segunda-feira, 31 de março de 2014

CORNÉLIO FERREIRA FRANÇA

CORNÉLIO FERREIRA FRANÇA
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Cornélio Ferreira França, magistrado e político brasileiro, nasceu em Salvador, no dia 19 de março de 1802, sendo seus pais Antônio Ferreira França (notável médico baiano) e Ana Ferreira França. 

Foi um dos primeiros Ministros do Superemo Tribunal de Justiça. Era irmão de Ernesto Ferreira França, também  Ministro do Superemo Tribunal de Justiça (atual Supremo Tribunal Federal).

Realizou os primeiros estudos em sua cidade natal, completando-os na Universidade de Coimbra, onde recebeu o grau de Doutor em Leis, em 19 de junho de 1824.

Ainda em 1824, foi nomeado por D. Pedro I para o lugar de Juiz de Fora da cidade de Ouro Preto e Provedor da Fazenda dos Defuntos e Ausentes, Resíduos e Capelas da mesma localidade. No ano seguinte, passou a Ouvidor e, em 1829, a Provedor da capitania do Espírito Santo.

A 7 de abril de 1830, foi nomeado Desembargador da Relação de Pernambuco. Em 1932,  foi transferido para a Bahia, onde permaneceu até 1849, quando foi elevado a Ministro do Supremo Tribunal de Justiça (cargo que exerceu com honradez e competência, até a sua aposentadoria, em 30 de dezembro de 1963).

Além de magistrado, foi deputado à Assembéia Geral Legislativa pela Bahia (1834 -- 1837). Um projeto de lei de sua autoria, apresentado em 29 de agosto de 1835, instituiu “na capital do Império, e nos principais lugares de cada provínica, uma classe para surdos-mudos e para cegos”. Este projeto se tornou realidade dezenove anos depois, quando, em 17 de setembro de 1854, foi inaugurado o Imperial Instituto dos Meninos Cegos (atual Instituto Benjamin Costant), na presença de D. Pedro II, da Imperatriz e de todo o Ministério.

O Conselheiro Cornélio Ferreira França faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 6 de junho de 1878, aos 56 anos de idade, sendo sepultado no Cemitério da Ordem de S. Francisco de Paula, em Catumbi.

GNARO DE CARVALHO


GENARO DE CARVALHO



Genaro Antônio Dantas de Carvalho, mais conhecido como Genaro de Carvalho, tapeceiro, pintor e desenhista, precursor do modernismo em nosso estado, nasceu em Salvador, no dia 10 de novembro de 1926.

iniciou o estudo de pintura com o pai, depois foi para o Rio de Janeiro, onde aprendeu a  desenhar com Henrique Cavallero, na Sociedade Brasileira de Belas Artes.

Com bolsa de estudos do governo francês, seguiu para a Paris, em 1949, onde estudou com Andre Lhote e Fernand Léger, na École Nationale de Beaux-Arts.
 Em 1950, participou dos Salões de Outono, de Maio e dos Independentes, e neste mesmo ano se iniciou na arte da tapeçaria, realizando seu primeiro trabalho, denominado “Plantas Tropicais”.
Em 1955, criou seu ateliê de tapeçaria, em Salvador (o primeiro do Brasil). Seu trabalho de maior destaque foi o mural realizado para o salão do Hotel da Bahia, com 200 metros quadrados (“Festejos Regionais Baianos”).
Conhecido no Brasil e no exterior,, Genaro  elevou  a tapeçaria um novo status. Ele  é considerado o fundador da moderna tapeçaria brasileira.

