segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

MESTRE PASTINHA


         
 
 
 
Vicente  Joaquim Ferreira Pastinha, mais conhecido como “Mestre Pastinha”, um dos maiores mestres de Capoeira em nosso país, nasceu em Salvador no 5 de abril de 1889, sendo seus pais o espanhol Jose Senor Pastinha, comerciante dono de um pequeno armazém no Centro Histórico,  e Maria Eugênia Ferreira, que vivia lavando roupas e vendendo acarajé.
Aos oito anos de idade, foi iniciado na arte da capoeira por um negro africano, chamado “tio Benedito” que, ao ver Pastinha um menino magricela, apanhar de um garoto mais velho, resolver ensinar-lhe um meio de defesa. Recordando o episódio Pastinha contou mais tarde:
 "Quando eu tinha uns dez anos - eu era franzininho - um outro menino mais taludo do que eu tornou-se meu rival. Era só eu sair para a rua - ir na venda fazer compra, por exemplo - e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando dele, sempre. Então eu ia chorar escondido de vergonha e de tristeza. Um dia, da janela de sua casa, um velho africano assistiu a uma briga da gente. Vem cá, meu filho, ele me disse, vendo que eu chorava de raiva depois de apanhar. Você não pode com ele, sabe, porque ele é maior e tem mais idade. O tempo que você perde empinando raia vem aqui no meu cazuá que vou lhe ensinar coisa de muita valia. Foi isso que o velho me disse e eu fui...Ele costumava dizer: não provoque, menino, vai botando devagarinho ele sabedor do que você sabe (…). Na última vez que o menino me atacou fiz ele sabedor com um só golpe do que eu era capaz. E acabou-se meu rival, o menino ficou até meu amigo de admiração e respeito." (Revista de História da Biblioteca Nacional, Ano 3, Nº 30, março 2008.)
Ainda menino, freqüentou o Liceu de Artes e Ofício, onde se iniciou na pintura. Nas horas vagas empinava arraia e jogava Capoeira, ofício em que se tornou tão versado que, aos 13 anos, ficou temido e respeitado.
Em 1941, fundou a primeira escola de Capoeira reconhecida pelo Governo baiano, no Largo do Pelourinho. Em 1966, foi  destaque da delegação brasileira que  participou do primeiro Festival Mundial de Arte Negra, no Senegal. Seu mérito é  ter transformado a Capoeira em arte, conforme  exposto em seu livro “Capoeira de Angola”.
A originalidade do seu método de ensino  e  a sua prática  como verdadeira expressão artística,  privilegiam o trabalho físico e mental e propicia  grande capacidade criativa. Com este perfil dedicou-se, durante décadas, ao ensino da Capoeira, inclusive no final de sua existência  quando,  quase  cego,  não   deixou de acompanhar seus alunos  (dentre estes  estão os Mestres “João Grande”, “João Pequeno”, “Curió” e “Bola Sete”). Jorge Amado, Mário Cravo e Carybé foram assíduos freqüentadores de “Mestre Pastinha”, cuja Academia  é o tema central do disco “Transa”, de Caetano Veloso.
Apesar da notoriedade, “Mestre Bimba” envlheceu  cego e paralítico. Em 1973, foi obrigado a deixar sua Academia. No local foi instalado o Restaurante do SENAI.
Morreu em Salvador, completamente esquecido, no dia 13 de novembro de 1981.
 
FONTE: Wikipédia, a enciclopédia livre
 
 

      

 

 

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