sexta-feira, 30 de novembro de 2012

JOSÉ BINA FONYAT FILHO


TEATRO CASTRO ALVES, EM SALVADOR
PROJETO ARQUITETÔNICO DE
JOSÉ BINA FONYAT FILHO







José Bina Fonyat Filho nasceu em Salvador, em 1918, e faleceu também em Salvador, no ano de 1977.
Diplomou-se pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (na época, Universidade do Brasil), no ano de 1949.
Formado, iniciou a profissão como assistente de um de seus mestres, o arquiteto Lucas Mayerhofer.
No início da década de 1950, foi convidado pela Escola de Belas Artes da Universidade da Bahia para assumir as cadeiras de Composição da Arquitetura e Teoria e Filososfia da Arquitetura.
Em 1954, em parceria com Tércio Pacheco, projetou a casa de campo de João Antero de Carvalho, em Petrópois (Rio de Janeiro), ostentando “borboletas” e blocos trapezoidais unidos por uma passarela.
O projeto da Refinatura da Petrobrás em Manguinhos, também no Rio de Janeiro, tem sua assinatura.
Logo em seguida, foi convidado pela Escola de Belas Artes da Universidade da Bahia para ensinar “Composição da Arquitetura” e “Teoria e Filososfia da Arquitetura”. Como professor dessas disciplinas continuou durante muitos anos.
Como profissional, nunca escondeu sua admiração por Lúcio Costa(1902-1998) e  Oscar Niemar (1907),
Em Salvador, sua terra natal,  realizou uma série de projetos. Dentre eles destacamos o  do Teatro Castro Alves (1957-67) que mereceu “mensão honrosa” na Primeira Bienal de Artes Plásticas de Teatro (São Paulo, 1957).
O projeto do Teatro Castro Alves contou com a colaboração do engenheiro Humberto Lemos Lopes, dos arquitetos Ubirajara Motta Lima Ribeiro (1930-2002) e João Carlos, e do cenógrafo e figurinista Aldo Cravo (1906-1991). Ele é constituído por dois blocos independentes e interligados, um maior e o outro menor. O bloco menor (formado por uma lâmina horizontal, transparente),  contem o foyer, a sala de exposições, o bar e um jardim. O bloco maior (único e opaco), abriga a  a platéia e o palco.
Outros projetos seus de grande sucesso  em Salvador,  são:
-- O Posto de Serviço da Petrobrás, composto por blocos independentes, dispostos de modo a garantir  unidade em sua composição
--- A sede do Banco do Brasil, em Salvador
--- A Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia (em parceria com Diógenes Rebouças).
--- Edifícios residências em Salvador (Manoel Vitorino e Conde Pereira Marinho).
--- Hotel Plaza.
Suas concepções arquitetônicas preservam elementos comuns à história colonial do Brasil: treliça, azulejos coloridos e venezianas de madeira, unindo, de maneira harmônica, o  presesente e o passado.                         
 
                                     TEATRO CASTRO ALVES
                                http://www.google.com.br/searchnum=10&                                                                         
 
  TEATRO CASTRO ALVES 
 
SEDE DO BANCO DO BRASIL
EM SALVADOR
 
 
                                                            
