quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

166- EUSÉBIO DE MATOS


PINTURA BARROCA, DE EUSÉBIO DE MATOS


Eusébio de Matos e Guerra, ou simplesmente Eusébio de Matos, poeta, orador e pintor, nasceu em Salvador no ano de 1629, sendo seus pais Gregório de Matos (fidalgo português)  e Maria da Guerra (brasileira).

Em 1636, nasceu seu irmão, Gregório de Matos. Eusébio, ao que parece, foi aluno dos pintores da comitiva de Maurício de Nassau. É o fundador da “escola baiana de pintura”.

Ele, e seu irmão Gregório, estudaram as primeira letras no colégio dos jesuítas de Salvador.

Em 1644, Eusébio entrou na Companhia de Jesus. Com o afastamento do Padre Vieira da cátedra de Filosofia, Eusébio de Matos o substituiu, no colégio dos Jesuitas.

Em 1659, representou os interesses de sua família em transação com os colégios dos jesuítas da Bahia e de Santo Antão de Lisboa.

Em 1669, foi chamado à Lisboa para ser orador do rei mas não aceitou o convite  porque seus  superiores hierárquicos não permitiram.

Em 1677, publicou Ecce Homo.

Em 1680, abandonou a Companhia de Jesus e ingressou na Ordem dos Carmelitas, tomando o nome de Frei Eusébio da Soledade. Seu afastamento foi muito comentado, merecendo do Padre Vieira a seguinte afirmativa: “Muito mal fizeram os jesuítas, porue tarde se criarão para a Companhia outros Eusébios de Matos”.

Em 1681, publicou, em Lisboa,  o Sermão da soledade e lágrimas de Maria Santíssima Senhora Nossa.

Eusébio de Matos foi pintor, orador, poeta, músico, religioso exemplar, e matemático.competente. Tocava harpa e viola divinamente, e compôs hinos e cantos profanos. Foi uma das maiores culturas do seu tempo. Ao contrário do seu irmão Gregório, era uma pessoa delicada, uma alma pura e santa.  Em seu livro “Baianos Ilustres  Loureiro de Souza, emitiu o seguinte comentário:. “Eusébio de Matos, conhecido, depois, como Frei Eusébio da Soledade, foi dos que mais se sobressaíram pelos dotes da oratória. A sua palavra fluente, aliada a uma cultura polimorfa. escandia as suas orações de tropos magníficos, ensejando que dele dissesse Vieira: “Deus se apostara em o fazer em tudo grande e não o fora mais por não querer”.

Outra obra de sua autoria é São Pedro Arrependido, encontrada em 1940 na Capela do Eremitério Beneditino da Ponta do Montesserrat, no bairro de Itapagipe, em Salvador.

Eusébio de Matos morreu em Salvador, em 1694, com 65 anos de idade.


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

165- FREI VICENTE DO SALVADOR


FREI VICENTE DO SALVADOR


Vicente Rodrigues Palha, ou Frei Vicente do Salvador, religioso franciscano e historiador, pai da historiografia brasileira, nasceu em Salvador, no ano dse 1564, sendo seus pais João Rodrigues Palha e Messia de Lemos.

Iniciou os estudos no Colégio dos Jesuítas de Salvador, continuando-os na Universidade de Coimbra, em Portugal, onde fez o curso de  Direito e Teologia, e doutorou-se e, cânones.

Presbítero secular, foi cônego da catedral e vigário geral do bispado da Bahia.

Aos 35 anos fez-se frade, vestindo o hábito de São Francisco e trocando seu nome pelo de Frei Vicente de Salvador.

Em 1601, exerceu o sacerdócio em uma missão na Paraíba, onde permaneceu cinco anos. Neste período, residiu algum tempo em Pernambuco.

Em 1607, foi para o Rio de Janeiro onde fundou o Convento de Santo Antônio, do qual foi  guardião. Posteriormente, voltou para Pernambuco, onde deu um curso de artes, no convento da ordem, localizado em Olinda.

Em 1624, ao regressar para Salvador, foi aprisionado pela esquadra holandesa e logo liberado.

A partir de 1612, fez várias viagens: em 1612, foi a Pernambuco; depois, viajou para Portugal, regressou uma vez mais à Bahia, tornou ao Rio e, finalmente voltou para Salvador., onde faleceu em 1539, com 75 anos de idade.

Em 20 de dezembro de 1627 concluiu sua obra mais importante, a História do Brasil , que ficou inédita até 1888, quando Capistrano de Abreu descobriu os  originais na  Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. É uma admirável, em cinco livros. Trata-se do primeiro relato histórico do nosso país.  Publicado inicialmente em 1888, teve sua edição definitiva editada em 1918. Consta que Frei Vicente do Salvador escreveu esta obra a pedido  de Manoel Severim de Faria, que lhe prometeu publicá-la à suas custas. “A História do Brasil de Frei Vicente do Salvador prende-se antes ao século  XVII que ao século XVI, neste com as dificuldades das comunicações, com a fragmentação do território em capitanias e das capitanias em vilas, dominava o espírito municipal. Frei Vicente do Salvador representa a reação contra a tendência dominante: Brasil significa para ele mais que expressão geográfica, é expressão histórica e social. O século XVII é a germinação desta idéia como o século XVIII é a sua maturação”.

