quarta-feira, 26 de setembro de 2012

GONÇALO MONIZ


GONÇALO MONIZ

 

Gonçalo Moniz Sodre de Aragão, mais conhecido como Gonçalo Moniz, nasceu em Salvador, no dia 28 de janeiro de 1870, sendo seus pais Egas Carlos Moniz Sodré de Aragão e Maria Leopoldina Sodré de Aragão.
Concluídos os estudos primários e os de humanidades, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, na qual colou o grau de doutor em Medicina, em dezembro de 1893.
Aluno laureado, tendo obtido as melhores notas em todas as disciplinas do currículo médico, teve, como prêmio, uma viagem de estudos à Europa. A viagem não foi realizada por omissão das autoridades responsáveis.
Em 1894, foi nomeado professor assistente de Clínica Médica. Em 1895, após concurso, foi empossado no cargo de substituto da 4ª Secção (Anatomia e Fisiologia Patológicas). Em 1901, foi professor substituto da 2ª Secção (Bacteriologia, Histologia e Anatomia Patológica). Em 1906, foi designado para reger, interinamente, a cadeira de Histologia e, em 1908, a de Bacteriologia. Em 1915, conquistou a cátedra de Patologia Geral, na qual permaneceu até sua aposentadoria.
Sua biblioteca particular, com cerca de dezesseis mil volumes, foi considerada uma das mais importantes da Bahia.
Em 1899, foi designado para organizar e dirigir o gabinete de análises e pesquisas do estado, instituição destinada ao diagnóstico e profilaxia das doenças infecto contagiosas.
Na mesma época foi comissionado para estudar, no Rio de Janeiro e São Paulo, o preparo do soro antipestoso. Regressando a Salvador, diagnosticou, com isolamento do germe, os primeiros casos de peste bubônica, ocorridos em 1904.
No mesmo ano, foi designado para instalar e dirigir o Hospital de Isolamento.
Em 1905, reorganizou, com o Prof. Fernando Luz, a biblioteca da Faculdade de Medicina, quase destruída pelo incêndio que devastou aquela cada de ensino.
Pouco depois, foi nomeado Diretor da Saúde Pública, quando instalou o Instituto Oswaldo Cruz, com as Secções de Bacteriologia, Vacinação Antivariólica e Vacinação anti-rábica.
Em 1916, foi nomeado Secretário do Interior, Justiça e Instrução Pública.
Em 1917, com outros intelectuais baianos, fundou a Academia de Letras da Bahia.
Em 1924 foi indicado para redigir a “Memória Histórica da Faculdade de Medicina da Bahia”, obra publicada em 1940.
De sua autoria, além de numerosos trabalhos, é a “História da Medicina e sua Evolução, na Bahia”.
Faleceu em 1º de junho de 1939.
Em sessão solene da Congregação, realizada no dia 19 do mesmo mês, foi aprovado um voto de profundo pesar pela sua morte, ocasião em que o Prof. Magalhães Neto afirmou: “Gonçalo Moniz não foi somente um erudito, porém uma expressão raríssima de cultura. Conhecedor de todas as ciências médicas, dotado de uma ilustração humanística das maiores de sua época, foi um sábio, tomando-se o termo na plenitude do seu significado”.
Disse o Prof. Otávio Torres, em seu “Esboço histórico dos acontecimentos mais importantes da vida da Faculdade de Medicina da Bahia”: “Gonçalo Moniz era um dos espíritos mais brilhantes da Congregação e considerado um sábio pelos seus pares, pois discutia, de improviso, qualquer assunto e sua opinião era sempre abraçada pela maioria dos colegas”.
 
 
 
 

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