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DIÓGENES REBOUÇAS


DIÓGENES REBOUÇAS




Diógenes Almeida  Rebouças, mais conhecido como Diógenes Rebouças, arquiteto, urbanista, professor universitário, pintor e agrônimo, nasceu em Amargosa no dia 7 de maio de 1914.
Sua formação acadêmica inclui os seguintes cursos de graduação:
-- Engenharia Agronômica na Escola Agrícola da Bahia, pela qual foi diplomado em 1933.
-- Desenho e Pintura, na Escola de Belas Artes da Bahia, curso que concluiu em 1937.
-- Arquitetura e Urbanismo, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia,  pela qual foi  graduado em 1952.
Iniciou a vida profissional em Itabuna, onde sua família estava radicada na época de sua primeira formatura.
Começou  cuidando da fazenda do seu pai. Sua inclinação, todavia, era pela a da arquitetura.
Através da leitura  de revista, alimentou sua vocação artística e entrou em contato com o chamado “Movimento Moderno”.
Atendendo  pedido de sua mãe, elaborou o projeto da Catedral de Itabuna,  projeto considerado como seu primeiro trabalho de valor.
Depois, transferiu sua residência para Salvador.
Matriculou-se na Escola de Belas Artes e iniciou o curso de desenho e pintura. Anos depois, o de arquitetura e urbanismo.
A patir de sua mudança para Salvador,  sua carreira iniciou uma ascenção vetiginosa.
Entrou para  a equipe do Escritório do Plano de Urbanismo da Cidade do Salvador (EPUCS);  foi professor do curso de Aquitetura da Universidade Federal da Bahia; presidiu o Departamento da Bahia no Instituto de Arquitetos do Brasil; elaborou  os  projetos  do Estádio da Fonte Nova (1942-51), do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, ou “Escola Parque” (1950),  do Hotel da Bahia (1947-52,  com Paulo Antunes Ribeiro) e do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, (1947-56).
De sua autoria foram, também,  os seguintes projetos:
-- Penitenciária Lemos de Brito (1951),
-- Edifício do IPASE (1952-53)
-- Edifício Comendador Urpia (1955-57)
-- Avenida Contorno (1958)
-- Estação Marítima Visconde de Cairu (1963)
-- Escola Politecnica da UFBa
-- Faculdade de Filosfia da UFBa
-- Faculdade Farmácia da UFBa
-- Terminal São Joaquim de Ferry Boat.
Em 1958, viajou para os  Estados Unidos e Europa,  onde tomou contato com engenheiros e arquitetos famosos.
Influenciado por essa viagem, regressou para  Salvador  e concluiu o projeto  do Centro Educaconal Carneiro Ribeiro, Este projeto  é a materialização das ideias de Hélio Duarte, fundamentadas na aconcepção pedagógica de Anísio Teixeira. O conjunto é composto por  quatro “escolas-classe” com salas de aula para aprendizagem das ciências e da letras, salas de administração e  áreas de estar, além de uma “escola parque” (com biblioteca infantil e ambientes destinados  às  atividades sociais, atividades artísticas e educação física). A cobertura de concreto plissado garante boa iluminação natural e o teto, admiravelmente lúdico, lembra dobras de papel.
“O nome de Diógenes Rebouças, diz a Enciclopedia Wikepedia, tem grande significado na história da arquitetura e do urbanismo  modernos na Bahia”, pelo que figura na lista dos grandes filhos desta terra abençoada por Deus.
Diógenes Rebouças, diz a referida enciclopédia, foi arquiteto, urbanista, professor universitário, pintor e agrônimo mas na verdade ele foi, acima de tudo, um grande arquiteto e urbanista.
Faleceu em Salvador, no dia 6 de novembro de 1944, com  80 anos de idade.
 
 PROJETOS
ESTÁDIO DA FONTE NOVA
CENTRO EDUCACIONAL CARNEIRO RIBEIRO
HOTEL DA BAHIA
EDIFÍCIO COMENDADOR URPIA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

HEITOR PRAGUER FRÓES


HEITOR PRÁGUER FRÓES
 
 
 
 
Nasceu em Cachoeira, no dia 25 de setembro de 1900.
Poeta, tradutor, médico, professor do ensino secundário e do superior, pertenceu á Academia de Letras de Bahia, á Academia de Medicina da Bahia e inúmeras outras instituições científicas e culturais
Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, em 1917, diplomando-se em 1922. Foi uma das expressões mais altas da cultura médica baiana
Homem de grande cultura humanística, poliglota, publicou numerosos trabalhos, dos quais destacamos “Abelhas e Vespas”, “As devotas de São Biriba”, “As portas da Academia”, “Cara e Coroa”, “Caretas e Sorrisos”, “Carícias e Piparotes”, “Favos e Travos”, “Nozes e Vozes”, “Poemas da Primavera”, “Poesia em 3 tempos”, “Sal de Pimenta”, todas no gênero poético.
Dos contos de sua autoria, destacamos “Contos e Mais”, e “Contrafábulas”.
Dentre as traduções, avulta “Meus poemas... dos Outros”, belíssima coletânea de poesias dos maiores vultos da literatura. Suas obras científicas mais importantes foram: “Notas de Fisiologia Geral”, livro didático publicado em 1921; “Autoplastias reparadoras da face” , tese de doutoramento, em 1922; “Índice esfimuríco”, tese de concurso para livre-docência de Clínica Médica, em 1927; “Nova Técnica para o cálculo da infestação pelos ancilostomídeos por meio da contagem dos ovos”, tese de concurso para Medicina Tropical, em 1928; “Contribuição ao estudo da biologia do S. stercoralis”, tese de concurso para a cátedra de Doenças Tropicais e Infecciosas, em 1930; “Do micetoma pedis no Brasil”, tese de concurso para a cátedra de Deonças Tropicais e Infecciosas”, em 1930; “Lições de Clínica Tropical, 1ª série”, “Liçoes de Clínica Tropical, 3ª série”, “Lições de Clínica Tropical, 4ª série” e “ Lições de Medicina Tropical, 5ª série”, vindas ao lume em 1934.
No âmbito de ensino secundário, foi catedrático de francês do Ginásio da Bahia, onde defendeu, emfestejado concurso, a tese “Formas divergentes da língua francesa”, no ano de 1922.
O Prof. Heitor Práguer Fróes abriu mão dos direitos autorais de suas “Lições de Medicina Tropical”, em benefício do futuro Hospital das Clínicas.
“Quem escreve um livro e o revê e publica – disse ele – passa pelo paraíso e pelo inferno: Pelo paraíso, quando compõe; pelo purgatório, quando retoca; pelo inferno, quando imprime. Pelo paraíso, quando compõe, porque nada é mais agradável do que criar; pelo purgatório, quando retoca, porque nada é tão fastidioso quanto modificar; pelo inferno, quando imprime, porque nada é mais enervante que estar interminavelmente a corrigir” (2)
E acrescenta: “Três grandes inimigos possui o escritor: o tipógrafo, o editor e o público. O primeiro, exaspera; indígna o segundo; decepciona o terceiro” (Ibidem).
Faleceu em 25 de outubro de 1987.
 