Além de desenhos, quadros e murais, produziu estampas, figurinos, objetos de design e móveis que o tornaram famoso.
 “Genaro, diz Alejandra Muñoz,  foi um artista abrangente e incansável, exímio pintor, desenhista exigente, talentoso muralista, designer à frente do seu tempo, e, além disso, um pioneiro tapeceiro”
Mário Cravo Júnior, Carlos Bastos e Genaro de Carvalho foram os artistas que mais contribuíram a aceitação da pintura moderna na Bahia. “ É claro que apesar da distância, a obra de Portinari, de Burle Marx, Segall, Guignardi ou de Pancetti, também contribuiu de maneira ponderável. Mas nada como ver o próprio filho da terra enveredando por caminhos novos”, disse José Valladares,  quando Genaro de Carvalho iniciava sua trajetória de sucessos.
 Genaro de Carvalho, Mário Cravo Jr. e Carlos Bastos, constituíram um trio maravilhoso, conhecido como “Os Três Mosqueteiros”. “Juntos, enfrentaram o academismo que dominava as artes plásticas na metade do século XX. Artistas de ruptura, renovaram a produção local ao criar uma nova linguagem artística, valorizando a nossa história e a nossa cultura e, ao mesmo tempo, propondo o diálogo com as vanguardas de outras partes do mundo. Com eles, a Bahia fez o ingresso, ainda que tardio, na modernidade” (James Lisboa). A este trio precursor, seguiram-se outros artistas famosos: Carybé, Jenner Augusto, Rubem Valentim, Lygia Sampaio, Calazans Neto, Juarez Paraíso, Hansen Bahia e Sante Scaldaferi.
"Ao contrário da maioria dos pintores de nossa época, Genaro de Carvalho confessa apreciar o decorativismo e tê-lo até como objetivo de sua arte. Pintor de grandes recursos, com êxito de crítica e de venda, depois de várias e brilhantes experiências tanto no campo do figurativismo como no do abstracionismo, fixou-se afinal na arte difícil da tapeçaria” (Sérgio Milliet).
"Genaro Carvalho, trabalhando quase só no mercado da arte de tecer no Brasil, aliava à sua criatividade um senso prático de organização, uma consciência aguda da sua missão pioneira, alargando sua visão tropical a uma estética formal competitiva com o que de melhor estava sendo feito em outras partes do mundo. Sua obra e sua proposta no campo das artes plásticas foram definitivas para as artes do Brasil, principalmente no campo da tapeçaria onde revelou-se superiormente como artista. Genaro Carvalho foi precursor da tapeçaria brasileira na Bahia.” (Dorian Gray Caldas, 1998).
Genaro de Carvalho realizou exposições individuais no Brasil, Suíça, Argentina, Estados Unidos e Inglaterra, e participou de  coletivas  no Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Suíça e Rússia.

O grande tapeceiro, pintos e desenhista faleceu em Salvador, no dia 2 de janeiro de 1971.
 



sábado, 29 de março de 2014

ANTONIO FERREIRA FRANÇA


UNIVERSIDADE DE COIMBRA
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Antônio Ferreira França, médico, político, matemático, filósofo e professor, nasceu em Salvador, no dia 14 de janeiro de 1771, sendo seus pais Joaquim Ferreira França e Ana Inácia de Jesus França.

Fez os estudos iniciais em sua cidade natal, após o que, contra a vontade paterna, seguiu para Portugal onde, na Universidade de Coimbra, realizou os cursos de Medicina, Matemática e Filosofia. 

Dotado de inteligência invulgar, demonstrou excelente aproveitamento. Seu conceito foi de tal ordem que o Professor José Monteiro da Rocha “dedicou-lhe uma aula de Astronomia, apesar de ser um único aluno”.

Formado, recebeu o convite para exercer o magistério naquela Universidade, o que recusou, regressando ao Brasil.

Regressando a Salvador,  foi designado, por Carta Régia de D. Maria I, para lecionar Aritmética e  Geometria. Depois, em 1810, foi momeado Lente Visitador das Escolas Régias da Bahia. Em 1812, foi agraciado com o Hábito da Ordem de  Cristo. Em 1815, foi designado  para lecionar Higiene, Etiologia, Patologia e Terapêutica na Escola Médico-Cirúrgica da Bahia.

Ferreira França é considerado um pioneiro da homeopatia, pois em suas aulas tecia comentários  sobre esta conduta terapêutica.

