sábado, 29 de dezembro de 2012

DONA CANÔ


DONA CANÔ






Claudionor Viana Teles Velloso, mais conhecida como Dona Canô, mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia, e mais seis filhos, nasceu em 16 de setembro de 1907, sendo seus pais Anísio César de Oliveira Viana e Júlia Vianna.
De instrução primária, pertencente a uma família humilde, D. Canô se tornou  uma das pessoas mais ilustres de Santo Amaro da Purificação, e da Bahia.
Sua biografia foi publicada pelo historiador Antônio Guerreiro de Freitas e por Arthur Assis Gonçalves da Silva, no livro “Canô Velloso, lembranças do saber viver”.
Extremamente simples, quando interrogada sobre seu prestígio, respondia: “Fiquei conhecida por causa de meus dois filhos que nunca se esqueceram de onde vieram nem da mãe que têm”.
D. Canô se tornou uma figura pública. Suas atitudes e opiniões tinham enorme pristígio. Por ocasião dos festejos de seu centenário, Monsenhor Sadock declarou: “Quando eu pergunto lá fora quem é Canozinha, todo mundo responde que é amãe de Bethânia e Caetano. Pois aqui em Santo Amaro, eles é que são filhos de Canozinha”.
Quando completou 90 anos de idade, o Senador e ex-Governador Antônio Carlos Magalhães, homenageou-a afirmando: “A Bahia se regozija com uma vida a serviço de Santo Amaro e do povo baiano. Dona Canô é símbolo da Bahia, um símbolo que produziu grandes nomes”. O Governador Jaques Wagner, por ocasião do seu centenário, declarou: “A fragilidade do seu corpo contrasta com o gigantismo da sua alma”. Os presidentes Lula e Dilma Rousseff  à matriarca dedicam especial carinho. Por ocasião da última campanha eleitoral  para presidente da República,  Caetano Veloso  decarou que “Marina Silva é inteligente como Obama, não é analfabeta como Lula, que não sabe falar, é cafona falando, grosseiro”. D. Canô reprimiu o filho, dizendo “Lula não merece isso. Quero muito bem a ele. Foi uma ofensa sem necessidade. Caetano não tinha que dizer aquilo”.  Pouco depois, Lula telefonou para D. Canô, ponto um ponto final ao desconforto com as seguintes palavras: “D. Canô, não fique chateada, preocupada, porque gosto muito da senhora e gosto do Caetano também”...
Nâo obstante,  D. Canô sempre repetia: “Tenho amizade com os políticos, mas é amizade, amizade, política à parte” .
D. Canô nunca utilizou  seu prestígio em benefício próprio. Sempre batalhou em benefício da comunidade: lutou pela purificação do Rio Subaé, pela reconstrução da Igreja Matriz e pela reativação do Hospital Nossa Senhora da Natividade. Organizou novenas e festas religiosas, comemorações cívicas e manifestações folclóricas. O cortejo da festa de Nossa Senhora da Purificação, por exemplo, saia de sua casa.
A ilustre baiana, querida e admirada pelo  Brasil, faleceu em sua residência, em Santo Amaro da Purificação, no dia 25 de dezembro de 2012. Pouco antes de morrer,  ao se despedir do amigo Jorge Portugal, disse: “Tô indo pro céu”...
"Fica a lição de amor, de guerreira, uma mãe exemplar. Fica a saudade e a certeza que ela está em um lugar bom. Isso também nos dá um conforto. Bacana ter sido em um dia de Natal, isso é lindo", disse o filho Rodrigo.
 
 
 