A História do Brasil de Frei Vicente do Salvador contém, em suas 580 páginas, além de fornecer informações históricas sobre a colônia portuguesa, emite opiniões ousadas. Em uma delas, o Autor lamenta que os nossos primeiros colonizadores permanecessem à beira-mar, ao invés de penetrarem pelo interior do país.  Diz textaualmente: “sendo grandes conquistadores de terras, não se aproveitam delas mas se contentam em andar arranhando o mar como caranguejos”. A obra vai do descobrimento até o governo de Diogo Luis de Oliveira. Descreve, em uma linguagem atraente, a vida dos colonos, sua cultura,  e os modos de fazer e de viver das populações indígenas.

Parte superior do formulário
Em 1618, Frei Vicente do Salvador escreveu seu segundo livro, Crônica da Custódia do Brasil, cujos originais estão perdidos..

Frei Vicente do Salvador é patrono da cadeira n. 10 dos sócios correspondentes da Academia Brasileira de Letras e da cadeira n. 18 do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.



domingo, 23 de fevereiro de 2014

164 - ALOÍSIO LOPES PEREIRA DE CARVALHO (LULU PAROLA)


LULU PAROLA (ALOÍSIO LOPES 
PEREIRA DE CARVALHO)



Aloísio Lopes Pereira de Carvalho, mais conhecido como Aloísio de Carvalho, jornalista e escritor baiano, nasceu em Salvador no dia 27 de março de 1866.

Sua carreira de escritor e jornalista, começou cedo, ao lado de Xavier Marques (1861-1942), no  “Jornal  de Notícias”, do  seu cunhado, Carlos Morais.  Com o encerramento das atividades deste jornal, passou a colaborar no vespertino  “A Tarde”, recém-fundado por Ernesto Simões Filho. Foi redator do  jornal “A Tarde”, até seu falecimento.

Foi, também, radialista, apresentando o programa “Conversa Fiada”, na Rádio Sociedade da Bahia.

Em 1920 foi eleito deputado estadual pelos  seabristas
.
Pertenceu a Academia de Leras da Bahia, da qual foi fundador
.
A produção literária de Aloísio Lopes de Carvalho, que utilizou o peseudônimo de Lulu Parola, é tema de pesquisa da doutora em Letras e Linguística pela  Universidade Federal da Bahia, Alena Oliveira Freitas. A  pesquisadora  reuniu as publicações de Aloísio de Carvalho, de 1891 a 1919, publicadas na coluna  literária “Cantando e Rindo”, dos periódicos “A Tarde” e  “Jornal de Notícias” de Salvador. Várias passagens da vida da cidade são abordadas, inclusive as referentes às reformas urbanas que mudaram Salvador no perído de 1912 a 1916.  Esta fase corresponde a época em que vários episódios marcaram a vida da Bahia e do Brasil. Destes eventos o mais importante foi a Proclamação da República.
“A história daquele período da evolução da cidade, disse Pedro Calmon, dos começos dramáticos da República a 1912, quando a engenharia do progresso se pôs  a remodelar a velha Bahia, disfarçando-lhe com as novas ruas as rugas irreparáveis – toda história da Bahia nos 29 anos em que trovou Aloísio de Carvalho, cabe nos seis milheiros de sua versificação jovial”.

“A afeição do cronista pela sua cidade, diz Alena Oliveira Freitas, é evidente em toda a sua longa produção, desde o seu primeiro texto publicado em “Cantando e Rindo” (31-10-1891), no qual lamenta a sujeira de sua Salvador tricentenária, chamando-a de Ciscopolis, até a sua última crônica, publicada no jornal “A Tarde”, em que lamenta a decadência dos costumes, comparando a sua própria decrepitude com a de Salvador (19-01-1942).

As festas populares, os costumes  e tradições,  as ruas, praças e bairros de Salvador, são  assuntos constantes de suas crônicas. A instalação de fios elétricos atrelados à cobrança de impostos, a chegada dos bondes elétricos e as obras de saneamento não escaparam ao seu espírito crítico e construtivo.

No dia 13 de junho de 1911, por exemplo, dia de Santo Antônio, Lulu Parola versejou, recitando:

     "Meu Santo Antônio faceiro,
     Santo dos mais adorados,
     Que, sendo um santo solteiro,
     Cresces o rol dos casados!

     Os teus milagres são tantos,
     Que é justo que eu te consagre,
     Hoje, meus pálidos cantos,
     Também pedindo um milagre!

     Arranjas mil casamentos,
     Santo querido das moças!
     Venho louvar-te os intentos...
     Quero, porém, que me ouças:

     Deves fazer a união
     (Bem sei que o encargo é tremendo)
     Entre casais que aí estão,
     Como solteiros vivendo...