Após a Independência, dedicou-se à vida políica. Foi membro do Conselho Provincial (1822), Deputado Constituinte (1823, e  outras legislaturas). Como deputado, apresentou, na sessão de 16 de junho de 1831, o primeiro projeto de lei visando a abolição da escravatura. Em quatro  outros projetos, propôs a extinção das guerras, do cilibato clerical, do regime monárquico e da pena de morte.

Quando da proclamação da Independência, ele era membro do Conselho Municipal e partidário da separação. Enquanto quase todos se retiraram para o Recôncavo, Ferreira França permaneceu em seu posto, em Salvador, desafiando Madeira de Melo.

Em 1832, assumiu a cadeira de Patologia Interna na Faculdade de Medicina e, em 1837, passou a ensinar Grego e Geometria no Liceu Provincial (do qual foi diretor, de 1841 a 1848).

Em 1835, por ocasião da minoridade de D Pedro II, Antônio Ferreira França, eleito deputado pela Bahia, apresentou, na sessão da Câmara Legislativa em 16 de maio daquele ano, projeto de lei abolindo a monarquia, Em três parágrafos, propôs o fim do regime monárquico, a suspensão dos direitos de seus herdeiros e a forma como o país deveria escolher seus dirigentes (de dois em dois anos, no dia 7 de setembro). O projeto provocou grande celeuma. O General José de Abreu e Lima, monarquista ferrenho, denunciou ao povo brasileiro “o maior atentado que, nas atuais circunstâncias, poderia cometer um seu representante” O General lançou, pela Tipografia Niteroi, o “Bosquejo Histórico, Político e Literário do Brasil”, com o sub´título “Análise crítica do projeto do Dr. Antônio Ferreira França, oferecido em sessão de 16 de maio último”.

A primeira vista, disse Rodolfo Teixeira em sua “Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia", a sua singular figura física não denunciava ao observador, os valores intelectuais de que era dotado. Um seu contemporâneo, o autor de “A Moreninha”, o Dr. Manoel de Macedo, descreveu assim esse cidadão lendário da Bahia: “de baixa estatura e magro, trajava sempre vestes que poderiam servir a homem alto e gordo, a gravata que usava era tão longa que nela escondia, abaixando a cabeça, o queixo até o nariz: ah, sim, a gravata – só uma vez o laço era feito, quando a comprava, depois era só enfiá-la até que os tempos a consumissem”.  O mesmo A. completa, na mesma fonte: “Um dos seus traços mais característicos era a concisão. Não gastava uma palavra sequer a mais quando se dirigia a alguém. Atingia extremos. E nem sempre se dava bem. Foi o que aconteceu com uma solicitação que fez ao Imperador D.Pedro I. Pretendia ser médico de Sua Magestade, a quem dirigiu um sumário e sumítico requerimento. “Querará Vossa Magestade me nomear seu médico?”. E nada mais. À resposta foi pronta, brevíssima, através de uma única palavara – um Não, dito entre dentes, chiado, agressivo”. Apesar deste incidente, foi nomeado e no desempenho deste elevado cargo se portou com competência, dedicação  e fidelidade.

Referindo-se à sua carreira política, Sacramento Blake teceu o seguinte comentário: "Foi deputado à Constituinte Brasileira, em 1823 e em três legislaturas subseqüentes, tendo a glória de sentar-se na Câmara entre dois filhos seus, Cornélio Ferreira França e Ernesto Ferreira França; e mais de uma vez, quando este, de imaginação ardente, de idéias liberalíssimas, se exaltava na tribuna, puxando-lhe pela aba da casaca, lhe dizia: — Prudência, senhor Ernesto! — E o moço sorria e se continha. Ele, entretanto, discutia com a maior franqueza e coragem, sem temer as conseqüências de suas palavras, como na Câmara mostrou quando, acusando energicamente o ministro da guerra, foi duas vezes interrompido por apupos e ameaças que lhe atiravam muitos militares das galerias, e duas vezes, com a mais fria coragem, com esmagadora indiferença, repetiu a acusação”

Há muitas anedotas a respeito deste notável médico, professor, filósofo e político. Uma delas, contada por Manoel de Macedo, é a seguinte: "Um deputado atacava, por inútil e onerosa para o tesouro, a criação de uma aula de Grego. O Doutor França, tomando a palavra e obtendo licença do presidente, para fazer uma pergunta àquele deputado que acabava de sentar-se, interrogou-o:
--"V. Ex.cia sabe ou em algum tempo estudou e procurou saber a língua grega?"
--"Não", respondeu-lhe o colega.
--"Senhor Presidente, disse o Doutor França, tenho respondido ao nobre deputado. E sentou-se no meio da hilaridade da Câmara, que aprovou a criação da aula de Grego."