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

GODOFREDO FILHO


GODOFREDO FILHO





Godofredo Rebelo de Figueiredo Filho, mais conhecido como Godofredo Filho, poeta, escritor e professor, nasceu em Feira de Santana no dia 26 de abril de 1904, sendo seus pais Godofredo Rebelo de Figueredo e Esther  Magalhães Carneiro de Figueiredo.
Realizados os preparatórios, cursou Filosofia e Arte Brasileira.
Foi Diretor do Patrimônio Histórico e  Artístico Nacional  do Ministério da Educação e Cultura, lecionou  História do Brasil na Escola Normal de Feira de Santana. Na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia, foi professor de Belas Artes e Estética.
Como Diretor do Patrimônio Histórico e Artístico, tombou diversas igrejas, capelas, solares e sítios culturais da Bahia e Sergipe.
Representou o Brasil na UNESCO, em Paris,  e no Congresso de Cooperação Intelectual, em Santander, Espanha. Nesta ocasião, visitou várias países de Europa.
Foi membro atuante da Academia de Letras da Bahia, e várias outras Instituições culturais, dentre as quais destacamos o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, o Centro de Estudos Baianos, o Conselho de Assistência ao Plano de Urbanismo da cidade de Salvador, o Instituto de Filosofia e a União Baiana de Escritores.
Dentre suas distinções e horárias, destacamos a Medalha Olavo Bilac, do Exército Brasileiro, e a Ordem do Mérito da Bahia.
Por ocasião do quarto centenário da cidade do Salvador, escreveu a peça “Auto de  Graça e Glória da Bahia”.
De sua extensa bibliografia sobressaem as seguintes produções:
 
Poema de Feira de Santana
Poemas de Ouro Preto
Poema das Rosas
Sonetos e Canções
Lamento de Enône
Cinco Poetas
Seminário de Belém da Cachoeira
A Torre e o Castelo de Garcia D´Ávila
Introdução ao Estudo da Casa Baiana
Introdução Crítica do Navio Negreiro, de Castro Alves
Influências Orientais na Pintura Jesuita na Bahia
Pethion de Villar, um grande esquecido poeta
Guia Prático e Prosaico de Cachoeira
Fundamentos da Estética Psicológica
Dimensão Histórica da Visita do Imperador a Feira de Santana.
 
 
 Como poeta, foi considerado o pioneiro da poesia modernista na Bahia. Suas obras poéticas estão reunidas no livro “Irmã Poesia”, editado pelo Governo do Estado.
Godofredo Filho faleceu em Salvador, no dia 22 de agosto de 1992.
 

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POEMA DA FEIRA DE SANT´ANA

(Fragmento)



Feira de Santa´Ana
— a de hoje tão diferente
também é boa
riscadinha de eletricidade
torcida esticada retesada de fios negros aéreos longos
Fords estabanados raquíticos
levando no bojo viajantes de xarque

ó Fords arados desvirginadores defloradores de sertão
tempo morto
eleições de meu tio Zé Freire
gorda dezena de anos o chefão daquilo
coronel turuna seu Zé Freire
com escravos cavalariças fazendas dinheiro dinheiro
tempo morto
(e um rapaz alfaiate um magricela romântico pernalta
rondando minha prima feita que morreu
esse rapaz era um grande namorador
namoro de caboclo guabiru.

DOIS SONÊTOS À PERDIÇÃO DE MARIANA


Vaga, tênue lembrança de um perfume
de flor esguia, delicada e pura,
Mariana entre as frágeis, lindas rosas,
que à tarde o vento máu despetalava.

De vestido azul claro e de sandálias
recurvas, laço rubro nos cabelos,
recordo quando a via, ó enfermeira
silenciosa das fontes do jardim.

Do destino das coisas compungida,
o sinistro mistério aprofundando
da evanescente e efêmera beleza,

Mariana talvez que pressentisse
o mudo horror das rosas derradeiras
que em seu féretro branco morreriam.


Penso no amargo instante, ó alta Amada,
em que se apartarão, cheios de mágoa,
de mim teus negros olhos, rasos de água,
e essa ternura ingênua e delicada.

Que mais posso dizer? Nem se apagada
sempre, não hoje só, verei a frágua
a salamandra de teu sonho. Trago-a
dentro d´alma, já murcha e mal fanada,

a flor do afeto a que sorrimos ambos,
e a deixaste gelar neste abandono,
no limbo vítreo domais longo sono.

Embora ! O aroma dúlcido dos jambos
sentirei, que me lembra um céu perdido,
ó fruto verde, ó fruto proibido!

 
 
LAMENTO DA PERDIÇÃO DE ENONE


Quero fugir e não posso.
Quero correr e me sinto
colado no chão da esquina.


Se a noite ao menos pudesse
fazer com que me esquecesse
da fria luz que, no quarto,
sobre o teu corpo morria.


Oh gargantilhas de espanto
na esconsa perdida!


Se a noite ao menos pudesse,
apagar o riso insano
que deste para outros homens,
a esquimose de teu riso
na carne dos transeuntes.


