quarta-feira, 26 de setembro de 2012

CLEMENTINO FRAGA

 
Extraido de Clementino Fraga: Itinerário de uma vida. Livraria José Olympio Editora-
                        INL-MEC. Rio de Janeiro, 1980







Clementino da Rocha Fraga, mais conhecido como Clementino Fraga, nasceu em Muritiba, em 15 de setembro de 1880, sendo seus pais Clementino da Rocha Fraga  (o mesmo nome) e Córdula de Magalhães Fraga.

Após realizar os cursos primário e secundário, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual colou o grau em Medicina, no ano de 1903.

Durante o curso secundário, foi aluno dileto de Carneiro Ribeiro, a quem deve os alicerces de sua vasta cultura literária e humanística.

Em 1904, foi Professor assistente de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Bahia. Em seguida, transferiu-se para o Rio de Janeiro, quando obteve, após brilhante concurso, o cargo de Inspetor Sanitário.

Em 1910, regressou para a Bahia e foi nomeado, depois de memorável concurso, Professor catedrático de Clínica Médica. Assim permanecendo até 1925, quando foi transferido para a Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro.

Representou o Brasil no 17º Congresso Internacional de Medicina, reunido em Londres, e no Congresso Internacional de Tisiologia, realizado em Córdoba, na Argentina.

Atendendo convite do Presidente Washington Luis, chefiou, na capital do país, a campanha contra a febre amarela, doença que se manifestou, de forma preocupante, em vários estados do Brasil, especialmente no Rio de Janeiro.

Em 1930, fundou o Curso de Aperfeiçoamento em Tuberculose.

De 1937 a 1940, exerceu o cargo de Secretário Geral de Saúde, do Distrito Federal, quando se destacou de modo admirável, merecendo homenagens e elogios por parte das maiores autoridades do país.

Nesta altura Clementino Fraga já era Professor Emérito da Universidade do Brasil e da Faculdade de Medicina da Bahia.

Pertenceu a inúmeras instituições científicas e culturais do Brasil e do exterior, destacando-se, dentre elas, a Academia de Medicina de Paris, a Academia de Medicina de Buenos Aires, a Academia de Ciências de Lisboa, a Academia de Letras da Bahia, a Academia Fluminense de Letras e a Academia Brasileira de Letras.

Sua produção científica e literária é de alto valor. “Em todas as suas obras há de notar o cuidado e a atenção com que tratava os temas, fosse científico ou literário. Seu estilo era atiço, mostrando a sua intimidade com os clássicos. Foi, certamente, na mais legítima acepção da palavra, um humanista” (4).

Quanto à medicina, profissão que ele exerceu de modo verdadeiramente invejável, advertiu: “A Medicina dos nossos dias ameaça verdadeiro perigo social,carregada a culpa à conta da especialização precoce, motorizada e invasora” (1)

A respeito de Clementino Fraga, disse Loureiro de Souza: “Homem de ciência e homem de letras, foi uma das maiores figuras do seu tempo. Foi, em tudo e por tudo, um grande varão, desses que figuram na obra de Plutarco, não sendo poucos os que o consideram um sábio. E o era, na verdade” (4).

Faleceu, no Rio de Janeiro, em 8 de janeiro de 1971.




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