               
 
 
 
 
 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

EDITH GAMA E ABREU


EDITH MENDES DA GAMA E ABREU





Edith Mendes da Gama e Abreu nasceu em Feira de Santana, no dia 13 de outubro de 1903.
Estudou os cursos ginasial e complementar no Colégio Nossa Senhora de Lourdes e na escola da  professora Estefânia Mena.
Depois, fez o curso pedagógico no Educandário dos Perdões (posteriormente denominado “Sagrado Coração de Jesus”), em Salvador.
Concluído o curso pedagógico, continuou seus estudos no Rio de Janeiro e na Europa, onde sedimentou seus conhecimentos em filosofia, literatura (especialmente a brasileira e a francesa), ciências sociais e canto.
Tornou-se feminista convicta e uma mulher muito culta, com acentuada vocação para o estudo dos problemas educacionais da Bahia e do Brasil.
Falava fluentemente o francês, era pianista  e viajava com frequência para o exterior, visitando museus, igrejas, teatros e universidades.
Defendeu a emancipação da mulher e combateu  a restrição ao voto feminino.
Presidiu a “Federação Baiana pelo Progresso Feminino”, instituição fundada em Salvador, no dia 9 de abril de 1931.
Em 1934, candidatou-se a deputada federal, obtendo mais de dez mil votos. Não foi eleita, ficou na suplência.
Dois anos depois, candidatou-se a deputada estadual, ocasião em que defendeu a educação popular, o combate à fome e os direitos trabalhistas.
Participou de várias instituições culturais, notadamente da Academia de Letras (onde, em 9 de novembro de 1938 foi empossada na cadeira 37) , e do Instituto Geográfico e Histórico (do qual foi Presidente interino, Vice-Presidente e Oradora).
Publicou vários trabalhos literários, dentre os quais destacamos os seguintes livros:
 
PROBLEMAS DO CORAÇÃO - Salvador, 1935 (ensaio)
       A CIGANA - Rio de Janeiro, 1949 (romande)
       O ROMANCE - Salvador,1958 (ensaio)
       UM BAIANO EMINENTE - Salvador, 1971
       SÓ MULHERES - Salvador, 1972.

Como ocupação principal, foi, durante muitos anos, Inspetora do Ensino Secundário do Ministério da Educação e Cultura, junto a diversos estabelecimentos de ensino da capital.
Militou no magistério superior, como catedrática fundadora da Faculdade de Filosofia da Bahia, na qual lecionou Didática Geral e Especial.
 
Na área assistencial, presidiu a Sociedade Baiana de Combate a Lepra e a Pró-Mater da Bahia.
Edith Mendes da Gama e Abreu faleceu em Salvador, no dia 20 de Janeiro de 1982.
 
REFERÊNCIA:
Pinheiro Araújo, Maria da Conceição – Educação em Destaque: Edith Mendes da Gama e Abreu.