Taça esgalga (negra rosa!)
taça esbelta onde anoitece
o vinho que me delira,
tormento,
lunar delícia
de tantas bocas viciadas
na polpa nutriz dos mundos.


Não dormias, que eu só sei
da luz verde que escorria
sobre os teus seios imersos
no mar moreno do peito.
Girafa que me alucina,
cobra, cobra,
cobra, cobra,
doida mula-sem-cabeça
batendo os cascos de vidro
no rosto do meu desejo...


Quero gritar e não posso.
Quero correr e me sinto
colado no chão da esquina.


Se a noite ao menos pudesse,
na sombra do mar do tempo,
perder o lume trigueiro,
mas tão frio, de teus olhos.


Na relva negra do púbis,
de teu púbis -- horto exíguo,
quisera pascer cuidados,
ternuras, canções de lua,
ou bem, anseios magoados
do riço mau das bromélias.


Quisera pascer cuidados...
ou esgueirado pelas bordas
do poço do mundo estéril,
fecundar óvulos mortos.


Enone,
a aurora surgia
das dobras de teu silêncio.


Vinho, aromas, luzes cruas,
e essas pupilas boiando
num charco azul de atropina.


Enone,
a aurora dançava
na festa dos teus cabelos.


Quero fugir e não posso.
Quero correr e me sinto
colado no chão da esquina.

                              
 
 
                                 

 

 

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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

CARLINHOS BROWN


CARLINHOS BROWN
 
 
 
 
 
Antônio Carlos Santos de Freitas  (mais conhecido como Carlinhos Brown, no Brasil; e Carlito Marrón, na Espanha) cantor, percussionista, compositor, produtor e agitador cultural, nasceu em Salvador, em  23 de novembro de 1962.
Ao que consta, o sobrenome Brown foi dado em homenagem a James Brown e H. Brown, ídolos da música negra durante a década de 1970.
Sua vocação artística foi despertada por Oswaldo Alves da Silva, o  “Mestre Pintado do Bongô”, através de instrumentos de percussão tocados nos candomblés da Bahia.
Em sua primeira gravação  foi em 1979, quando tocou na banda de rock “Mar Revolto”. No princípio da década de 1980, tornou-se um dos instrumentistas mais famosos da Bahia.
Em 1984, fez parte da banda “Acordes Verdes”, de Luiz Caldas. Em 1989, integrou a banda de Caetano Veloso no disco “Estrangeiro”. A música “Meia Lua Inteira”, de sua autoria, se tornou um sucesso, tanto no Brasil quanto no exterior.
Em 1985, Carlinhos Brown alcançou a marca de 26 músicas de sua autoria. Nesse ano,  gravou sua primeira composição (“Visão de Cíclope”), um dos maiores sucessos de audição em Salvador. Nesse ano alcançouo a marca de 26 músicas de sua autoria.
Logo depois, surgiram  “Remexer”, “O Côco” e “É Difícil”, composições interpretadas por diversos artistas e que ganharam o trofeu Caymmi.
A partir de então  Carlinhos Brown participou de turnês, com João Gilberto, Djavan e João Bosco.
Em 1990, tronou-se uma figura de projeção internacional, como líder do grupo “Timbalada” composto por mais de uma centena de percussionistas e cantores pobres do bairro do Candeal (bairro onde Carlinhos Brown nasceu). Mesmo deixando de  cantar na “Timbalada”, continuou a ser o mentor e produtor do grupo em cerca de 14 albuns produzidos. Um deles “Timbalada”, foi considerado pela revista Bilboard  como o “melhor CD produzido na América Latina”.
Em 1996, lançou o disco “Alfagamabetizado”, que entrou na lista do livro “Mil e um  discos para ouvir antes de morrer”, livro que contem opiniões de noventa críticos de projeção internacional.
Em 2001, teve  participação muito controvertida no “Rock in Rio”, quando atiraram contra ele garrafas, pedras e xingamentos, obrigando-o  a abandonar o palco. O incidente,  segundo algumas fontes, deveu-se ao fato dele se apresenar no dia em que estava programada a apresentação de  bandas famosas, como “Guns”, “N´Roses”, “Ir!” , “Ultraje a Rigor” e “Oasis” estarem programadas.
Em 2002, associado a Marisa Monte e Arnaldo Antunes, lançou o projeto “Tribalistas” que conquistou o record de mais de um milhão de discos vendidos
Em 2007, produziu “A Gente Ainda Não Sonhou”, de imenso sucesso.
Em 2008, foi considerado, pelo ranking do ECAD, o segundo maior arrecadador de direitos autorais do Brasil, ficando atrás apenas de Chico Buarque.
Atualmente Carlinhos Brown tem uma carreira internacional, com maior presença na Europa, onde goza de invejável prestígio.
Vários artistas da Música Popular Brasileira, incluíram em seus albuns canções de Carlinhos Brown ( Maria Bethânia, Gal Costa, Caetano Veloso, Marisa Monte, Nando Reis, Cássia Eller e Herbert Vianna, e muitos outros).
Como atividade complementar, alimenta robusto projeto socio-cultural no bairo Candeal Pequeno, em Salvador.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

