domingo, 30 de setembro de 2012

JORGE AMADO


JORGE AMADO
 
 
Jorge Leal Amado de Faria, mais conhecido como Jorge Amado, nasceu em Itabuna, no dia 10 de agosto de 1920.
Nasceu na Fazenda Auricídia, no município de Ilhéus (depois, município de Itajuípe). Seu registro de nascimento foi lavrado no povoado de Ferradas, pertencente a Itabuna.
Em 1921 seus pais se estableceram em Ilhéus, em Ilhéus Jorge Amado viveu grande parte de sua infância.
Concluídos os estudos preparatórios, foi para o Rio de Janeiro para estudar Direito na Faculdade Nacional de Direito, centro de intensa atividade política, com de influência comunista.
No Rio o estudante Jorge Amado, premido pelos ideais da mocidade acadêmica, tornou-se jornalista de esquerda. Interessou-se, a partir daí, pelos problemas ligados às injustiças sociais, o folclore, as crenças, costumes e tradições do povo brasileiro.
Sua produção literária é imensa e é considerada a mais significativa da moderna ficção brasileira.
Em 1945 foi eleito deputado federal. Como deputado foi o autor da emenda que garantiu a liberdade religiosa. Outra emenda de sua autoria, garantiu os direitos autorais.
Em consequência de sua atividade, na época considerada subversiva, foi exilado na Argentina e no Uruguai (1941 a 1942), na Fraça (1948 a 1950) e na Tchecoslováquia (1951 a 1952).
Por todo a parte por onde andou, nunca deixou de ser escritor. Publicou 49 romances. É um dos autores brasileiros mais lidos em todo o mundo, atrás apenas de Paulo Coelho.
Seus livros estão traduzidos em 49 idiomas e dialetos, editados em 55 países.
Muitos dos seus romances foram adaptados à televisão, ao cinema e ao teatro, sob a forma de mini-séries, filmes de long metragem, peça teatrais e novelas, todos considerados eles considerados autênticos sucessos: “Tieta do Agreste”, “Gabriela, Cravo e Canela”, “Teresa Batista Cansada de Guerra”, “Dona Flor e Seus Dois Maridos” e “Tenda dos Milagres”.
Outros romances froam transformados em temas de escolas de samba. Alguns chegaram a ser divulgados em braille e fitas  apropriadas para deficientes auditivos e visuais.
A despeito de ser materialista, Jorge Amado simpatizava com o candoblé, era Obá de Xangô no Ilê Opó Afonjá e tinha forte relação de amizade com Mãe Aninha, Mãe Senhora, Mãe Menininha do Gantois, Mãe Stela de Oxóssi, Olga de Alaketu, Mãe Mirinha do Portão, Mãe Cleusa, além de muitos pais de santos.
Jorge Amado recebeu vários prêmios e honrarias, na Rússia, França, Itália, Bulgária e outros países, além do Brasil.
Em 6 de abril de 1961 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira 23, cujo patrono é José de Alencar. Sobre a Academia de Letras publicou “Farda, fardão, camisola de dormir”, onde critica o formalismo acadêmico e a senelidade de alguns de seus membros.
Jorge Amado manteve correspondência com várias personalidades. Mais de cem mil páginas em vias de catalogação estão guardadas no acervo da “Fundação Casa de Jorge Amado”, em Salvador. Segundo a poetisa Myriam Fraga, Presidente da Fundação, tais cartas,  de acordo com recomendação expressa de Jorge Amado, só poderão ser divulgadas cinquenta anos após a morte do escritor. Da correspondência constam relatos de grandes escritores, poetas e intelectuais de vários países, tais como Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Monteiro Lobato, Gilberto Freire, Pablo Neruda, Gabriel Garcia Márquez, José Saramago, Juscelino Kubitschek, Frrançois Mitterrand e Antônio Carlos Magalhães.
Segue, por ordem cronológica, a relação das obras de Jorge Amado:
País do Carnaval, romance (1930).
Cacau, romance (1933)
Suor, romance (1934)
Jubiabá, romance (1935)
Mar morto, romance (1936)
Capitães de areia, romance (1937)
A estrada do mar, poesia (1938)
ABC de Castro Alves, biografia (1941)
O cavaleiro da esperança, biografia (1942)
Terras do Sem-Fim, romance (1943)
São Jorge dos Ilhéus, romance (1944)
Bahia de Todos os Santos, guia turístico (1945)
Seara Vermelha, romance (1946)
O amor de soldado, teatro (1947)
O mundo da pas, viagens (1951)
Os subterrâneos da liberdade, romance (1954)
Gabriela, caravo e canela, romance (1958)
A morte de Quincas Berro d´Agua, romance (1961)
Os velhos marinheiros ou o capitão de longo curso, romance (1961)
Os pastores da noite, romance (1964)
O Compadre de Ogum, romance (1964)
Dona Flor e Seus Dois Maridos, romance (1966)
Tenda dos milagres, romance (1969)
Teresa Batista cansada de guerra (1972)
O gato malhado e a andorinha Sinhá, livro infantil (1976)
Tieta do Agreste, romance (1977)
Farda, fardão, camisola de dormir, romance (1979)
O recente milagre dos pássaros, contos (1979)
O menino grapiúnca, memórias (1982)
A bola e o goleiro, livro infantil (1984)
Tocaia grande, romance (1984)
O sumiço da santa, romance (1988)
Navegação de cabotagem, memórias (1992)
A descoberta da América pelos turcos, romance (1994)
Do recente milagre dos pássaros, fábula (1997)
Hora da Guerra, crônicas (2008)
Jorge Amado faleceu em Salvador, no dia 6 de agosto de 2001.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