          
                          RUA EDITH GAMA E ABREU, EM SALVADOR
                                  http://www.google.com.br/search?num=10&h=f
 
"O ROMANCE", DE EDITH GAMA E ABREU
 
 
 
                                                                


 



 
 

 

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

LAURO DE FREITAS


LAURO FARANI PEDREIRA DE FREITAS
 




Lauro  Farani  Pedreira de Freitas, mais conhecido como Lauro de Freitas, engenheiro e político baiano, nasceu em Alagoinhas, no dia 15 de abril de 1901, sendo seus pais Graciliano Pedreira de Freitas e Marianina Farani de Freitas.
Fez os  estudos iniciais em sua cidade de origem, completando-os em Salvador, onde foi aluno do Colégio Antônio Vieira.
Concluídos os preparatórios, ingressou na Escola Politécnica da Bahia, pela qual recebeu o diploma de Engenheiro Civil.
Iniciou a vida profissional como desenhista e inspetor de obras de arte.
Depois assumiu, sucessivamente, as funções de professor de Cosmografia e Geofísica do Ginásio da Bahia, superintendente da Compagnie de Chémins de Fer Féderaux de L´Est Brésilien, presidente da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários da Bahia e de Sergipe e, finalmente, diretor da Viação Férrea Leste Brasileiro (cargo que exerceu durante dezessete anos).
Entrou na política partidária em 1945, quando foi eleito deputado federal pela Bahia.
Em 1946, em um gesto de nobreza, desistiu de ser candidato ao governo do Estado a fim das forças políticas se unirem em torno de Otávio Mangabeira.
Em 1950, seus correligionários indicaram o seu nome para  concorrer ao referido cargo.
Em 11 de setembro de 1950, para consternação geral, Lauro Farini Pedreira de Freitas,  candidato ao governo da Bahia, faleceu em um desastre de avião, ocorrido no município de Bom Jesus da Lapa.
 
Morreram no mesmo acidente, o pai do futuro governador da Bahia, Nilo Moraes Coelho, o deputado Gercino Coelho que concorria na mesma chapa como seu vice, e o piloto Guilherme Brandão.
A respeito deste fato afirma Orlando Bastos Fraga, “existem algumas informações equivocadas". No seu modo de ver, o lamentável acontecimento não ocorreu em Bom Jesus da Lapa, e sim a cinco quilômetros da sede do município. A fuselagem, diz a referida fonte, ficou quase trinta anos no local onde caiu, em cima de uma árvore, ao  lado de uma lagoa.
O local, acrescenta o informante, “serviu como ponto de visitação dos moradores de Bom Jesus da Lapa, e de curiosos de outros municípios da região”.
Em homenagem ao grande homem público, o município de Santo Amaro de Ipitanga, situado na área metropolitana de Salvador, foi rebatizado com o nome de Lauro de Freitas
 
    
MONUMENTO A LAURO DE FREITAS
 
CAMPANHA ELEITORAL DE LAURO DE FREITAS
AO GOVERNO DA BAHIA
 
BRASÃO DO MUNICÍPIO
DE LAURO DE FREITAS
 
 
 
 
 
 
 

LAURO DE FREITAS


LAURO FARANI PEDREIRA DE FREITAS
 
 
 
Lauro  Farani  Pedreira de Freitas, mais conhecido como Lauro de Freitas, engenheiro e político baiano, nasceu em Alagoinhas, no dia 15 de abril de 1901, sendo seus pais Graciliano Pedreira de Freitas e Marianina Farani de Freitas.
Fez os  estudos iniciais em sua cidade de origem, completando-os em Salvador, onde foi aluno do Colégio Antônio Vieira.
Concluídos os preparatórios, ingressou na Escola Politécnica da Bahia, pela qual recebeu o diploma de Engenheiro Civil.
Iniciou a vida profissional como desenhista e inspetor de obras de arte.
Depois assumiu, sucessivamente, as funções de professor de Cosmografia e Geofísica do Ginásio da Bahia, superintendente da Compagnie de Chémins de Fer Féderaux de L´Est Brésilien, presidente da Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Ferroviários da Bahia e de Sergipe e, finalmente,  diretor da Viação Férrea Leste Brasileiro (cargo que ocupou durante dezessete anos).
Entrou na política partidária em 1945, quando foi eleito deputado federal pela Bahia.
Em 1946, em um gesto de nobreza, desistiu de ser candidato ao governo do Estado a fim das forças políticas se unirem em torno de Otávio Mangabeira.
Em 1950, seus correligionários homologaram sua candidatura.
Em 11 de setembro daquele ano, para consternação geral, Lauro Farini de Freitas,  candidato ao governo da Bahia, faleceu em Bom Jesus da Lapa, em  um desastre de avião.
Ele tinha, na ocasião, 49 anos de idade.
Morreram no mesmo acidente, o pai do futuro governador da Bahia, Nilo Moraes Coelho, o deputado Gercino Coelho (que concorria na mesma chapa, como vice-governador) e o piloto Guilherme Brandão.
A respeito deste fato afirma Orlando Bastos Fraga que “existem algumas informações equivocadas". No seu modo de ver, o lamentável acontecimento não ocorreu no município de Bom Jesus da Lapa, e sim a cinco quilômetros da sede do município. A fuselagem, diz o referido A., ficou quase trinta anos no local onde o avião caiu, em cima de uma árvores, ao  lado de uma lagoa.
 
