz a um filho, Manuel Antoni, em 6 de feveriro de 1881. Zamur retornou á Paris e, em 11 de março do ano seguinte,  casou-se com Eugênia Kollmann (modista), morta em 20 de dezembro de 1916.

Em 1984, o marchand Rafael Kastoriano, da Christy  Antiquités-Objets  d´Art, “descobriu” o artista baiano e arrematou, de uma só vez, 37 trabalhos seus. Estas obras foram posteriormente expostas no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp, em 1985.

Em 1990, a Fundação Armando Álvares Penteado dedicou-lhe uma mostra.

A “descoberta” movimentou o mundo artístico. Dentre os críticos que aplaudiram a obra de Zamur, destacam-se Pietro Maria Bardi que elogiou  “sua viva sensibilidade”, e Júlio Louzada que o considerou “ótimo colorista” e  destacou “sua estética pré-impressionista”. Para Pietro Maria Bardi, “Zumor soube captar as tonalidades dos verdes, os claros e escuros, que estão em contrasste com a luminosidade das flores”.

Emmanuel  Zamur faleceu em Créteil, França, no dia 6 de março de 1919.
 
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