sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

150- ARLINDO FRAGOSO



ARLINDO  FRAGOSO


Arlindo Coelho Fragoso, mais conhecido como Arlindo Fragoso, nasceu  em 30 de outubro de 1865,  na cidade de Santo Amaro da Purificação.

Concluídos os primeiros estudos,  fez os preparatórios e ingressou na Escola Politécnica do Rio de Janeiro, pela qual foi diplomado em engenharia civil, em 1885.

 Arlindo Fragoso  alimentou com entusiasmo  o sonho de criar uma   Escola Politécnica na Bahia. “Não sabemos, disse  Ana Maria Cavalheiro de Lacerda,  quando o sonho se instalou e tomou forma na mente de Arlindo Coelho, mas os 12 anos posteriores à sua formatura foram de maturação e de contatos. O sonho precisava ser coletivo para que pudesse entrar no campo da realidade. A  formação de profissionais e a criação de escolas era indispensável. No horizonte do desenvolvimento, o papel do engenheiro era fundamental”.
Em 5 de julho de 1896, Arlindo Fragoso reuniu  nove engenheiros:  Affonso Glycerio da Cunha Maciel, Austricliano de Carvalho, Alexandre Freire Maia Bittencourt, Justino da Silveira Franca, Salvador Pires de Carvalho e Aragão, Francisco Lopes da Silva Lima, Antonio Luis Freire de Carvalho, Fortunato Fausto Galo e Antônio Augusto Machado. Deste encontro resultou a criação do Instituto Politécnico da Bahia,  mantenedor da futura Escola Politécnica. A partir desta primeira reunião,  seguiram-se outras com o objetivo de tomar providências que resultariam  na criação da Escola Politécnica da Bahia,, tais como: definir  o elenco das disciplinas a serem ministradas,  e seus respectivos programas; a estrutura acadêmica e administrativa da instituição; a  mensagem a ser encaminhada ao Poder Legislativo solicitando   apoio financeiro; os estatutos da Escola; os contatos com a classe política, etc.
Em  12 de julho do mesmo ano foi instalado o Instituto Politécnico da Bahia, na presença de secretários de Estado, vereadores, deputados e senadores, autoridades  e pessoas outras, as mais representativas  da sociedade baiana.
As reuniões continuaram. Escolheram-se os professores, organizaram-se os cursos, elaborou-se o orçamento, escolheu-se o prédio onde a Escola deveria funcionar, tudo com o maior idealismo e entusiasmo.
Finalmente, no dia 14 de março de 1897, na Rua das Laranjeiras número 6, instalou-se a Escola Politécnica da Bahia. Arlindo Fragoso foi escolhido diretor. Ana Maria Cavalheiro de Lacerda assinala: “O sonho de Arlindo Fragoso tornava-se naquele dia realidade abrindo, para a juventude da Bahia, uma possibilidade de formação profissional. A partir de então a Politécnica começa a funcionar no velho sobrado do Centro, a poucas quadras da Escola de Medicina, cujos estudantes, instalados no suntuoso edifício do Terreiro de Jesus, caçoavam da vizinha pobre, chamando-a de “Colégio do Arlindo”
Em abril de 1901, a Escola Politécnica deixou o sobrado da Rua das Laranjeiras e transferiu-se para a Rua João Florêncio número 1, esquina da praça da Piedade. Dois anos depois, em 1903, formou a primeira turma de engenheiros: cinco engenheiros geógrafos e três engenheiros civis.
Arlindo  Fragoso foi, de igual modo,  o idealizador e organizador da Academia de Letras da Bahia. Reuniu  as figuras  mais representativos das letras e das artes baianas, sem, entretanto, incluir-se. Sua inclusão entre os membros efetivos, foi uma exigência dos demais fundadores, sendo para isto criada, a título provisório, a Cadeira 41, “até que houvesse a primeira vaga”, o que ocorreu pouco tempo depois, com a morte de Severino Vieira, o que motivou a extinção da cadeira 41. Desde o início, Arlindo Fragoso declinou da Presidência. Sugeriu para o cargo o nome do filólogo e professor Ernesto Carneiro Ribeiro
Arlindo Fragoso foi grandioso em vários domínios da atividade humana: na engenharia, na administração pública, na economia e nas finanças, no jornalismo, na produção literária, no trabalho legislativo e na ação política. Foi deputado federal em duas legislaturas (1918 e 1923). Como engenheiro, destacou-se nos trabalhos de consultoria durante a  construção das Estradas de Ferro Nordeste do Brasil, Vitória e Goiás. Na administração pública, foi Secretário Geral do Estado no primeiro governo de J.J.Seabra.  Como jornalista, colaborou no Jornal de Notícias, escrevendo  crônicas elogiadas por Xavier Marques e Carlos Chiachio.  Como economista, publicou um alentado volume, de 572 páginas, com o título Notas Econômicas e Financeiras. Como empreendedor, fundou a Escola Politécnica da Bahia e a Academia de Letras. Como escritor, publicou vários trabalhos, dos quais destacamos:  Estudos sobre Análise Cinemática (1887), Instrução Popular – O Instituto Municipal (1893), Administração Municipal de Santo Amaro (1893), Ensino Agrícola da Bahia (1893), Programa dos Curos da Escola Agrícola da Bahia (1893), O Município de Santo Amaro (1896), Seguro Sobre a Vida (1900), Bahia Cabrália. Prefácio à obra do Major Salvador Pires (1900), Minhas Opiniões Sobre a Eclairage (1906), Águas e Esgotos na Bahia (1907), Guerra do Paraguay, Prefácio à obra de Lemos Brito (1907), Boletim do Ministério da Viação (1909), O Museu Escola (1913), Os Empresários do Estado da Bahia (1915), Notas Econômicas e Financeiras (1916), O Instituto Politécnico. Relatório (1917).
Arlindo Fragoso faleceu em Santo Amaro, no dia 6 de janeiro de 1926,
 
 
 

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