LUIZ CALDAS


          
             LUIZ CALDAS
                   http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&f
 





Luiz Caldas nasceu em  Feira de Santana, no dia 24 de junho de 1963.
Pertencendo a uma  família humilde, começou a apresentar-se, ainda garoto, em conjuntos de amadores, em sua cidade natal.
Depois, com apenas dez anos, fez parte de shows, também de amadores, em cidades próximas de Feira de Santana.
No início dos anos 70, mudou-se para Vitória da Conquista, onde trabalhou em padarias, supermercados e bares. Nas horas vagas, tocava em um conjunto musical de um músico chamado João Faustino.
Pouco a pouco foi se tornando conhecido.
Misturando  “música pop” com  “reggae”, tocando canções caribenhas, ijexá, frevo e samba, criou um novo rítimo denominado “deboche”.
O “deboche” ganhou o mundo. 
Era a “Axé Música”, cantada na década de 1980, ao lado de Paulinho Camafeu, no "Trio Elétrico Tapajós" e nas emissoras de televisão.
 
Em 1986, com a música "Fricote" (tema de abertura da novela Tieta, da Rede Globo, baseada na obra de Jorge Amado), com uma coreografia inusitada, virou a "coqueluche" do país (o primeiro álbum teve mais de 100.000 cópias !).
 
Luiz Caldas passou à história da música popular como o "Pai da Axé Música".
 
Em 2009, lançou 10 cDs, com 130 músicas em estilos os mais variados: pagode, forró, música romântica, hard rock e música instrumental. Um dos cDs foi dedicado aos povos indígenas, com letras na língua tupi.
Em 2010, começou a divulgar o heavy metal e  atingiu o ápce de sua carreira musical.
 
MERECEM DESTAQUE EM SUA DISCOGRAFIA:
1979 - Ave Caetano/Tapajós
1980 - Luiz Caldas e Acordes Verdes
1981 - Jubileu de Prata: Trio Elétrico Tapajós
1985 - Magia
1986 - Flor Cigana
1987 - Lá Vem o Guarda
1988 - Muito Obrigado
1989 - Timbres
1990 - Nós
1992 - Retrato
1994 - Luiz Caldas
1998 - Forró de Cabo a Rabo
1999 - 15 Anos de Axé - Luiz Caldas e Convidados
2001 - Janela Aberta
2003 - Luz e Fogueira
2004 - Melosofia
2006 - Ao Vivo em Salvador
2010 - MPB - Uma Maria
2010 - MPB II - Perguntas e Respostas
2010 - Rock - Castelo de Gelo
2010 - Samba - Pandeiro Brasileiro
2010 - Brega - Brasil Superpopular
2010 - Tupi - Nheengara Recé Taba
2010 - Instrumental - Oxóssi
2010 - Frevo - O Trio Elétrico
2010 - Forró - Festa de Sanfoneiros
2010 - Axé - Gongá
 
       
 
 
 
 
 
 
 
 