     Dêstes, assim mal casados,
     Alguns exemplos darei:
     A União e os Estados;
     Os governantes e a Lei;
     O orçamento e a receita;
     A meninada e a instrução;
     A sementeira e a colheita;
     O eleitorado e a eleição;
     O vendilhão e a balança;
     O telegrama e a presteza;
     Política e confiança;
     Qualquer horário e a certeza;
     O deputado e o mandato;
     A criadagem e o serviço;
     Certas modas e o recato;
     Cumprimento e compromisso;
     O cidadão e o Direito;
     Posso, em resumo, dizer,
     Fazendo quadro perfeito,
     Que - o cidadão e o Dever...
     
     Mas longa a lista eu faria,
     E deixo de aqui fazer, 
     Porque Você, neste dia, 
     Tem mais a quem atender!

     Fica, entretanto, apontado
     Quanto de acordo é preciso!
     Sim, Santo Antônio afamado,
     Dai a esta gente - JUIZO!...”


A época que Lulu Parola  retratou foi um período de grandes transformações, assim retratadas por Rinaldo Leite: “Se o Rio de Janeiro já havia conhecido, ainda no princípio do século, a importância da atividade modernizadora; se São Paulo passou por transformações progressistas animadoras; se, de um modo geral, as capitais do Sul e mesmo algumas do Norte se metiam nos percursos da civilização, somente em 1912, Salvador conheceu a oportunidade como nunca conhecera antes, de seguir as mesmas trilhas. A ascensão de J.J.Seabra ao governo do Estado, com seus projetos modernizadores da cidade, permitiu que se vislumbrasse uma nova possibilidade, dando ele início a várias obras de remodelamento. Os melhoramentos físicos, motor inicial de uma série de transformações que deveriam processar-se na cidade, estenderíam-se, paulatina e concomitantemente, para os serviços urbanos e assistência pública, os hábitos e costumes da população, que também seriam melhorados”.“Lulu Parola, acrescenta Alena Oliveira Freitas, espectador privilegiado desse processo, registrou em suas crônicas diversas mudanças da administração seabrista, cujo maior ideal era colocar Salvador entre as capitais civilizadas da nação, sendo o Rio de Janeiro o principal espelho a se mirar”.

Aloísio de Carvalho faleceu em Salvador, no dia 2 de fevereiro de 1942.

Anos depois, seus descendentes, André e Lícia Carvalho, doaram ao Centro de Memória da Bahia (CMB) os documentos de Aloísio de Carvalho e de seu filho Aloísio de Carvalho Filho (1901-1970), jurista, professor, promotor público, escritor e senador da República.


sábado, 22 de fevereiro de 2014

163- ALOYSIO LOPES DE CARVALHO FILHO


SENADO FEDERAL - BRASÍLIA

Antônio Lopes de Carvalho Filho, ou Aloysio Lopes de Carvalho Filho, mais conhecido como Aloysio de Carvalho, jurista, professor, promotor público, escritor e político, nasceu em Salvador, no dia 3 de março de 1901, sendo seus pais Aluísio Lopes Pereira de Carvalho (jornalista e poeta que usava o peseudônimo Lulu Parola) e Elisa Kock de Carvalho.

Realizou os estudos iniciais, e o de humanidades, em sua cidade natal, bem como o superior, este na Faculdade de Direito da Bahia, pela qual se formou no ano de 1921.

Especializou-se em Direito Penal e, no ano de sua formatura, era redator do jornal “Diário da Bahia”.

Dois anos depois, foi adjunto de promotor público e, no ano seguinte, promotor público interino da capital baiana.

Depois mudou-se para Manáus, onde foi diretor do Arquivo, Biblioteca e Imprensa Pública do Amazonas.

Não esqueceu suas raizes: em 1926 voltou para Salvador, onde foi aprovado em concurso público para livre docência em Direito Penal na Faculdade de Direito da Bahia.

Em 1928, foi oficial de gabinete do governador Vital Soares e no ano seguinte foi aprovado em concurso público para provimento da cátedra de Direito Penal de sua faculdade de origem.

Em 1932, iniciou a carreira política, participando da criação da Liga dos Amigos de São Paulo (LASP), em apôio ao movimento constitucionalista eclodido naquele ano. No ano seguinte assumiu a presidência da LASP e no pleito de 1922 foi eleito deputado para a Assembléia Nacional Constituinte, onde defendeu seus ideias liberais: o voto feminino, o divórcio e o ensino leigo.

Reeleito em 1934, permaneceu na Câmara Federal até o golpe do “Estado Novo”, de Getúlio Vargas, quando perdeu seu mandato.

Durante a vigência do “Estado Novo”,ingressou no Ministério Público como subprocurador-geral do Estado junto ao Tribunal de Contas, cargo no qual se manteve até 1942, ano da extinção do referido Tribunal.
Em 1939, foi eleito diretor da Faculdade de Direito da Bahia, e assim permaneceu até 1946.
Terminado o Estado Novo, foi eleito Senador pelo Estado da Bahia e como senador apoiou a moção de impedimento de Getúlio Vargas, propondo a sua renúnica na crise que resultou no suicídio do presidente.