Antônio Ferreira França faleceu no dia 9 de março de 1848, aos 77 anos de idade.








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sexta-feira, 28 de março de 2014

NELSON DE SOUZA SAMPAIO


NELSON DE SOUZA SAMPAIO
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Nelson de Souza Sampaio, mais conhecido como Nelson Sampaio, professor, jurista e político baiano, nasceu em Macajuba, no dia 26 de julho de 1914, sendo seus pais José Ribeiro Sampaio e Laura de Souza Sampaio.

Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da Bahia, no ano de 1937, especializando-se em Ciências Políticas na Northwestern University, em Illinois, nos Estados Unidos (1946).

Iniciou a carreira docente em 1938, lecionando Psicologia Educacional no Instituto Normal da Bahia. Depois, na |Universidade Federal da Bahia, tornou-se professor de Teoria Geral do Estado (na Faculdade de Direito), Sociologia (na Faculdade de Filosofia), Ciências Políticas (na Escola de Administração) e Instituições de Direito (na Faculdade de Ciências Econômicas). Foi diretor da Faculdade de Direito da UFBa  (1961 a 1964) e professor –visitante do “Centro de Estudos Internacionais”, na Cidade do México, onde ministrou um curso sobre Política Exterior do Brasil, no ano de 1963.

Foi consultor jurídico do Poder Legislativo do Estado, diretor da Penitenciária da Bahia (1938-1939) e membro de diversas instituições culturais: Conselho Estadual de Cultura, (do qual foi presidente, de 1968 a 1971), Academia de Letras, Instituto Geográfico e Histórico, Associação Bahiana de Imprensa, etc.
Teve destacada atividade político-partidária: deputado estadual, em várias legislaturas (1947-1951.1951-1955, 1955-1959) e lider de bancada  (1947-1949 e 1951-1954), presidente da Comissão Constitucional (1947), titular das Comissões: Constituição e Justiça (1947-1950), Finanças, Orçamento e Contas (1947-1953), Redação, Leis e Resoluções (1954), Indústria e Comércio (1955), Viação e Obras Públicas (1956).

Em 1966. Foi Observador da Organização dos Estados Americanos (OEA), na República Dominicana e na Bolívia.

No exercício de seus encargos,  recebeu homenagens e honrarias, destas destacando-se a comenda da Ordem do Mérito de Rio Branco,  no grau de Comendador.

De sua extensa bibliografia constam as seguintes obras:

A Criminalidade Negra no Brasil, 1939;
As Ideias-Fôrças da Democracia, 1941;
O indivíduo e o Direito Penal do Futuro. 1942;
Teixeira de Freitas - Elogio do Jurista, 1943;
Mensagem à Nova Geração, 1945;
A Desumanização da Política, 1951;
Ideologia e Ciência Política, 1953;
O Poder da Reforma Constitucional, 1954;
As Doutrinas Políticas Contemporâneas e suas Relações com a Segurança Nacional, 1956;
A Arte de Ser Livre, 1957;
A Ciência e a Arte da Política, 1958;
O Parlamentarismo e a Realidade Brasileira, 1959;
A Atualidade de Durkheim, 1959;
The Foreign Policy of Brazil, Foreign Policieis in a World of Change, Harper & Row, Nova York, 1963;
Da Investigação Parlamentar, 1964;
Perfil Eleitoral da Bahia, 1964;
O Parlamentarismo no Brasil Império, 1964;
Presença de Rui na política, 1967;
O Processo Legislativo, 1968;
A Propaganda e o Direito, 1969.

