segunda-feira, 16 de junho de 2014

ANDRÉ REBOUÇAS


ANDRÉ  REBOUÇAS
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André Pinto Rebouças, nasceu em Cachoeira, no Recôncavo baiano, em 1838, sendo seus pais Antônio Pereira Rebouças (alfaiate) e Carolina Pinto Rebouças (escrava alforriada). Teve seis irmãos, dos quais dois eram engenheiros: Antônio Pereira Rebouças Filho e José Rebouças.
Em 1842, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde foi acometido de varíola. Em 1854 ingressou, com seu irmão Antônio, no curso de engenharia da Escola Militar, formando-se em 1858. Dois anos depois, foi promovido a primeiro tenente e recebeu a “Carta de Engenheiro Militar”.
Em 1861, ganhou  uma bola de estudos e embarcou com seu irmão Antônio para a França e a Inglaterra onde permaneceu dois anos, especializando-se em construção de estradas e portos marítimos.
Em 25 de outubro de 1862, regressou ao Brasil. Em 1963, foi nomeado para inspecionar as fortalezas do sul do Brasil, fixando-se em Santa Catarina. Em 1864, voltou para o Rio de Janeiro.
Tendo fracassado seu projeto de construção de diques múltiplos no porto do Rio de Janeiro, aceitou uma comissão para estudar remodelações no porto do Maranhão. Em 1865, voltou ao Rio e apresentou-se como voluntário para lutar na Guerra do Paraguai. Seguiu para o teatro das operações  como engenheiro militar, no posto de 2º Tenente.  Serviu  de maio de 1865 até julho de 1886, desenvolvendo para o exército o projeto de um torpedo que foi utilizado com sucesso. Durante o cerco de Uruguaiana, fez amizade com o Conde D´Eu que acompanhava o Imperador ao campo de batalha. Nesta altura dos acontecimentos, adquiriu varíola e teve de abandonar o campo de batalha. Restabelecido, foi nomeado inspetor da Alfândega do Rio de Janeiro (cargo que exerceu até 1871).

Amante da música erudita, incentivou a carreira de Carlos Gomes, na época compondo a ópera “O Guarani”. Conta-se que Carlos Gomes se inspirou quando estava em Milão. Andando pela Praça do Duomo, ouviu um garoto apregoando “O Guarani, história interessante de um selvagem brasileiro”, uma tradução do romance de José de Alencar. Giuseppi Verdi, consagrado compositor italiano, ao ouvir a ópera “O Guarani”, no Teatro Scala de Milão, exclamou: “Este jovem começa onde eu termino!”.
Em 1871, André e seu irmão Antônio apresentam ao Imperador D. Pedro II o projeto de uma estrada de ferro ligando Curitiba ao litoral do Paraná, na cidade de Antonina (durante a execução do projeto, o trajeto foi alterado para o porto de Paranaguá).
Em 1872, regressou à Europa, onde se empenhou em obter auxílio para a carreira musical de Carlos Gomes. No regresso, visitou Nova Iorque onde sentiu a força do  preconceito racial.

Em 1874, morreu seu irmão Antônio Rebouças Filho. Profundamente abalado, dedicou-se ao jornalismo, colaborou com vários jornais da capital do Império e ingressou na campanha em prol da libertação dos escravos, da qual foi um dos maiores líderes. Ao lado de Joaquim Nabuco, Olavo Bilac, José do Patrocínio e outros, ajudou a criação da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão e da Confederação Abolicionista, e redigiu os estatutos da Associação Central  Emancipadora. 

Durante o Segundo Reinado, Machado de Assis, Cruz e Souza, José do Patrocínio e André Rebouças foram os representantes da pequena classe média negra em ascensão.
Em 1880, assumiu o cargo de professor da Escola Politécnica do Rio de Janeiro.

Em setembro de 1882, André foi para Europa de onde regressou em fevereiro do ano seguinte, a fim de continuar a campanha pela abolição da escravatura.

Proclamada a República, André Rebouças embarcou com  a família imperial para a Europa, permanecendo dois anos em Lisboa como correspondente do jornal “The Times” de Londres. Depois mudou-se para Cannes, onde permaneceu até a morte de D. Pedro II, em 1891.

Em 1892, com 60 anos de idade, foi atacado por forte crise depressiva. Pressionado por problemas financeiros, aceitou um emprego em Luanda, onde permaneceu 15 meses. Em meados de 1893, foi para Funchal, na Ilha da Madeira, onde se suicidou no dia 9 de maio de 1898, jogando-se de um penhasco próximo ao hotel em que residia. Seu corpo foi encontrado no mar, ao pé de uma rocha.

Muito embora fosse engenheiro militar, realizou várias obras de engenharia civil no Rio de Janeiro, as quais lhe conferiram projeção, a exemplo do plano de abastecimento de água para a cidade, a construção das docas da Alfândega e das docas D. Pedro II.

A cidade de São Paulo deu o nome de Avenida Rebouças a um de seus principais logradouros e o Rio de Janeiro denominou “Túnel Rebouças” a uma de suas ligações urbanas de maior projeção.
 
 
 
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