Em janeiro de 1955, terminou seu mandato de senador e nas eleições de 1958, foi eleito suplente do Senador Otávio Mangabeira. Com o falecimento de  Otávio Mangabeira, em 1960, assumiu sua cadeira no Senado Federal.

Era adépto do parlamentarismo e nessa codição apoiou a emenda constitucional que estabeleceu o regime parlamentarista no Brasil.

Em 1966, reelegeu-se senador, em apoio ao regime militar imposto pelo golpe de 1964.

Foi membro titular (e presidente ,,,) da Academia de Letras da Bahia, e membro correspondente das  academias de letras do Amazonas, São Paulo e Rio de Janeiro.

De sua bibliografia constam as seguinte obras:

Comentário ao Código Penal brasileiro. vol. 4, 4ª edição. Rio de Janeiro: Forense, 1972.
Coletânea de poetas baianos. Rio de Janeiro, 1951.
Machado de Assis e o problema penal, 1959.
Centenário de Aloysio de Carvalho (Lulu Parola), 1966.
Coelho Neto e a Bahia, 1968.
Um depoimento para a história, 1968.

Aloísio Lopes de Carvalho Filho faleceu em Salvador, no dia 1º de março de 1970, aos 69 anos de idade.

162- CARLOS CHIACCHIO


CARLOS CHIACCHIO

Carlos Chiacchio, ensaísta, poeta, crítico de arte, professor e jornalista, nasceu em Januária, Minas Gerais, no ano de 1884.

Transferiu-se, ainda cedo, para a capital baiana onde estudou nos colégios Spencer e Carneiro Ribeiro e na Faculdade de Medicina (pela qual recebeu o grau de doutor em medicina, em 1910, depois de defender tese sobre “A dor”),

Foi médico da Viação Férrea Federal Leste Brasileiro, do Lloyde Brasileiro e da Comissão Federal de Estudos da Construção da Estrada de Ferro Machado Portela-Carinhanha.

Foi professor de Filosofia no Colégio 15 de Novembro, de Estudos Brasileiros na Escola de Belas Artes e de Estética na Faculdade de Filosofa da Universidade Federal da Bahia.

Como intelectual, fundou duas agremiações literárias (a “Ala das Letras e das Artes”e a  “Nova Cruzada”),  liderou o movimento de renovação intelectual da Bahia, promoveu o “Salão de Belas Artes” (várias edições), publicou livros e revistas, fez crítica literária, lutou contra o analfabetismo e se comportou como verdadeiro animador da vida artística e cultural do Estado.

De sua iniciativa foram vários encontros culturais, mostras de arte, festivais, torneios e jogos florais. De sua mente criadora são alguns projetos de museus e a editoração de  livros e revistas.

Como jornalista, colaborou durante dezoito anos (1918-1946) no jornal “A Tarde”, de Salvador, “em cujas colunas manteve, semanalmente, com exemplar assiduidade, a secção de crítica intitulada “Homens e Obras”, constituindo um registro constante e praticamente completo de tudo o que de mais significativo aconteceu na Bahia, nas áreas da literatura e arte” (Gutemberg Moura). Segundo a mesma fonte, Carlos Chiacchio em “Homens e Obras”, de 24 de janeiro de 1928 a 4 de setembro de 1946, publicou 954 rodapés e  inúmeras biografias de escritores, poetas e artistas desaparecidos. No jornal “O Imparcial”, sustentou uma secção denominada “Ala das Letras e das Artes”, onde organizou os chamados “Salões de Ala”, reunindo Presciliano Silva, Alberto Valença, Emídio Magalhães, Mendonça e Filho, Jayme Hora, Raimundo Aguiar, Oséas, e tantos outros, bem como os primeiros modernistas Mário Cravo Júnior, Carlos Bastos, Genaro de Carvalho, e outros.

De sua bibliografias constam vários livros: “A Margem de uma Polêmica” (1914), “Os Grifos” (1923), “Infância” (1938), Biocrítica (1941), “Cronologia de Rui” (1949) e “Modernistas e Ultramodernistas” (1951).

Gutemberg Moura afirma: “Para o jornalista Jorge Calmon, “Carlos Chiacchio foi, sem favor, a figura de maior presença na vida cultural da Bahia, na primeira metade deste século. Desconhecemos quem, em seu tempo, haja exercido influência equivalente, influência que não decorreu, propriamente, de sua produção, como homem de letras, não obstante notável, mas do papel que preferiu desempenhar, de criador ou incentivador de manifestações, e de grupos, colocando-se acima das competições (salvo quando lhe feriam os brios, ou lhe maltratavam as afeições, caso em que se transmudava no bravo polemista), foi uma espécie de papa da cultura na província, a reinar nas igrejas de literatos e artistas com autoridade incontrastável. E pôde alcançar esta situação de eminência, necessária ao exercício da missão que o atraía, graças à utilização da imprensa, numa época em que esta - voltada para as predições que então identificava no seu público - costumava dedicar às coisas de cultura mais atenção e espaço do que atualmente lhes reserva”.