Nelson de Souza Sampaio faleceu em 20 de dezembro de 1985, com 71 anos de idade.

quinta-feira, 27 de março de 2014

ADONIAS FILHO


ADONIAS FILHO
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Adonias Aguiar Filho, mais conhecido como Adonias Filho, jornalista, crítico literário, ensaista e romancista, nasceu em Itajuipe, no dia 27 de novembro de 1915, sendo seus pais Adonias Aguiar e Raquel Bastos de Aguiar.

Fez os cursos primário e secundário em Salvador. Depois mudou-se para o Rio de Janeiro, onde recomeçou a carreira de jornalista, iniciada na capital baiana.

Como jornalista e crítico de arte, colaborou  com vários jornais do Rio de Janeiro e São Paulo: “Correio da Manhã”(1937), “Hora Presente”(1937), "A Manha” (1944 e 1945), “Jornal de Letras”(1955 a 1960) e “Diário de Notícias” (1958 a 1960), além de ”O Estado de São Paulo” e “Folha da Manhã”.

De 1946 a 1950, dirigiu a editora “A Noite”. Foi diretor do Serviço Nacional de Teatro (1954) e da Biblioteca Nacional (1961 a 1971) fez parte da Agência Nacional, do Ministério da Justiça.

Em 1966 e 1972,  assumiu a presidência da Associação Brasileira de Imprensa. Em 1967, foi nomeado para o Conselho Federal de Cultura (para o qual foi reconduzido   em 1969, 1971 e 1973). De 1977 a 1990 presidiu o Conselho Federal de Cultura.

Como escritor, inspirou-se, em suas obras de ficção, no ambiente da cultura do cacau do sul da Bahia, local onde viveu sua infância e mocidade.
Como romancista e novelista, escreveu “Os servos da morte” (1946), “Memórias de Lázaro” (1952), “Corpo vivo” (1962), “O forte” (1965), “Léguas da promissão” (1968), “Luanda Beira Bahia” (1971). “As velhas” (1975), “O Largo da Palma” (1981)e “Noites sem madrugada” (1983).

Como ensaísta, publicou “Renascimento do homem” (1937), “Tasso da Silveira e o tema da poesia eterna” (1940), “Modernos ficcionistas brasileiros” (1958), “História da Bahia” (1963), “O bloqueio cultural” (1964).

Como crítico de arte, é o autor de “Jornal de um escritor” (1954), “Cornélio Pena” (1960), “O romance brasileiro de crítica” (1969) e “O romance brasileiro de 30” (1973).

A partir de 1973, Adonias Filho escreveu obras de literatura infantil e teatro: “Uma nota de cem” (1973), “Fora da pista” (1978), “Auto de Ilhéus” (1981) e “Os bonecos de Seu Pope” (1989).

Suas obras foram traduzidas para o inglês, o alemão, o espanhol, o francês e o eslovaco.

É doutor honoris causa da Universidade Federal da Bahia (1983) e membro da Academia Brasileira de Letras  (onde tomou posse em 14 de janeiro de 1965, sendo saudado por Jorge Amado).

Recebeu vários prêmios e  honrarias, conferidos por instituições culturais do Brasil e do exterior.

Faleceu em sua fazenda “ Aliança”, no sul da Bahia, em 2 de agosto de 1990, logo após ter perdido sua esposa.

Há em sua terra natal, um Memorial dedicado à vida e obra de Adonias Filho.

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quarta-feira, 26 de março de 2014

JOSÉ JOAQUIM CARNEIRO DE CAMPOS

 MARQUÊS DE CARAVELAS
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José Joaquim Carneiro de Campos, Visconde com grandeza e Marques de Caravelas, político, advogado e diplomata, nasceu em Salvador, no dia 4 de março de 1768, sendo seus pais José Carneiro de Campos (português da província de Douro e Minho) e Custódia Maria do Sacramento (brasileira, nascida em Salvador).

Era desejo de seus pais fazê-lo monge beneditino,  pelo que o matricularam no Mosteiro de São Bento, onde completou os primeiros estudos, até tomar ordens. O filho, reconhecendo que esta não era  a sua vocação, convenceu seus pais a  mandaram-no para Portugal, a fim de fazer o curso de direito na Universidade de Coimbra.

