segunda-feira, 31 de março de 2014

GNARO DE CARVALHO


GENARO DE CARVALHO



Genaro Antônio Dantas de Carvalho, mais conhecido como Genaro de Carvalho, tapeceiro, pintor e desenhista, precursor do modernismo em nosso estado, nasceu em Salvador, no dia 10 de novembro de 1926.

iniciou o estudo de pintura com o pai, depois foi para o Rio de Janeiro, onde aprendeu a  desenhar com Henrique Cavallero, na Sociedade Brasileira de Belas Artes.

Com bolsa de estudos do governo francês, seguiu para a Paris, em 1949, onde estudou com Andre Lhote e Fernand Léger, na École Nationale de Beaux-Arts.
 Em 1950, participou dos Salões de Outono, de Maio e dos Independentes, e neste mesmo ano se iniciou na arte da tapeçaria, realizando seu primeiro trabalho, denominado “Plantas Tropicais”.
Em 1955, criou seu ateliê de tapeçaria, em Salvador (o primeiro do Brasil). Seu trabalho de maior destaque foi o mural realizado para o salão do Hotel da Bahia, com 200 metros quadrados (“Festejos Regionais Baianos”).
Conhecido no Brasil e no exterior,, Genaro  elevou  a tapeçaria um novo status. Ele  é considerado o fundador da moderna tapeçaria brasileira.

Além de desenhos, quadros e murais, produziu estampas, figurinos, objetos de design e móveis que o tornaram famoso.
 “Genaro, diz Alejandra Muñoz,  foi um artista abrangente e incansável, exímio pintor, desenhista exigente, talentoso muralista, designer à frente do seu tempo, e, além disso, um pioneiro tapeceiro”
Mário Cravo Júnior, Carlos Bastos e Genaro de Carvalho foram os artistas que mais contribuíram a aceitação da pintura moderna na Bahia. “ É claro que apesar da distância, a obra de Portinari, de Burle Marx, Segall, Guignardi ou de Pancetti, também contribuiu de maneira ponderável. Mas nada como ver o próprio filho da terra enveredando por caminhos novos”, disse José Valladares,  quando Genaro de Carvalho iniciava sua trajetória de sucessos.
 Genaro de Carvalho, Mário Cravo Jr. e Carlos Bastos, constituíram um trio maravilhoso, conhecido como “Os Três Mosqueteiros”. “Juntos, enfrentaram o academismo que dominava as artes plásticas na metade do século XX. Artistas de ruptura, renovaram a produção local ao criar uma nova linguagem artística, valorizando a nossa história e a nossa cultura e, ao mesmo tempo, propondo o diálogo com as vanguardas de outras partes do mundo. Com eles, a Bahia fez o ingresso, ainda que tardio, na modernidade” (James Lisboa). A este trio precursor, seguiram-se outros artistas famosos: Carybé, Jenner Augusto, Rubem Valentim, Lygia Sampaio, Calazans Neto, Juarez Paraíso, Hansen Bahia e Sante Scaldaferi.
"Ao contrário da maioria dos pintores de nossa época, Genaro de Carvalho confessa apreciar o decorativismo e tê-lo até como objetivo de sua arte. Pintor de grandes recursos, com êxito de crítica e de venda, depois de várias e brilhantes experiências tanto no campo do figurativismo como no do abstracionismo, fixou-se afinal na arte difícil da tapeçaria” (Sérgio Milliet).
"Genaro Carvalho, trabalhando quase só no mercado da arte de tecer no Brasil, aliava à sua criatividade um senso prático de organização, uma consciência aguda da sua missão pioneira, alargando sua visão tropical a uma estética formal competitiva com o que de melhor estava sendo feito em outras partes do mundo. Sua obra e sua proposta no campo das artes plásticas foram definitivas para as artes do Brasil, principalmente no campo da tapeçaria onde revelou-se superiormente como artista. Genaro Carvalho foi precursor da tapeçaria brasileira na Bahia.” (Dorian Gray Caldas, 1998).
Genaro de Carvalho realizou exposições individuais no Brasil, Suíça, Argentina, Estados Unidos e Inglaterra, e participou de  coletivas  no Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Suíça e Rússia.

O grande tapeceiro, pintos e desenhista faleceu em Salvador, no dia 2 de janeiro de 1971.
 



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