sexta-feira, 13 de junho de 2014

ANTÔNIO PEREIRA REBOUÇAS FILHO


ANTÔNIO PEREIRA REBOUÇAS FILHO

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Antônio Pereira Rebouças Filho, engenho e militar, nasceu em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, em 13 de junho de 1839, sendo seus pais Antônio Pereira Rebouças e Carolina Pinto Rebouças. Teve sete irmãos, dentre eles   André Pereira Rebouças,  todos netos de uma escrava alforriada e de um alfaiate.
Em 1846, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde  ingressou, com o irmão André, na Escola Militar. Em março de 1854, matricularam-se na Escola Politécnica do Rio de Janeiro onde concluiram o curso de engenharia.

Em 1861, depois de formados, foram para a França e a Inglaterra,  onde durante dois anos se especializaram em construção de estradas de ferro e portos marítimos.
Regressando ao Brasil, no final de 1862, Antônio foi designado para inspecionar as obras das fortificações de Santos, Paranaguá e Santa Catarina..
A partir de então Antônio tornou-se responsável por grandes projetos, como os das estradas Curitiba-Antonina, Campinas -- Limeira -- Rio Claro, Curitiba--Paranaguá, e a ponte sobre o rio Piracicaba (a primeira ponte em concreto-armado, construída no Brasil).
A idéia da construção da estrada Curitiba-Antonina foi de seu irmão André.  Antônio, relata o seguinte: “em janeiro de 1865, num mapa da sala de espera da Secretaria da Marinha, André observarou que Assunção no Paraguay e Antonina no litoral paranaense, ficavam no mesmo paralelo e entusiasmado, lançou a seu pai e ao restante da família, a idéia de ir com o irmão Antonio, abrir uma estrada que já chamava de “Vale de Curitiba”. O sonho permaneceu quiescente até que, em janeiro de 1871, D. Pedro II concedeu uma audiência aos irmãos Rebouças e, tendo conhecimento do projeto, autorizou sua realização. Antônio concluiu os estudos em maio do mesmo ano. Em 1874, foi nomeado Chefe das obras de construção, do que resultou uma das estradas mais belas e notáveis da América do Sul, perfeitamente pavimentada com paralelepípedos graníticos em seus cerca de 120 km, ainda hoje visitada por amantes da natureza.
A estrada de ferro Curitiba-Paranaguá é outra realização extraordinária. Tornou-se notável pelas soluções encontradas para transpor a Serra do Mar. É considerada um feito para a época. Ligando Curitiba com o porto de Paranaguá, serpenteia por entre túneis, sobre profundos abismos, cortando belíssima reserva da Mata Atlântica, vencendo a Serra do Mar. O livro comemorativo dos 80 anos desta estrada diz que “A estrada de ferro Curitiba - Paranaguá é a comprovação do poder imaginativo e poético de Antônio Rebouças, transplantado para o teatro da mais viril, ousada e impressionante construção. É considerada até os dias atuais a mais temerária idealização da engenharia nacional.”. Fato notável é que este colosso foi idealizado por dois irmãos engenheiros nascidos na Bahia, negros, netos de escrava, em pleno século XIX, quando ainda era vivo, bem vivo, o regime escravagista no Brasil. Antes de iniciar as obras da ferrovia, Antônio seguiu para São Paulo, a fim de inspecionar as obras do Caminho de Ferro de Campinas a Limeira e São João do Rio Claro. Internando-se nas matas paulistanas insalubres, foi vitimado pela febre tifóide e faleceu em 24 (ou 26?) de maio de 1874, com apenas 34 anos de idade. Antônio  Rebouças, autor do arrojado projeto, não viveu o suficiente para vê-lo concretizado. As maiores autoridades técnicas da época não acreditaram no êxito da empreitada, a ponto de seu construtor inicial, Giusepe Ferrucini, desistir do projeto, na altura do km 45. .Coube ao engenheiro Teixeira Soares, jovem profissional brasileiro, com apenas 33 anos de idade, juntamente com outro jovem engenheiro brasileiro, Pereira Passos, concretizar o sonho de Antônio e André Rebouças. A estrada teve seu início de construção em março de 1872, dividida em três trechos de diferentes extensões, num total de 110 km. O primeiro trecho foi inaugurado em 1883. No total, a ferrovia possui 450 obras de arte, entre pontes e viadutos dos mais variados tamanhos, dentre os quais destacamos a Ponte de São João com 55 metros, totalmente construida na Inglaterra, montada peça por peça, sobre um profundo grotão. O Viaduto Carvalho está montado sobre 5  pilares de alvenaria, engastados na própria rocha. A estrada tem 14 túneis perfurados nas montanhas, (um deles com cerca de 500 metros). Ao cabo de 5 anos de construção, o projeto, considerado impraticável pelos engenheiros europeus, foi finalizado. A obra empregou nove mil homens, dos quais cerca de cinco mil morreram acometidos de doenças típicas das regiões tropicais. O Caminho de Ferro foi considerado totalmente pronto, e inaugurado, em 2 de fevereiro de 1885, treze anos depois de iniciado. Graças a esta estrada, Curitiba reuniu as condições necessárias para ser capital do Paraná.

Várias homenagens, em diversas cidades do Brasil, foram prestadas aos irmãos Rebouças: o túnel Rebouças, na cidade do Rio de Janeiro; a rua Eng.Rebouças, em Porto Alegre; o bairro Rebouças,  em Curitiba; a cidade Rebouças, no Paraná; a Avenida Rebouças, em São Paulo, etc., etc.

 

                                        
                          

 

 

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