O local, acrescenta o informante, foi transformado em ponto de visitação quase obrigatória dos moradores de Bom Jesus da Lapa e de curiosos que afluem de outros municípios da região.
Em homenagem ao grande homem público, o município de Santo Amaro de Ipitanga, situado na área metropolitana de Salvador, foi rebatizado com o nome de Lauro de Freitas.
 
           
                                                             SALVADOR:  MONUMENTO A
              LAURO DE FREITAS
 
CARTAZ DA CAMPANHA DE LAURO
DE FREITAS, CANDIDATO A GOVERNADOR DA BAHIA
 
BRASÃO DO MUNICÍPIO DE
LAURO DE FREITAS
 
 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

LINA DE VILLAR


LINA DE VILLAR (ALEGORIA)






Evangelina Moniz de Aragão de Góes Araújo, mais conhecida como Lina de Villar, nasceu em Salvador, no dia 14 de setembro de 1897, sendo seus pais o médico, professor universitário e poeta Egas Moniz Barreto de Araújo (Pethion de Villar, retratado neste site nesta mesma data) e Maria Elisa de Lacerda Moniz de Aragão.
Aos 12 anos de idade, escreveu seus primeiros versos.
Publicou suas primeiras poesias na revista “A Paladina do Lar”  e colaborou na revista “Nieli”.
Conviveu com a intelectualidade do seu tempo, de vez que pertencia a uma família privilegiada: seu pai e seus três irmãos eram poetas consagrados.
Lina de Villar escreveu alguns contos e dedicou-se à pintura.
Faleceu em 4 de agosto de 1927.
Em 1997, seus filhos, comemorando o centenário de nascimento, publicaram um livro com vários versos, extraídos de sua vasta bibliografia.
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Transcrevemos a seguir alguns de seus versos:

1
Rosas de leite rosas de neve
Funéreas rosas imaculadas
Tendes a inércia dolente e leve
De Virgens loiras amortalhadas
2
Flocos de tule esfarrapado.
Gaze cetim, rendas frouxéis
Restos de um traje de noivado
Que alguém rasgou nos vergéis
3
Auréolas vivas rutilando!
Migalhas claras de algum astro
Flocos de espumas transbordando
De estranho vasos alabastrinos
4
Eu sinto em vós planger magoada
Do miserere a angústia infrene
A mesma angústia macerada
Dos versos tristes de Verlaine
5
A mesma dor que anda nos sinos
Cujos soluços nos comovem
Tremular dos violinos
No Claire de Lune de Beethoven
6
A mesma paz da água dormente,
De quietas pálpebras cerradas.
Chorando o pranto opalescente,
O pranto azul das alvoradas.
7
A mesma alma luzidia
De asas exumes de querubim
A Virgem Mãe Santa Maria
Devia ter as mãos assim ...
8
Oh! grossas lágrimas geladas
Que a noite do jardim verteu!
Ressuscitais coisas passadas
Que a gente pensa que esqueceu.
9
Tendes a palidez doentia
De mãos que vão morrer em prece
Com o fervor que nada esfria
E uma algidez que nada aquece
10
Tendo o alvor da musselina
E a languidez de quem se entrega
Rosas que um beijo contamina
Que um roçar de asa desagrega.
11
Há como vós almas na vida
Deste candor ideal dos círios
Desta brancura indefinida
Rosas que mais parecem, lírios ...
11*
Almas de arminho e claridade
Rosas que um sopro faz manchas
É negra, é negra a tempestade
E sois tão fáceis de manchar ...
12
Se Deus vos deu a cor dos luares
Vós fez tão frágeis e tão puras
Foi para a sombra dos altares
Pra solidão das sepulturas ...

*número 11 repetido no original

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NA BARRA

Que encanto! Que esplendor! Que poesia
Sopra a brisa n’um doce rumorejoEnquanto n’uma dulcida harmoniaO mar e o céu confundem-se n’um beijo.O oceano despótico, arquejante
Dos rochedos o dono altivo espanca,
Coroadas d’espumas flutuantesVagas soluçam pela areia branca.
O manto azul do céu empalidece
A noite merencória, aos poucos desce
E morre à tarde, plácida sombra
Muito além, no poente ensangüentado,
De bambinellas d’oiro e luz franjando,Mergulha o sol nas vascas da agonia

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TARDE DE OUTONO

O sol fraco que lembra uma rosa vermelha
Parece tiritar na mortalha gelada
Que envolve de cinza e de névoa esgarçada
Onde a luz de dilui nuns tons de prata velha
Caem zumbindo como as asas de uma abelha
Folhas mortas no chão... Ao longe abandonada
Uma árvore esguia à beira de uma estrada
Impassível no lago opalino se espelha...
Ligeira a brisa passa a penumbra rasgando
Um grande beijo frio e agreste simulando
Beijo que refrigera, enleva e delicia
Outono! Eu te comparo a um longo sonho triste
Que as almas acorrenta e ao qual ninguém
Resiste.
Sonho feito de bruma e melancolia...