Carlos Chiacchio faleceu em Salvador, no dia 17 de julho de 1947.
Com o patrocínio do Instituto Históico Geográfico e Histórico da Bahia, Carlos Eduardo da Rocha lançou em 1997 o livro “Homenagem a Carlos Chiacchio”.

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FONTE BIBLIOGRÁFICA: Moura, Gutemberg, Blog do Gutemberg. Disponível emhttp://blogdogutemberg.blogspot.com.br/ Acesso em 22 de fevereiro de 2014.




quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

161 - GREGÓRIO DE MATOS


GREGÓRIO DE MATOS


Gregório de Matos Guerra, ou simplesmente Gregório de Barros, advogado e poeta, nasceu no dia 20 (ou 23) de dezembro de 1636, em Salvador, sendo seus pais Gregório de Matos (fidalgo português)  e Maria da Guerra (brasileira).

De família abastada,  aos 6 anos ingressou no Colégio dos Jesuítas da Bahia, onde estudou Humanidades. Continuou sua formação em Lisboa e depois na Universidade de Coimbra, onde se formou em Direito, em 1661. Sua tese de doutoramento, escrita em latim, encontra-se na Biblioteca Nacional.

Em 1663, foi nomeado juiz de fora de Alcácer do Sal.

Em 1668, representou a Bahia nas Cortes de Lisboa e em 1672 foi investido no cargo de procurador.

Voltou ao Brasil em 1679. Aqui chegou com 47 anos de idade e foi nomeado desembargador da Relação Eclesiástica da Bahia. Em 1682, foi tesoureiro-mor da Sé. Nesta época sua fama de poeta já tinha chegado em Portugal.

Por não querer usar batina nem aceitar a imposição das ordens maiores, foi destituido de seus cargos. A começar deste episódio intensificou suas satiras. Não poupou o governo, a falsa nobresa e o clero,  os costumes das classes sociais, os padres corruptos, as freiras, os reinois e degradados, os mulatos e emboabas, os arrivistas e “novos ricos”, a burguesia improvisada e inautêntica. Perigoso e mordaz, recebeu o apelido de  “Boca do Inferno”. Apaixonou-se por uma viúva e com ela passou a viver com prodigalidade, até ficar reduzido à miséria. Ainda assim, continuou boêmio.

Sua poesia era erótica, lírica, sacra, corrosiva e pornográfica. A tal ponto chegaram seus poemas que o promotor eclesiástico da Bahia o denunciou ao tribunal da Inquisição, acusando-o de difamar Jesus Cristo e “de não mostrar reverência, tirando o barrete da cabeça ao passar uma procissão”. A denúnicia foi arquivada mas as autoridades começaram a  persegui-lo. Em 1694, foi preso e deportado para Angola, onde exerceu a advocacia na cidade Luanda.

Ao fim de algum tempo teve permissão de voltar ao Brasil, mas não à Bahia. Fixou residência em Recife, onde se recompoz como cristão e se tornou mais querido.


Morreu na capital pernambucana, no dia 26 de novembro de 1696, em consequência de doença contraída em Angola.

Gregório de Matos é patrono da Cadeira 16 da Academia Brasileira de Letras.  Não publicou nada em vida. Sua  obra se manteve inédita até que Afrânio Peixoto reuniu seus poemas em 6 volumes.

160 - PADRE ANTÔNIO VIEIRA


PADRE ANTÔNIO VIEIRA


Padre Antônio Vieira, religioso, filósofo, escritor e orador, nasceu no  dia 6 de fevereiro de 1608, em Lisboa sendo seus pais Cristóvão Vieira Ravasco e Maria de Azevedo.

Notabilizou-se por suas qualidades de orador sacro, missionário e defensor  dos indígenas e dos judeus perseguidos pela Inquisição. Os índios o chamavam  “Grande Pai” (em tupi, Paiaçu).

Aos 6 anos, iniciou seus primeiros estudos no Colégio dos Jesuitas de Salvador. Diz o próprio Vieira que no início  estudou com dificuldade mas, depois de “estalo” em sua cabeça, se tornou inteligente.

Em 1623, entrou como noviço na Companhia de Jesus e no ano seguinte, por ocasião da invasão holandesa, refugiou-se no interior da capitania, iniciando sua atividade  de missionário.

Em 1625,  professou os votos de castidade, pobreza e obediência e continuou estudando Teologia, Lógica, Metafísica e Matemática, até alcançar  o mestrado em Artes.

Em 1627, transferiu-se para o Colégio dos Jesuitas de Olinda, onde ensinou Retórica.

Em 1633, pregou seu primeiro sermão público, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador.

Em 1634, ordenou-se sacerdote. Nesta época já era um grande orador sacro.

Em 1638.  foi nomeado lente de Teologia.