COSME DE FARIA, O ADVOGADO DOS POBRES


COSME DE FARIAS






Cosme de Farias, rábula e político brasileiro, nasceu no subúrbio de São Thomé de Paripe, em Salvador, no dia 2 de abril de 1875.
Autodidata, contando apenas com instrução primária, tornou-se  advogado provisionado e defendeu milhares de pessoas pobres, no foro de Salvador.
Lutou contra o analfabetismo e a defendeu, durante uma longa vida, nobres ideais democráticos.
Em 1915 fundou a “Liga Baiana contra o Analfabetismo”, entidade que funcionou até alguns anos depois de sua morte. Publicou panfletos, artigos e cartilhas, fundou e manteve numerosas escolas, em Salvador e outras cidades baianas.
Em 1909 foi patenteado “Major” pela Guarda Nacional, antiga instituição que teve origem no Império e perdurou até os  primeiros anos da República.
Apesar de sua educação rudimentar,  advogou com eficiência, fazendo-se respeitar por leigos e cultos. Por esse motivo era conhecido como “advogado dos pobres”.
 
Seu escritório de advocacia, segundo Jorge Amado, era uma pequena porta de uma oficina de um remendão de sapatos, sem dpuvida o mais movimentado do Brasil.
Retirou das ruas de Salvador loucos desvalidos e abandonadas, aos quais deu assistência jurídica, carinho e abrigo.
Durante muito tempo manteve uma coluna nos jornais da capital onde fazia comentários e críticas, pregava contra o analfabetismo e divulgava idéias. A jornalista Mônica Celestino, sob o título “O jornalista Cosme de Farias”, publicou interessante trabalho sobre o assunto.
Ingressou na carreira política, foi eleito deputado estadual, em várias legislaturas.
Foi vereador por diversos mandatos. A Câmara Municipal de Salvador deu ao seu plenário o nome de “Cosme de Farias”.
O nome “Cosme de Farias” é uma alusão ao bairro em que ele viveu. Alí existe uma praça, um busto e um logradouro com o seu nome.
Jorge Amado ao escrever “Tenda dos Milagres”, criou o personagem “Damião de Souza”, inspirado em Cosme de Farias.
Ronaldo Jacobina, médico e professor universitário de renome, publicou uma pesquisa sobre “Cosme de Farias e o Manicômio Estadual da Bahia”. Por mais de meio século foram internados no Hospício de São João de Deus, por interveniência de Cosme de Farias, centenas de alienados “indigentes”. Em menos de um ano, o  A. computou mais de quarenta deles.
Utilizando habeus corpus e outros recursos jurídicos, defendeu os desprotegidos, lutou contra a injustiça e pregou o Bem, a Paz, e a Justiça.
Cosme de Farias faleceu aos 97 anos de idade, vítima de trombose venosa, em pleno exercício do mandato de deputado estadual.
Na época, era o parlamentar mais idoso do mundo.
 