Formado, foi para Lisboa, ondei fez amizade com D. Rodrigo de Souza Coutinho, depois Conde de Linhares, protetor dos brasileiros Inicialmente o Conde o convidou para ser professor de seus filhos. Depois, conseguiu sua nomeação para oficial da Secretaria da Fazenda, cargo que exerceu até a invasão napoleônica e a consequente migração da Família Real para o Brasil.

Ao chegar ao Brasil, foi indicado para servir na Secretaria de Estado dos Negócios do Reino, no Rio de Janeiro. Depois foi nomeado para o cargo de Oficial-Maior, na mesma Secretaria. Seu desempenho foi tão importante que o Príncipe Regente o condecorou com a comenda da Ordem de Cristo, no grau de cavaleiro, e o distinguiu com o título de Conselheiro. O Imperador da Áustria, Francisco I, nesta mesma ocasião, o agraciou com a comenda da Ordem da Coroa de Ferro.

Antes de seu regresso para Portugal, D. João VI o nomeou para o Conselheiro da Fazenda, cargo que  exerceu com excepcional brilho, até a proclamação da Independência.

Em 1823, foi eleito deputado à Assembléia Constituinte pelo Rio de Janeiro, Como deputado, demonstrou grande conhecimento político, passando a ser considerdo um dos brasileiros mais sábios do seu tempo, e o principal redator da Constituinte.

Em 1826, foi eleito senador pela Bahia..

Em reconhecimento ao seu mérito, foi condecorado por D. Pdro I com a insignia da Ordem do Cruzeiro e elevado aos títulos de Visconde, depois Marquês de Caravelas.

Chamado para ser Ministro dos Negócios Estrangeiros, se conduziu com zelo e acerto neste cargo, até a dissolução da Assembléia Constituinte. 

Em 1826, foi eleito senador pela Bahia e em seguida ocupou a pasta da Justiça e, interinamente, a do Império.

Em 1831, com a abdicação de D.Pedro I,  foi nomeado membro da Regência Trina Provisória que governou o Brasil de 7 de abril a 17 de junho.

O Marques de Caravelas faleceu em 8 de setembro de 1836, depois de ocupar os mais altos cargos na vida pública.

A respeito desta baiano ilustre disse Antônio Loureiro de Souza: “Estadista dos mais conspícuos do Brasil, ocupou, no Império, os mais altos postos. Tinha-o o Imperador em alta conta, apreciando-lhe os dotes de caráter e a probidade ilibada,  No Senado, de que foi expressivo representante da Bahia, a sua ação sempre se fez ponderada e respeitada, admirando-lhe os seus pares os altos predicados que lhe eram apanágio. Soube grangear, assim, a admiração dos de sua época”.




JOSÉ EGYDIO ÁLVARES PINTO DE ALMEIDA


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José Egydio Alvares Pinto de Almeida, 1º Barão, Visconde com Grandeza e Marquès de Santo Amaro, advogado, diplomata e político brasileiro, nasceu em Santo Amaro da Purificação, no dia 1º de setembro de 1767, sendo seus pais José Alvares Pinto (Cavaleiro da Casa Real) e Antônia de Freitas.

Completados os estudos iniciais, partiu para Coimbra onde ingressou na Universidade e se formou em Ciências Jurídicas. Após a formatura, permaneceu em Portugal, onde exerceu as funções de secretário do Gabinete de D. João, regente do trono português.

Com a invasão dos exércitos de Napoleão e a consequente migração da Família Real para o Brasil, José Egydio acompanhou o Príncipe Regente na qualidade de gentilhomem da Câmara do Príncipe D. Pedro  (futuro D. Pedro I do Brasil e IV de Portugal).

Em 1818 foi agraciado com o título de Barão. O baronato foi concedido por D. João VI, sendo, portanto, de origem portuguesa.

Regressando D. João VI para a metrópole, José Egydio preferiu permanecer no Rio de Janeiro.

Em 1822, ocupou o cargo de Ministro dos Negócios do Império do Brasil e Administrador do Rio de Janeiro.