Em 1640, pregou o “Sermão pelo Bom Sucesso das Armas Portuguesas Contra as da Holanda”, na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, em Salvador.

Em 1641, regressou para Lisboa, onde permaneceu até 1646. Em Lisboa conquistou a amizade e a confiança de D. João IV, rei de Portugal,

Em 1642, pregou  na Capela Real de Lisboa, o “Sermão dos Bons Anos”

Em 1644, recebeu o título de Pregador de Sua Magestade. Alguns de seus sermões foram publicados e ele foi nomeado  “Tribuno da Restauração”.

Em 1546, foi nomeado embaixador e enviado aos Países Baixos para negociar a devolução de Pernambuco e do restante do  nordeste do Brasil a Portugal.  No ano seguinte, foi enviado à França e outros países  da Europa,  em missão diplomática.

Em 1652, voltou para o Brasil com o objetivo de se dedicar às missões junto aos indígenas da capitania do Maranhão contra o interesse esclavagista dos colonos portugueses.

Em 1654, partiu para Lisboa com a missão de defender, junto ao Rei,  os direitos dos indígenas escravizados. Ao chegar próximo dos Açores, seu navio foi surpreendido por uma tempestade e adornou. Salvaram-se  todos os tripulantes e passageiros,  graças a intercessão de Vieira junto a Nossa Senhora. Ele permaneceu algum tempo no arquipélago, proferindo sermões.

Em 1657, pregou o “Sermão do Espírito Santo”, no Maranhão.

Em 1659, visitou cinco aldeias da etnia Nheengaiba e redigiu seu primeiro tratado futurológico, intitulado “Esperanças de Portugal. V Império do Mundo”.

Em 1661, Vieira e seus companheiros jesuitas foram expulsos do Maranhão e embarcados para Lisboa. Em Lisboa, tornou-se confessor da regente D. Luisa de Gusmão. Com a ascensão ao trono de D. Afonso VI, Vieira perdeu o prestígio.  Entrou em novo conflito com a Inquisição, que o perseguiu e, em 1666 o colocou  em cárcere de custódia. Em 1667, proibiu-o de pregar. Em 1668, foi amnistiado.

Em 1669, partiu para Roma. onde permaneceu seis anos, pregando em italiano, aos cardeais da Cúria romana e à exilada rainha Cristina da Suécia. Conseguiu do Papa a anulação de suas penas e condenações. Graças ao Padre Vieira, o Santo Ofício permaneceu fora de Portugal durante sete anos.

Em 1675, regressou a Lisboa com um Breve do Papa Clemente X, isentando-o “por toda a vida de qualquer jurisdição, poder e autoridade dos inquisitores presentes e futuros de Portugal”

Em 1681, regressou para Salvador onde, na Quinta do Tanque (casa de repouso do Colégio dos Jesuitas),   reuniu 200 sermões e 700 cartas para publicá-los. Redigiu a “Clavis Prophetarum”. Suas obras alcançaram grande sucesso na Europa.

Em 1688, foi nomeado Visitador-Geral da Província do Brasil, assim permanecendo até 1691.

Em 1695, enviou carta-circular de despedida à nobreza de Portugal e amigos. Envelhecido e doente, decaiu de tal modo que não conseguiu escrever com suas mãos. Finalmente, em 18 de junlho de 1697, faleceu em Salvador, com 89 anos de idade. Os ofícios fúnebres foram realizados na Igreja da Sé e o corpo foi sepultado na Igreja do Colégio.



terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

159- XAVIER MARQUES

Brazilian writer, journalist and poiltician. Membro da Academia Brasileira de Letras, segundo ocupante da Cadeira 28, eleito em 24 de julho de 1919, na sucessão de Inglês de Sousa e recebido pelo Acadêmico Goulart de Andrade em 17 de setembro de 1920. Xavier Marques (Francisco X. Ferreira M.), jornalista, político, romancista, poeta e ensaísta, nasceu na ilha de Itaparica, BA, em 3 de dezembro de 1861, e faleceu em Salvador, BA, em 30 de outubro de 1942.  Na capital baiana dedicou-se ao jornalismo, atividade que só interrompeu durante o segundo dos seus dois mandatos legislativos: deputado estadual na Bahia, de 1915 a 1921, e federal, de 1921 a 1924. Havia nele, porém, mais do que um jornalista. Ao mesmo tempo que escrevia seus artigos, ia criando romances.