CLARIVAL DO PRADO VALADARES


            
      CLARIVAL DO PRADO VALADARES






Clarival do Prado Valadares, médico, escritor, professor, poeta, pesquisador, historiador e crítico de arte de renome nacional, nasceu em Salvador no dia 26 de setembro de 1918, sendo seus pais Antônio do Prado Valadores (famoso médico e professor) e Clarice Santos Silva Valadares.
A vida deste baiano ilustre foi dedicada à reconstrução da história e da arte no Brasil, sobretudo no nordeste brasileiro.
Iniciou seus preparatórios em sua cidade natal, completando-os em Recife (onde fez o curso médio e parte do curso médico).
Em Recife, influenciado pelos contatos com admiradores de Joaquim Cardozo e Gilberto Freire, interrompeu o curso de mediciana e se dedicou aos estudos sociais e a análise das manifestações artísticas.
Em 1938, por ocasião da morte do seu pai, votou para Salvador e retomou o curso de medicina na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual foi diplomado no ano de 1941.
Diplomado, fixou residência no Rio de Janeiro.
Em 1952, defendeu tese de doutoramento na Universidade Federal da Bahia.
Em seguida fez cursos de pós-graduação em Boston,  nos Estados Unidos (o de  Patologia Clínica, na Harvard University ; o de Biologia, no Massachusetts Institute of Technology-MIT).
Regressando ao Brasil, ingressou, por concurso, no corpo docente da Universidade Federal da Bahia, onde ensinou Anatomia Patológica.
Em 1962, abandonou a medicina e assumiu, na Escola de Belas Artes e na Escola de Teatro, o ensino de História da Arte.
No ano seguinte, voltou a residir no Rio de Janeiro, onde intensificou sua atividade de crítico e historiador.
Assumiu, no “Jornal do Brasil”, a função de crítico de arte, além de  editor dos “Cadernos Brasileiros”.
 
Não obstante residir no Rio de Janeiro, visitiva com frequência sua terra natal, a fim de consultar as fontes primárias de suas pesquisas.
Representou nosso país em vários eventos internacionais, fez parte da Comissão Nacional de Belas Artes e do Conselho Federal de Cultura e foi convidado a integrar vários júris em certames artísticos, no Brasil e no exterior.
Dentre suas publicações destacamos:
Riscadores de milagres (1967)
Presciliano Silva: um estudo biográfico e crítico (1974);
 
Alberto Valença: um estudo biográfico e crítico (1980);
Arte e Sociedade nos Cemitérios Brasileiros, em 2 volumes (1972).
Aspectos da Arte Religiosa no Brasil (1981).
Rio Barroco (1978);
Rio Neoclássico (1978)
Nordeste Histórico e Monumental, em 4 volumes (1982-1983).
The Impact of African Culture on Brazil, além de outros, especialmente biográficos e de poesia.
Além das publicações citadas, Clarival do Prado Valadares coordenou  mais de 200 obras  para as “Edições Culturais Odebrecht”, motivo pelo qual é homenageado  com o “Prêmio Clarival do Prado Valadares”.
 Faleceu no Rio de Janeiro, no ano de 1983.
 
                                                 
        
 

 
     

 
 
 
 
 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

PIERRE VERGER


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PIERRE VERGER 



 

Pierre Verger é mais um baiano nascido em Paris. Nasceu em 4 de novembro de 1902 e viveu como cidadão abastardo, até os 30 anos de idade.
Aos 32 anos tomou contato com a arte fotográfica E aprendeu, com seu amigo Pierre Boucher, as regras  da técnica fotográfica.
Com a morte de sua mãe, única parenta ainda viva, tornou-se um errante solitário.
Durante quatorze anos perambulou pelo mundo. Fez de Paris seu pondo de apoio (onde, de vez em quando revia  amigos,  antropólogos e outros intelectuais...), visitou vários países em viagens sucessivas. Nessas viagens trabalhou para as melhores editoras da época, e viveu às custas da arte fotográfica.
Em 1946,  Pierre Verger conheceu a Bahia,  visitou candomblés e, encantado por tudo o que viu, aqui permaneceu até a morte.
Seu envolvimento com a religiosidade africana e com o sincretismo afro-brasileiro, proporcionou, em 1948,  uma bolsa de estudo para a África.
No continente negro entrou em contato com sacerdotes e autoridades, e se transformou em um grande pesquisador.
Foi iniciado como babalaô, fez mais de duas mil fotografias e, atendendo pedido do  Instituto Francês da África Negra (IFAN), escreveu seu primeiro livro.
A partir de então os hábitos,  costumes e religião dos iorubas, na África Ocidental e na Bahia, passou a ser a temática permanente da sua vida.
Durante muitos anos andou da África para a Bahia e da Bahia para a África, ampliando seus conhecimentos sobre cultura afro-brasileira.
Como colaborador e pesquisador visitante, esteve em várias universidades e, com rara habilidade, transformou suas pesquisas em artigos e livros.
Em 1960, adquiriu uma casa na Vila América, um dos bairros mais característicos de Salvador e se "naturalizou baiano".
Em 1970, aos 68 anos de idade, deixou de fotografar e fez suas ultimas viagens à Africa.
A grande preocupação, a partir de então, foi disponibilizar suas pesquisas a um número cada vez maior de interessados. Fiel a este propósito, criou a FUNDAÇÃO PIERRE VERGER e transformou sua residência em um centro de pesquisa.
Verger faleceu em fevereiro de 1996, deixando para  a FUNDAÇÃO PIERRE VERGER a responsabilidade de continuar seus estudos e  pesquisas.
                                      FOTOS DE PIERRE VERGER
 