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SAUDADE

Era tarde.
Num recanto florido e sombreado cantavam
alegremente os passarinhos.
Como um brilhante fio de prata viva
Serpeava um límpido regato, rolando sobre
pedrinhas, alvíssimas formava pequenas
cascatas
Galhos e raízes secas atravessavam-no
como minúsculas pontes. O firmamento estava
azul... mas de um azul tão claro...
De repente rompendo a ramagem esmeraldina
apareceu uma linda virgem. Tinha os olhos cor de saphira e os cachos
de oiro tremiam entre o seu pescoço brando e
roliço
As faces acetinadas tinham a frescura
de um botão de rosa ...
..................................................................
Olhou em torno de si indiferente a tudo que
a cercava ...
Sentou-se sobre uma pedra
do caminho ...
A natureza sorria... e ela chorava ...
... Desigualdade das coisas humanas ...
A donzela soluçava e suas lágrimas deslizando
no cetim do seu rosto iam perdendo-se entre a
relva pura e cristalina como se fossem os mais
custos brilhantes do colar de uma rainha que
alguma mão caprichosa desatasse o fio ...
Súbito ... oh! milagre! brotaram da terra inúmeras
florzinhas brancas e roxas.
As primeiras traduzem a candura, d’aquela
alma jovem, as segundas eram como a cruel mágoa que lhe atravessava o coração ...
..................................................................
Uma legião de espíritos divinos passou por
ali, colhendo braçadas das graciosas florzinhas
foram oferecê-las ao senhor em
..................................................................
mística prece...................
..................................................................
..................................................................
As cândidas avezinhas no topo das
arvores continuavam a cantar e o eco ao longe
repetia no morno silêncio da tarde.
Do pranto aljofarado de uma virgem
nasceram as saudades ...


http://www.google.com.br/search?num=10&h

 

 

 








 

PETHION DE VILLAR


PETHION DE VILLAR




Egas Moniz Barreto de Aragão, mais conhecido como como Pethion de Villar, médico, professor universitário e poeta, nasceu em Salvador no dia 4 de setembro de 1870, sendo seus pais Francisco Moniz de Aragão e Ana Lacerda Moniz de Aragão.
Em 1895, concluiu o curso de medicina na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual recebeu o grau de doutor, depois de defender tese sobre “Síntese da Medicina”.
Praticou o parnasianismo e dirigiu a “Revista do Grêmio Literário”.
Fez parte da Academia de Letras da Bahia, onde ocupou a cadeira número 13 que tem como patrono Francisco Moniz Barreto.
 
Portador de cultura invejável, faleceu no mesmo solar onde nasceu, deixando quatro filhos, todos poetas e conhecidos por seus respectivos pseudônimos:
Lina Villar (Evangelina Moniz de Aragão de Goes Arajújo),
Egas Moniz Barreto de Aragão (Nuno de Villar),
Duarte Moniz Barreto de Aragão (Duarte Aragão)  
Ana Moniz de Aragão do Rego Maciel (Anita Didier).
 
Produziu alentada bibliografia sobre assuntos científicos, filosóficos e literários mas foi acima de tudo poeta.
Em vida publicou apenas um folheto de 39 páginas sob o título “Suprema Epopéia”.
Quatro anos depois de sua morte, a viúva Maria Elisa de Lacerda Valente Moniz de Aragão publicou em Lisboa “Poesias Escolhidas” e em 1975, o Conselho Federal de Cultura (MEC) publicou “Poesia Completa”.
 *

 De sua autoria são, dentre muitos outros, os seguintes versos:

 UM LAÇO DE FITA

Preso em negra madeixas perfumosa,
Provocante mimoso , ontem eu via,
Refreando do cacho a rebeldia
Um lacinho de fita cor de rosa

A lirial criança que o trazia
Valsando, cair deixa-o descuidadosa;
Apanhei-o veloz - Coisa espantosa ! -
Laçou-me o laço a alma ! ... quem o diria !

Laçou-me o coração e já o elo queima...
Em vão partí-lo tento; a minha teima
Mais aperta a laçada. Coitadinho !

