segunda-feira, 19 de novembro de 2012

JENNER AUGUSTO


JENNER AUGUSTO
 
JENNER AUGUSTO (AUTO-RETRATO)






Muitos filhos ilustres da Bahia não nasceram sob as benções dos Orixás. 
 
Muitos viram a luz pela primeira vez em outros lugares. Há, como disse Jorge Amado, “baianos nascidos em toda a parte”. Sirvam de exemplos Caribé que nasceu na Argentina, Pierre Verger que nasceu na Fança e Jenner Augusto que nasceu em Sergipe.
 
Vejamos o que aconteceu com Jenner Augusto.
 
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Jenner  Augusto da Silveira, mais conhecido como Jenner Augusto, pintor, cartazista, ilustrador, desenhista e gravador incomparável, veiu ao mundo em Aracaju, no dia 11 de novembro de 1924.
 
Morou em diversas cidades de Sergipe, tais como Lagarto (onde pintou cartazes para o cinema local), em Laranjeiras (em torno de 1940) e em Aracaju (onde conviveu com Horácio Hora e produziu painéis para a decoração do “Bar Caicique”, na Parque Teófilo Dantas).
 
Aos 20 anos, mudou-se para Salvador. No início,  trabalhou como assistente no ateliê de Mário Cravo Filho, ocasião em que fez parte, com o própirio Mário Cravo, Lygia Sampaio, Rubem Valentim, Genaro de Carvalho, Caribé, e outros, do movimento “Novos Baianos.
 
Continuando sua trajetória, realizou alguns trabalhos plásticos, tais como o afresco “Evolução do Homem”, para o Centro Educacional Carneiro Ribeiro.
 
Em seguida, viajou para o Rio de Janeiro, onde  foi aplaudido por Cândido Portinari e José Pancetti, conheceu James e Jorge Amado e promoveu uma exposição individual.
 
De regresso a Salvador, entregou-se aos  encantos da "boa terra" , pintou os Alagados e retratou outros recantos.
 
Neste perído, conquistou Medalha de Ouro no "VI Salão Baiano de Belas Artes", recebeu o grande prêmio de pintura do "III Salão de Artes Plásticas do Rio Grande do Sul" e realizou  uma exposição individual na "Galeria Astréia", em São Paulo.
 
Em meio a tais sucessos, foi surpreendido, no ano de 1966, com um convite para inaugurar a mostra “Baianos em Filadelfia".
 
Data desta época  o início do seu período áureo.
 
Viajou pela  França, Itália, Holanda, Inglaterra e Bélgica e fez anotações, estudos e desenhos  reunidos  em um álbum  publicado no ano de 1970.
 
De regresso ao Brasil, ilustrou o livro de Jorge Amado “Tenda dos Milagres”.
 
Daí por diante seu sucesso não conheceu limites.
 
Sua obra, hoje dispersa pelo mundo, é fortemente influenciada por Cândido Portinari e inclui pinturas de vários gêneros: natureza morta, paisagens, marinhas, alagados e painéis (dentre os quais destacamos “Cangaceiros” e “A Estação”).
 
Vários livros retratam o talento de Jenner Augusto: “Um Lugar Longe do Mundo” (Cezar Brito), “Jenner, Cores de uma Vida” (Mário Brito e Zeca Fernandes), “A Arte Moderna da Bahia” (Roberto Pontual) e “Os Alagados de Jenner” (Adonias Filho).
 
O gênio das artes plásticas, um dos maiores da Bahia, nos deixou no dia 2 de março de 2003.
 
Deus o tenha.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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