 
             
 
 
 
 
               
 
 

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

HANSEN BAHIA


             
HANSEN BAHIA



 
Karl Heinz Hansen, mais conhecido por Hansen Bahia,  gravador, escultor, pintor, poeta, escritor, cineasta e professor é mais um  baiano que não nasceu na Bahia. Nasceu em Hanburgo, na Alemanha, e faleceu em São Félix, no recôncavo baiano.
Participou da 2ª guerra mundial (1939-1945), quando lutou como soldado.
Terminada a guerra fez, entre os anos  de 1946 a 1948,  suas primeiras xilogravuras.
Em 1950, emigrou para o Brasil, fixou residência em São Paulo e ali permaneceu durante cinco anos, período em que trabalhou na Companhia Melhoramentos.
Em 1955, mudou-se para Salvador onde durante dois anos, fez alguns admiradores no mundo artístico e literário da época.
Em 1957, ilustrou a publicação “Flor de São Miguel”, com textos de Jorge Amado (1912-2001), Vinicius de Moraes (1913-1980) e dele próprio.
No ano seguinte,  ilustrou “Navio Negreiro”, de Castro Alves (1847-1871).
No início de 1960, voltou para a Alemanha e lá, durante três anos, produziu alguns trabalhos de xilografia no castelo Titmonig.
Depois, mudou-se para a Etiópia, onde permaneceu de 1963 a 1966. Alí, naquele país africano, foi um dos fundadores da Escola de Belas Artes de Addis Abeba.
Ainda em 1966, regressou para a Bahia, adotou a cidadania brasileira, tomou o nome artístico de “Hansen Bahia” e  passou a ensinar artes gráficas na Escola de Belas Artes da Universidade Federal (UFBa).
Em 1970, mudou-se para a cidade de São Félix, no recôncavo baiano, e ali residiu até a morte, ocorrida no ano de 1978.
Encantado com a região que lhe deu paz de espírito, amor à vida e alegria de viver, doou em testamento,  dois anos antes do seu falecimento,   seu imenso acervo artístico, e a Fazenda Santa Bárbara, à cidade de Cachoeira, para que fosse criada uma  Fundação.
Seu desejo foi realizado: hoje estão sob a guarda da FUNDAÇÃO HANSEN BAHIA xilogravuras, matrizes, livros, pinturas, prensas e ferramentas de trabalho do grande artista  plástico que é, pelo seu valor e  pelo carinho que devotou a esta terra, um dos filhos ilustres da Bahia.
O acervo de Hansen Bahia  é composto por mais de quatro mil trabalhos de xilogravuras.
Entre os trabalhos de maior valor, destacamos uma série de 14 quadros que retratam, de modo admirável, o sofrimento dos moradores do centro histórico do Pelourinho, em Salvador,  que  vivia em estado de completo  abandono e degradação”.
Nos quadros e xilogravuras de Hans Bahia está, no dizer dos críticos mais abalizados, "o imenso tesouro da Bahia, isto é, marinheiros, prostitutas, manifestações religiosas, festas, velhos casarões colônias, igrejas, barracos e auto-retratos”.
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Karl Heinz Hansen, na época
em que era um soldado da
Grande Guerra Mundial
 

ALGUNS DESENHOS E GRAVURAS
DE HANSEN BAHIA


 
 
 
 
            



 
 
 

 




 

domingo, 2 de dezembro de 2012

ARTHUR RAMOS


 