Proclamada a Independência, foi mestre de cerimônias durante a coroação de D. Pedro I e presidente da sessão que inaugurou o Senado do Império do Brasil, em 24 de abril de 1826.

Foi deputado geral e, depois, ministro das Relações Exteriores (de 1825 a 1826).

Elevado a Visconde com Grandeza, foi nomeado Conselheiro de Estado, membro do Conselho da Fazenda e Senador do Império (1826 a 1832).

Elevado a Marques, foi enviado, como embaixador, a Paris e a Londres, em cujo posto prestou relevantes serviços a D. Maria II e aos emigrantes portugueses.

“Os seus préstimos à pátria, disse Antônio Loureiro de Souza, foram dos mais enconmiásticos, grangeando, assim, a confiança  e a admiração dos governantes e dos de sua época”

É tido como um dos maiores diplomatas brasileiros, graças a sua competência e habilidade.

José Egídio Álvares Pinto de Almeida, Marquês de Santo Amaro, faleceu no Rio de Janeiro, aos 64 anos de idade, no dia 12 de agosto de 1832.


terça-feira, 25 de março de 2014

CARLOS ALBERTO LACERDA


CARLOS LACERDA
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Carlos Alberto Freitas de Lacerda, mais conhecido como Carlos Lacerda, pianista, maestro, compositor e arranjador, nasceu em Salvador, no dia 26 de outubro de 1934. É neto do engenheiro que planejou o Edifício Lacerda.
Iniciou seus estudos de piano aos oito anos de idade. Mais tarde, ingressou nos Seminários de Música da Universidade Federal da Bahia, onde estudou regência e Orquestração com Hans Joachim Koellreutter, piano com Pierre Klose e harmonia e contraponto com Yulo Almirante Brandão.
Viveu a fase áurea a radiodifusão, tocando na Rádio Sociedade da Bahia. Trabalhou, como diretor musical, na Gravadora Jorge Santos  e na TV Itapoan, onde conviveu com os artistas da época: seu irmão Toninho (pianista e arranjador), Gilberto Gil, Osvaldo Fahel, Carlos Gazineo, Claudete Macedo, Fernando Lona, Alberto Aquino - o maestro Chachá, Gecildo Caribé, Cacau do Pandeiro, Vivaldo Conceição, Batatinha, Riachão, Panela, Tião Motorista, Inema Trio (Douglas, Toninho e Expedito), Antonio Carlos e Jocafi.
Às sextas feiras, em sua casa, no Rio Vermelho, tinha o hábito de se reunir com a nata dos músicos baianos, até alta madrugada. Entre seus companheiros de saraus, estavam, com freqüência, Alcyvando Luz, Carlos Coqueijo, Ildásio Tavares, Luis Berimbau, José Emmanoel e muitos outros.
Como diretor musical da TV Itapoan, acompanhou ao piano, só em companhia de Moacyr Albuquerque e Tutti Moreno, cantores cariocas e paulistas que vinham se apresentar na Bahia, a exemplo de Jair Rodrigues, Elis Regina, Clara Nunes, Lana Bittencourt, Silvio Caldas.
Como compositor, fez parcerias com Luiz Vieira, Moacyr Franco, Edil Pacheco, Jocafi, Caymmi, além de outros. Carlos Lacerda funda sua própria orquestra com 30 integrantes e formou, com o baixista Moacyr Albuquerque e o baterista Tutti Moreno, um trio instrumental que tocava nos programas de televisão.
Seu primeiro LP, “Carlos Lacerda, o Governador do Teclado”, data de 1961. O segundo, “Um Piano da Bahia”, foi posto à venda em 1963. O terceiro, “Piano de Informal e Bossa”, não fem data, e foi gravado na JS, capa desenhada por Caribé e contracapa assinada por Jorge Amado. Eis o texto dacontracapa:  