Francisco Xavier Ferreira Marques, mais conhecido como Xavier Marques, jornalista, político, romancista, poeta e ensaísta baiano, nasceu na ilha de Itaparica, em 3 de dezembro de 1861.
Realizou os estudos iniciais em sua terra natal, transferindo-se depois para Salvador, onde se matriculou no colégio do cônego Fransico Bernardino de Souza.
Ingressou, ainda jovem, no jornalismo mas ao tempo em que escreveu nos jornais, publicou livros de prosa e de poesia.
Iniciou sua produção literária com Temas e Variaçãoes, livro de poesias publicado em 1884. Em 1888, editou seu primeiro romance, Uma Família Baiana. A este seguiram-se: Insulares (poesias, 1896), Boto e Companhia (romance, 1897), Jona e Joel (romance, 1899), Pindorama (romance, 1900), Holocausto (romance, 1900), Praieiros (romance, 1902), O Sargento Pedro (romance, 1910), Vida de Castro Alves (biografia, 1911), A Arte de Escrever (1913), A Boa Madrasta (romance, 1919), A Cidade Encantada (contos, (1919), O Feiticeiro (romance, 1922), Ensaio Histórico sobre a Independência (1924), As Voltas da Estrada (romance, (1930), Letras Acadêmicas (ensaios, 1933), Cultura da Língua Nacional (1933), Terras Mortas (novela, 1936), Ensaios (2 volumes, 1944) e Evoluçãp da Crítica Literária no Brasil (1944). O romande Sargento Pedro foi premiado pela Academia Brasileira de Letras.  Jane e Joel é considerado sua melhor obra.
A respeito de O Feiticeiro,  disse Jackson de Figueiredo: “Xavier Marques merecerá o amor de todo o povo brasileiro. na proporção em que for crescendo a consciência nacional.  Quando os nossos homens públicos se derem à sua obra,  com menos frases e mais seriedade, os livros de Xavier Marques, como os de um Alencar ou Afonso Celso, irão parar nas mãos da infância  educando-a  para a formação da alma brasileira”.
“No romance, O Feiticeiro, disse Conrado Matos, a cidade de Salvador tinha um aspecto de uma cidade bem equilibrada , típica de um paraíso. As pessoas se alimentavam do espírito, suavizando os pulmões com o bálsamo que surgia ao ar livre. Era realmente uma cidade onde as pessoas gozavam o descanso nos campos, nos banhos em fontes, e nas folias das bodegas da roça. Tudo isso fez parte do lazer dos rapazes e das moças da época, que saboreavam o sumo das laranjas seletas, que os bondosos donos das roças os davam com tanto afeto”.
Em 1915, Xavier Marques entrou na política partidária. Foi eleito deputado estadual. Em 1921, deputado federal..
Em 1919 foi acolhido pela  Academia Brasileira de Letras, onde tomou  posse em 17 de setembro de 1920.

A ficção de Xavier Marques é marcada por temas praieiros.  É considerada uma das mais representativas do regionalismo brasileiro. Sua poesia é parnasiana.

Xavier Marques faleceu em Salvador, em 30 de outubro de 1942, com 81 anos incompletos.

 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

158- GILENO AMADO


ITABUNA, BAHIA - TERRA DO CACAU


Gileno Amado de Faria, mais conhecido como Gileno Amado, nasceu em Estância (Sergipe), no dia 4 de janeiro de 1891, sendo seus pais Melchisedech Amado de Faria (Melk, para o íntimos) e Ana Azevedo da Silveira Amado. O casal teve 15 filhos. Em Estância nasceram Gilberto, Iaiá, Petina e Gileno. Em Itaporanga, para onde a família se transferiu depois, nasceram Maria Zulmira, Genoline, Gilson, Gentil, Gildo, Gillete, Genolino, Gildásio e Genne. O caçula, Gennyson, nasceu em Aracaju. Giuseppe nasceu casualmente em Estância, algum tempo depois. Melchisedech era comerciante de açúcar e chefe da facção política conhecida como “cabaús”, em Itaporanga.

Gileno estudou as primeiras letras em Estância, onde completou sua instrução primária.

Concluídos os preparatórios, matriculou-se na Faculdade de Direito de Recife. Em 1908, ainda estudante do curso de direito, foi para Itabuna, no sul da Bahia,

Em 1911, concluiu o curso de direito na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro e retornou para Itabuna, para ocupar o cargo de Delegado Escolar.

Em 1917, iniciou a carreira política, fundou um jornal “A Época” e, aliado a Antônio Pessoa em Ilhéus muito contribuiu para a volta de J. J. J. Seabra ao governo do Estado.

Em 1923, foi eleito presidente do Conselho Municipal de Itabuna e exerceu, em caráter de interinidade, o governo do município, em substituição ao titular  José Kruschevisk.

Em 1924, foi eleito deputado estadual, sendo líder dos governadores J.J. Seabra e Góes Calmon.

Eclodida a Revolução de 1930, Gileno Amado e seu grupo político apóiou Getúlio Vargas, do que resultou a criação do Instituto de Cacau da Bahia.

Em 1933, Juracy  Magalhães, atendendo reivindicação de Gileno Amado,  implantou os serviços de água e esgoto em Itabuna
Em 1934, entrou em choque com João Mangabeira e o “Movimento Autonomista”, ocasião em que protagonizou sério incidente político durante um comício realizado em Ilhéus.

Eleito deputado federal constituinte em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro onde permaneceu breve período, em função de ter regressado para Salvador, a convite do governador Juracy Magalhães, para  assumir a Secretaria da Fazenda.

Em 1951, foi eleito, mais uma vez, deputado federal e, por breve tempo, exerceu  o governo do município.

