segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

MESTRE DIDI


         
MESTRE DIDI





Deoscóredes Maximiliano dos Santos, mais conhecido como "Mestre Didi", sacerdote,  escultor e escritor, nasceu em Salvador no dia 2 de dezembro de 1917, sendo seus pais Arsínio dos Santos, grande alfaiate da Bahia, e Maria Bibiana do Espírito Santos (ou "Mãe Senhora”, descendente da tradicional família Asipa, originária de Oyo e Ketu, importantes cidades do Império Yoruba).
Criado desde cedo na religião católica, foi batizado, fez primeira comunhão e foi coroinha da Igreja Católica. Aos oito anos de idade, afastou-se do catolicismo e foi iniciado na religião afro-brasileira  por "Mãe Aninha". Sua trisavó, Marcelina da Silva,  foi uma das fundadoras da primeira casa de tradição nagô de candomblé na Bahia. Seu tio avô, e seu primeiro Mestre, Marcos Theodoro Pimentel , foi sumo-sacerdote da casa de Egungun.
Em 1966 "Mestre Didi" visitou a África Ocidental, onde realizou pesquisas comparativas entre o Brasil e o continente africano. De 1960 a 1990, participou, como membro efetivo, de Instituições dedicadas aos estudos africanos e afro-brasileiros, e de congressos sobre o mesmo assunto, no Brasil e no exterior.
Em 1980, fundou e presidiu a Sociedade Cultural e Religiosa Ilê Asipá.
"Mestre Didi" é  coordenador do Conselho Religioso do Instituto Nacional de Tradição e Cultura Afro-Brasileira e representante da Conferência Internacional da Tradição dos Orixás.
No dizer de Juana Elbein, sua  esposa, ele “mamou  nos peitos das mães africanas”.  Juana Elbein é antropóloga e  companheira  em todas as viagens para  a África, Europa e Américas. Sua filha, Inaicyra  Falcão dos Santos, é cantora lírica, graduada em dança pela Universidade Federal da Bahia, professora (com pós-graduação ao nível de doutorado), pesquisadora das tradições afrobrasileiras e  de artes perfomáticas, na UNICAMP.
"Mestre Didi" absorveu, por meio de sucessivas iniciações,  “o significado das múltiplas relações do homem com seu meio ético, social e cósmico” e, em conseqüência disso, assumiu altas posições na religião africana. Em 1975, recebeu o cargo de Alapini e, em 1983,  o de Baba Mobbá Oni Xangô, entregue em Benin, pelo rei de Ketu.
É também escritor e artista consagrado. Desde criança, aprendeu a  fazer objetos de uso nos rituais do culto orixá  Obaluaiyê .  Suas formas são confeccionadas com contas, búzios, renda de couro e folhas de palmeira e têm como inspiração mitos, lendas e objetos  usados na devoção dos orixás. “Suas obras, diz Juana Elbein,  carregam a experiência, o hálito, a respiração, dos mais antigos aos mais novos, de geração em geração”. Suas esculturas foram  expostas em várias cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Nova Yorque, Frankfurt, Buenos Aires, Paris, Londres, Acra e Nagos. Atualmente podem ser vistas  na “Galeria São Paulo”, em São Paulo. 
 
Aos 29 anos, "Mestre Didi" publicou o primeiro livro, “Yorubá, tal qual se fala”,  com prefácio de Jorge Amado e ilustração de Caribé. No total, lançou cerca de 20 livros  sobre cultura afro-brasileira, nos quais conta histórias  dos terreiros de candomblés “Todos os contos afro-brasileiros são cânticos. Foram feitos para serem ouvidos, cantados e dançados . É por isto que "Mestre Didi"  é conhecido como um artista integral, um renascentista da cultura nagô”, explica Juana Elbein.
Relacionamos abaixo suas principais publicações:
  01- Yorubá tal Qual se Fala, Tipografia Moderna, Bahia, 1950
  02- Contos Negros da Bahia, (Brasil) Edições GRD, Rio, 1961
  03- História de Um Terreiro Nagô, 1.edição,1962
 
  04- Contos de Nagô, Edições GRD, Rio de Janeiro, 1963
  05- Porque Oxalá usa Ekodidé, Ed. Cavaleiro da Lua, 1966
  06- Contos Crioulos da Bahia, Ed. Vozes, Petrópolis, 1976
  07- Contos de Mestre Didi, Ed. Codecri, Rio de Janeiro, 1981
  08- Xangô, el guerrero conquistador y otros cuentos, 1987
  09- Contes noirs de Bahia - Ed. Karthale, 1987
 10- História da Criação do Mundo, 1988 
 
 11- Ancestralidade Africana no Brasil, Mestre Didi: 1988
 12- Pluraridade Cultural e Educação
 13- Nossos Ancestrais e o Terreiro
14- Democracia e Diversidade Humana
 
FONTE: Wikipédia,  a enciclopédia livre.
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ESCULTURAS E LIVROS DE "MESTRE DIDI"
 
            

         
 
 

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