Arthur Ramos de Araújo Pereira, mais conhecido como Arthur Ramos,médico psiquiatra, psicólogo social, etnólogo, folcrorista e antropólogo de renome internacional, nasceu em Pilar, no dia 7 de julho de 1903, sendo seus pais Manuel Ramos de Araújo Pereira e Ana Ramos.
Muito jovem, com apenas 15 anos de idade, publicou seu primeiro artigo.
Em 1921, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual foi diplomado em 1926, após defender tese com o título “Primitivo e Loucura”, de grande repercussão no país e no exterior.
Iniciou sua carreira profissional como médico legista, oportunidade em que  se iniciou nas questões relacionadas com a cultura afro-brasileira,  por meio  dos estudos realizados por Raimundo Nina Rodrigues.
De 1927 a 1930, dedicou-se ao estudo de etnográfico da vida nos terreiros de candomblé na Bahia, seus ritos e personagens.
Na medida em que se aprofundou em suas pesquisas, insurgiu-se contra o pensamento equivocado da época, e as teorias racistas imperantes na Bahia do seu tempo.
Tornou-se assim um pioneiro na aplicação da psicanálise no estudo da religiosidade africana.
Em 1933, mudou-se para o Rio de Janeiro, quando foi nomeado por Anísio Teixeira chefe do “Serviço de Ortofrenia e Higiene Mental”.
No ano seguinte, publicou “O Negro Brasileiro” e assumiu a cátedra de Psicologia Social.
A partir de então tornou-se conhecido como o “o pai da Antroplogia Brasileira”.
Pouco depois foi para os Estados Unidos onde ensinou e pesquisou nas Universidades de Louisiana, Califórnia, Harvard e Columbia, ao lado dos cientistas sociais daquele país.
Voltando ao Brasil lutou contra o “Estado Novo” de Getúlio Vargas, motivo pelo qual foi preso, mais de uma vez.
No final de década de 1940, morou em Paris, onde foi  diretor do Departamento de Ciências Sociais da UNESCO.
A morte o surpreendeu em Paris, no dia 31 de outubro de 1949, quando se encontrava no ápice de sua invejável trajetória.
De sua imensa bibliografia constam mais de seiscentas obras, livros, ensaios e artigos que são fontes de estudos para assunto ligados à psicologia, à antropologia e às ciências sociais de um modo geral (notadamente ao que se refere ao negro, ao índio e ao folclore).
Na impossibilidade de ralacionar todas as saus obras, destaco, dentre as mais importantes, as seguintes:
--  Primitivos e Loucura (192
--  Sordice dos Alienados (1928)
--  Estudos de Psicanálise (1931)
 
--  Os horizontes místicos do negro da Bahia (1932)
--  Psiquiatria e Psicanálise (1933?)
--  A Técnica da Psicanálise (1933)
--  Freud, Adler,Jung ... Ensaio de Psicanálise   (1933).
--  O Negro Brasileiro (1934)
--  Educação e Psicanálise (1934)
--  A Higiene Mental nas Escolas (1935)
--  O Folk-lore Negro no Brasil (1935)
--  Introdução à Psicologia Social (1936)
--  A Mentira Infantil (1937)
--  Loucura e Crime (1937)
--  As Culturas Negras no Novo Mundo (1937)
--  Saúde do Espírito (1939)
--  Pauperismo e Higiene Mental (1939)
--  A Criança Problema (1939)-- 
--  O Negro Brasileiro (1940/ 2ª. Ed., 2002)
--  A Aculturação Negra no Brasil (1942)
--  Guerra e Ralaçoes da Raça (1943)     
--  As Ciências Sociais e os Problemas de Após-Guerra (1943/1947)
--  Introdução à Antropologia Brasileira, 2v. (1943/1947)
--  A Organziação Dual entre os ìndios Brasileiros (1945)
--  Cultura e Ethos (1948)
--  A Renda de Bilros e Sua Aculturação no Brasil (1948)
Apoós a sua morte, foram publicadas as seguintes obras:
--  Estudos de Folk-lore (1951)
-- Le Métissage au Brasil (1952)
--  O Negro na Civilização Brasileira (1956)
--  A Mestiçagem no Brasil (20020
              
 
 
                              LIVROS DE ARTHUR RAMOS