Desde então, réu de amor, vivo amarrado
Sem vontade sem forças condenado
A ser galé perpétuo de um lacinho !


HOMENAGEM

Ao talento musical da jovem e eximia
pianista, a Exma Sra. Dona MARIA

ROMANA MONIZ DE ARAGÃO.
IMPROVISO


Tocas - vibra em o piano uma alma, fala e pensa!
Tocas - quanta expressão, meu Deus!...que sentimento
Palpita em cada nota !...o mágico instrumento
Soluça - voz de poeta a gaguejar imensa

Tocas - como um casal de garças que, fugindo,
Das plumas soltas a voar mil pérolas.....assim
Ruflam-te as alvas mãos no lago de marfim,
Pe’o teclado em fóra - acordes sacudindo.

Tocas - mochos revoam, espalham-se assustados,
Da harmonia ao açoite, os meus negros cuidados!...
Tocas - brilha o luar, desfaz-se a escuridão

Que a vida.........................
Oh!... toca mais !...ouvindo-te suave
Esqueço-me do mundo, ergo-me, torno-me ave,
Abro as asas e, vôo bem longe...na amplidão...

 
A ALMA VERDE


Às vezes, alta noite, à boca da floresta
Cheia de uivos de amor e de berros ferozes,
Como a voz do oceano aterradora e mesta,
Levanta-se uma voz feita de cem mil vozes;

E essa voz que amedronta o coração mais forte
E como harpas de ouro ao mesmo tempo enleva,
De galho em galho vai, como um grito de morte,
Espalhando o terror atávico da Terra !...

Desembesta o tapir que o pânico escorraça;
Enrosca-se a jibóia, o jaguar sente medo,
Na escuridão da loca o Índio acuado espia...

Tudo se encolhe, treme, espera, silencia,
Da pluma dos bambus à aresta do rochedo...
É a alma da floresta - a Alma Verde que passa

 

A UMA SENHORA
Em dia de aniversário


Fosse meu verso aroma e a frase fosse flor,
Tivesse o verso meu mil formas peregrinas,
E a minha tosca rima o brilho, a tinta, o odor
Das rosas, dos jasmins dos cravos, das boninas;

Então Senhora, então formosa, um ramo cheio
De essências tropicais, de um gosto transcendente,.
Com a devida vênia e sem nenhum receio,
Eu vos daria hoje, ufano e alegremente.

Mas como do poeta as vozes langorosas,
Não podem transforma-se em flores, em perfumes
E a rima não possui o trescalar das rosas,
E a estrofe não contém da natureza os lumes;

Aceitai entretanto estas linhas sem cor,
Tal como esse buquê de violetas...Cai-me
Do lábio um riso - é pobre o mimo e sem valor, -
Mas é de coração, Senhora ! Desculpai-me

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MARINHA

Desce a Noite enrolada em brumas hibernais. . .

Trágica solidão, vago instante sombrio,

em que, tonto de medo, o olhar não sabe mais

onde começa o mar e onde acaba o navio.

Nem o arfar de uma vaga: o mar parece um rio

de óleo; oxidado o céu de nuvens colossais,

num zimbório de chumbo acaçapado e frio,

escondendo no bojo a alma dos temporais.

Nem das águas no espelho o reflexo de um astro...

Apenas o farol, no vértice do mastro,

rubra a pupila, a arder, dentro de uma garoa.

E lá vai o navio, espectral, lento e lento,

como um negro vampiro, enorme e sonolento,

pairando sobre um caos de tênebras, à toa.

POEMA DAS VOGAIS
(Alexandrinos modernos)

Ao impecável estilista Remy de Gourmont

...........................................voyelles,
Je dirai quelque jour vos naissances latentes.

Rimbaud

A – branco.

O – preto.

U – roxo.

I – vermelho.

E

E – verde.

Sim, toda vogal tem um aroma e uma cor. Que sabemos sentir, que

Poderemos ver de Cima do Verso, de dentro do nosso Amor.

A


A – deslumbramento alvor; lagoas de neblina,

Mortas entre bambuais em noites de luar;
Panejos de Albornoz; celagens de morfina;
Hóstias subindo, lento, entre os círios do altar.

Neve solta a cair; runimóis do Himalaia;

Palidez de noivado; asas pandas de cisne;

Estátuas; colos nus; penumbras de cambraia;

Pétala de magnólia antes que um beijo a tisne.

O

O – negrumes do mar; torvas noites de chuva;

Escuridão dos teus cabelos perfumados;

Gargantas de canhões; compridos véus de viúva,

Longos dias cruéis dos que não são amados.