Gileno Amado e sua esposa, Amélia Berbet Tavares, realizaram importantes obras filantrópicas de cunha educacional e cultural na região do cacau. São fundadores de diversas instituições,  tais como a  Ação Fraternal de Itabuna, a Faculdade de Filosofia, o Teatro Estudantil de Itabuna e a Fundação Gileno Amado, entre outras. Contribuiu para a implantação da CEPLAC, doando uma área de 160 hectares de terra para instalação da estação experimental de Jussari.

Foi  ótimo patrão. Antes de aposentar seus servidores, em um período em que não existiam as leis trabalhistas, tinha o hábito de entregar pequenas roças de cacau a título de indenização. Em decorrência dessas ações, foi agraciado pelo Papa Pio XII com o Grau de Comendador do Vaticano.

Em 1955, Gileno Amado se retirou da política para se dedicar inteiramente ao desenvolvimento de Itabuna. Ele tinha verdadeira obsessão  pelo progresso grapiúna, pelo que a Câmara de Vereadores lhe concedeu, em 1963, o título de cidadão honorário do município. Este título foi conferido também à sua  esposa, 9 anos depois.

Gileno Amado faleceu em 25 de julho de 1969, aos 78 anos, vítima de acidente automobilístico.












sábado, 15 de fevereiro de 2014

157 - FRANCISCO MARQUES DE GÓES CALMON




Francisco Marques de Góes Calmon, banqueiro, advogado e ex-governador da Bahia, nasceu em Salvador, no dia 6 de novembro de 1874, sendo seus pais o almirante e chefe político Antônio Calmon Du Pin e Almeida e Maria dos Prazeres da Cunha Góes.

Membro a um das familias mais importantes da Baha, é sobrinho-neto do Marquês de Abrantes (154), irmão de Migual Calmon du Pin e Almeida (engenheiro, (155) e pai de Migual Calmon du Pin e Almeida Sobrinho (ex-reitor da UFBa, 156).

Estudou as primeiras letras em sua cidade natal, onde foi aluno da professora Vitalina Santos. Completou sua iniciação nos colégios Florêncio e Sete de Setembro, ambos  em Salvador.

Aos 11 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, em companhia do seu tio e pai adotivo Inocêncio Marques de Araújo Góis Calmon que, não tendo filhos, adotou  Francisco, dando-lhe o sobrenome. No Rio, foi aluno do Colégio Abílio, dirigido por Abílio Borges, famoso educador baiano.

Em 1887,  regressou para a Bahia e continuou os estudos no Colégio Sete de Setembro.

Em 1891, mudou-se para Pernambuco (provínicia presidida três anos antes pelo seu pai adotivo),  onde se matriculou na Faculdade de Direito de Recife.

Em 1894, concluiu o curso de direito. No ano seguinte iniciou a vida profissional em Salvador, no escritório de advocacia de seu tio e pai adotivo..No mesmo ano foi nomeado professor substituto de Cronografia e História do Brasil, no Ginásio da Bahia, primeiro e único estabelecimento de ensino secundário até então existente na Bahia.

No exercício da profissão, se tornou um dos advogados mais importantes da capital baiana.

Em 1897, foi nomeado fiscal do governo do Estado junto ao Banco da Bahia.

Em 1910, desempenhou importante papel na reorganização do Banco Econômico da Bahia, do qual se tornou presidente.

Presidiu, também, o Instituto dos Advogados da Bahia.

Góes Calmon, apesar de  nunca ter sido político partidário, foi indicado para o governo da Bahia por J.J. Seabra. Recebeu  a adesão de diversas classes e saiu vitorioso. Dentre os chefes políticos que apoiaram Góes Calmon, destacamos Dr. Deocleciano Teixeira, médico da região de Caetité e pai de  Anísio Teixeira.

Eleito, realizou um governo inovador com um  secretariado composto por jovens com grande experiência acadêmica, taos como Anísio Teixeira (educação) e Nestor Duarte (agricultura).

Em seu primeiro ano de governo, presidiu as comemorações do centenário de seu mestre  Abílio Borges. Saneou as finanças do Estado, equilibrou o orçamento, pagou as dívidas, reformou a economia e incentivou a agricultura. Ampliou a rede rodoviária. Visitou os municípios do interior, reformou o ensino, criou as primeiras Escolas Normais. Ao destacar estes feitos, Edivaldo Boaventura acrescenta: “Góes Calmon era um apreciador do belo, um esteta, um colecionador das diversas artes, pintura, escultura e decorativas. Construiu uma casa de altíssimo gosto que veio a ser o Museu do Estado da Bahia com a coleção Jonathas Abbott. Hoje, sede da Academia de Letras, Citando  Afonso Taunaay, o mesmo Autor afirma: “E, como raros entre nós, Góes Calmon tinha a intuição dos valores estéticos, em considerável número de ramos da ciência do conhecimento.”

Faleceu relativamente jovem, em 29 de janeiro de 1932 com, apenas, 58 anos de idade.