“ CARLOS LACERDA nasceu para a música, é na acepção pura e singular da palavra: um artista. Iniciou seus estudos de música clássica aos 6 anos de idade, tornando-se desde então, um apaixonado pelo mundo maravilhoso da música.
Estudou nos tradicionais "SEMINÁRIOS INTERNACIONAIS DE MÚSICA" da Bahia, com os famosos professores: H. J. KOELLREUTTER (Regência e Orquestrações), PIERRE KLOSE (Piano) e YULLO ALMIRANTE BRANDÃO (Harmonia e Contraponto).
Terminado o curso, CARLOS LACERDA deu vários recitais de música clássica em Salvador.
Mas, um dia, conheceu BENÉ NUNES, que se tornaria um grande amigo e o incentivador de sua carreira artística. Acatando os conselhos e a orientação de BENÉ NUNES, abandonou a música erudita para se dedicar a música popular.
Em março de 1959, CARLOS LACERDA, fundou a sua própria orquestra, constituída por 30 figuras, concretizando, afinal, o seu grande sonho de ser maestro.
CARLOS LACERDA, o governador do teclado, neste LP interpreta músicas de DJALMA FERREIRA, numa seleção realmente das melhores.”
Carlos  Lacerda faleceu em Salvador, no dia 12 de novembro de 1979.




sábado, 22 de março de 2014

JOANA ANGÉLICA


SOROR JOANA ANGÉLICA


Joana Angélica de Jesus, religiosa concepcionista, mártir da Independência, nasceu em Salvador no dia 12 de dezembro de 1761, sendo seus pais José Tavares de Almeida e Catarina Maria da Silva.

Tendo concluído os estudos iniciais, satisfez sua aspiração religiosa, ingressando, em 21 de abril de 1782, para o noviciado no Convento de Nossa Senhora da Conceição da Lapa, na capital baiana. Alí fez uma brilhante carreira claustral: em 1797, foi escrivã da irmandade; de 1812 a 1814, foi mestra de noviças, conselheira e vigária; em 1815, foi abadessa e em 1819, prelada.

“A sua vida, toda ela dedicada a Deus e à glória maior do seu mosteiro, disse Antônio Loureiro de Souza, foi um exemplo edificante para as suas companheiras”.

A Irmã Joana Angélica de Jesus ocupava a direção do Convento, em fevereiro de 1822, quando eclodiu na cidade imensa agitação contra as tropas portuguesas comandadas pelo brigadeiro Inácio Luis Madeira de Melo, chegadas a Salvador em 9 de janeiro.

O movimento de resistência à ocupação portuguesa havia começado no ano anterior. A posse de Madeira de Melo foi obstada, no dia 18 de fevereiro, mas a superioridade numérica de seus comandados impingiu a derrota momentânia dos brasileiros.

A luta começou com um ataque ao forte de São Pedro e aos quarteis da Palma e da Mouraria, onde se encontravam os oficiais e soldados brasileiros. Na investida ao quartel da Mouraria, os portugueses, alegando perseguirem “revoltosos”, invadiram várias residências e assaltaram ruas inteiras. Não satisfeitos, tentaram invadir o Convento da Lapa, sob a alegação de que no convento se encontravam sediciosos e armas escondidas.

A clausura era defendida por um portão de ferro. Forçaram-no, aos gritos e ameças.  A abadessa, temendo o pior, ordenou que as monjas fugissem pelas portas do fundo. Quando a soldadesca pôs abaixo o portão, Joana Angélica surgiu na segunda porta e abriu os braços. Postou-se diante dos soldados e marinheiros, obstaculando a invasão. Assim posicionada, fincou os pés no chão e  exclamou:

--“Para trás, bandidos. Respeitem a Casa de Deus. Recuai, só penetrareis nesta Casa passando por sobre o meu cadáver !”

A soldadesca avançou e, com uma violência incontida, assassinou a abadessa. A golpes de baioneta penetraram no convento, onde encontraram apenas o velho capelão, Padre Daniel da Silva Lisboa a quem espancaram a golpes de coronhadas, matando-o.

A abadessa faleceu no dia 20 de fevereiro de 1822. Foi uma mártir da Independência do Brasil. Em sua homenagem, a avenida ao lado do Convento da Lapa foi batizada com o seu nome.