Veludo que reveste a petrina das moscas,
Dessas que vão pousando em tudo, sem respeito,

E um dia hão de zumbir, gulosas, sobre as roscas
Alvas e frias de teu corpo tão bem feito!

U

U – lúgubres clarões agônicos de enxofre;

Cor do Mistério; cor das paixões sem consolo;
Soluço há muito preso, estourando de chofre;

Último beijo, olhar vesgo e triste de goulo.

Olheiras de Saudade; olheiras de Ciúme;

Chagas místicas de S. Francisco de Assis;

Clangores d´órgão que poeta algum resume;

Desilusões de amor que nenhum verso diz.

I

I – púrpuras reais alcachofradas de ouro;

Rubores virginais; lacre de bofetadas;

Fanfarras de clarim; alamares de toro
Onde o carrasco abate as frontes rebeladas.

Sangue escarrado das bocas tuberculosas;

Sangue da aurora; orvalho ardente das batalhas;

Sangue das uvas; sangue aromado das rosas;

Farrapos de bandeira assanhando metralhas!

E

E — febre do uíste, cor das campinas em flor,

Transparências de absinto; alma da mata virgem;

Cor da Esperança; paz das vigílias do amor;

Mortalhas, que do mar as glaucas ondas cirgem.

Hieróglifos que Deus ou o Diabo escreve
Nas frontes geniais dos Bardos e dos Sábios;

Espáduas sobre as quais a Morte, muito em breve,
Voluptuosamente há de colar os lábios.

..................................................................................

A – branco.

O – preto.

U – roxo.

I – vermelho.

E

E – verde.

Sim, toda vogal tem um aroma e uma cor,
Que sabemos sentir, que poderemos ver de
Cima do Verso, de dentro do nosso Amor.

(Poesias escolhidas, 1928)

HARMONIA SUPREMA

Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Irrompa finalmente
Do meu lábio covarde, alto, numa explosão
Fatal, de uma só vez este segredo ardente<
Assim como um rugido, assim como um clarão!

Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Ó Verbo onipotente
Que se fez Carne! Ó doce e horrível confissão!
Asa que vem do Azul varrendo a Noite em frente,
Aleluia eternal, suprema Redenção!

Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Oh que aurora irradia
Desta frase ideal que anda a cantar, à toda...
Silêncio! Versos meus... parai vossa Harmonia!

Basta! A voz deste Amor que me enleva e me aterra!
Do meu Corpo à minha Alma, indômita, revoa
Como um raio de sol que prende o Céu à Terra.

(Poesias escolhidas, 1928)


Texto e poemas extraídos da obra:
Fontes de Alencar
ANOTAÇÕES DE POESIA
no Centenário da
REVISTA AMERICANA (1909-1919)
Brasília: Thesaurus, 2010.
ISBN 978-85-7062-925-8

O poema das vogais, ..., como em outros seus,

consegue superar a tentação gratuita da virtuosidade. Se-

rão experiências, do teor estético das “variações” em mú-

sica: uma recriação sempre nascente. Pethion de Villar

consegue atingir, ali, a força sugestiva, mercê do proces-

so da “enumeração caótica”, definido por Léo Spitzer e

tão dificilmente fecundo (A. Coutinho – A Literatura no

Brasil, v.IV – Era realista/Era de transição)

Péricles Eugênio da Silva Ramos em Do Barroco ao Modernismo – Estudos de Poesia Brasileira (Rio de Janeiro: 2ª Ed., Livros Técnicos e Científicos, 1979) ao tratar da Poesia Simbolista, fixou que

na Bahia, figura da primeira hora foi Pethion de Villar, também parnasiano, mas em ambas as tendências

legítimo artista...

Aos leitores, a paráfrase de Pedro Kilkerry, recolhida pelo acadêmico Cláudio Veiga:

ZERO

Belo Amor, a olhar da Alma... E o ódio é fusco!

[e é vesga a Inveja!

Por que atrás da Ilusão, na vontade tens asas?

Por que, no orgulho da Obra, após o do Eu, te abrasas,

Se a Morte – Urso Polar – invisível, fareja?

Homem-restos de Raça, e corres tu e atrasas

Esmagado do pé de um deus, que te não veja

Nem a dor que em teu peito, um grande Sol, dardeja...

Oh! Os sonhos caem, como as pedras, como as casas...

Tudo se acabará! No futuro, espreitando,

A figura do Caos, sinistramente ansiada

Por um Como é que espera e a tragédia de um Quando...

E comido do Frio ou do Fogo comido,

O Mundo há de rolar – um Zero desmedido –

Tragado pela boca espantosa do Nada!