 
 
 
 
 
 

sábado, 29 de setembro de 2012

OS IRMÃOS LACERDA: ANTÔNIO E AUGUSTO


ELEVADOR LACERDA- ASPÉCTO ATUAL
 






Antônio Francisco de Lacerda é o idealizador do Elevador Lacerda, elevado que liga as cidades baixa e alta, em Salvador, na Bahia.
Filho de pais de amplos recursos financeiros, Antônio Lacerda desejou, desde criança, construir o elevador que hoje tem o nome de sua família.
Ele não possuia os conhecimentos técnicos necessários, pelo que se aliou ao engenheiro, seu irmão, Augusto Frederico de Lacerda.
Juntos, criaram a Companhia de Transportes Urbanos, importaram da Inglaterra as peças de aço e iniciaram as obra, em 1869.
Em dezembro de 1873, para espanto de muitos incrédulos, inauguraram dois elevadores hidráulicos, os maiores do mundo naquela época, com o nome de Elevador Hidráulico da Conceição da Praia.
A população preferiu chamá-lo de “Elevador do Parafuso”.
Em 1896 foi renominado como “Elevador Lacerda”, em homenagem a coragem dos dois irmãos.
Desde a inauguração, o Elevador Lacerda passou a ser considerado o principal meio de transporte da cidade.
No início os passageiros tinham de ser pesados a fim do mecanismo funcionar dentro dos limites de segurança. O Barão de Jeremoabo, figura de destaque da época, assim registrou sua passagem no referido elevador:
"Em 16 de março de 1889 pesamo-nos no elevador, dando o seguinte resultado: Pinho - 54 quilos, ou 3 arrobas e 98 libras; Cícero - 61 quilos, ou 4 arrobas e 2 libras; Guimarães - 65 quilos ou 4 arrobas e 10 libras;  Artur Rios - 73 quilos ou 4 arrobas e 26 libras; e Vaz Ferreira - 115 quilos, ou 7 arrobas e 20 libras."
O Elevador Lacerda sofreu várias reformas e melhoramentos: em 1906, foi eletrificado; em 1930, recebeu mais duas cabines e uma nova torre; na década de 1950, foi beneficiado com ampla reforma em sua parte mecânica; na década de 1980, sofreu revisão em sua estrutura de concreto; em 1997, foi realizada a revisão do maquinário elétrico e eletrônico.
Devemos o aspecto atual, em estilo art déco, à reforma de 1930, quando as cabinas foram ampliadas para quatro, cada uma com capacidade para 27 passageiros.
Esta obra de grande valor arquitetônico foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 7 de dezembro de 2006. Tem 72 metros de altura e duas torres: uma que sai da rocha e perfura a Ladeira da Montanha, equilibrando as cabines. A outra torre,  mais visível, se articula à primeira e desce até o nível da Cidade Baixa.
A utilização é da ordem de 900.000 passageiros/ano, o que equivale a uma média de 28.000 pessoas por dia.
O percurso é de trinta segundos de duração.
 
ELEVADOR HIDRÁULICO DA CONCEIÇÃO
INAUGURADO EM 1873
 

ANDRÉ REBOUÇAS





ANDRÉ REBOUÇAS







Além de Teodoro Sampaio três engenheiros baianos, descendentes de escravos, realizaram obras importantes no Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná: são os irmãos André, Antônio e José Rebouças. Os irmãos Rebouças são responsáveis por estudos e construção de obras urbanas, rodiviárias e ferroviárias nos referidos estados, pelo que  são homenageados com nomes de ruas, túneis e cidades.
O principal deles, André Rebouças, nasceu em Cachoeira, no dia 13 de janeiro de 1838, sendo seus pais Antônio Pereira Rebouças (filho de uma escrava alforriada) e Carolina Pinto Rebouças.
Em 1842 mudou-se para o Rio de Janeiro, quando foi acometido de varíola.
Em 1854 entrou, com o irmão Antônio, no curso de engenharia da Escola Militar. Recebeu o diploma no final de 1858 e, dois anos depois, foi promovido a primeiro tenente.
Formado embarcou,  com o irmão Antônio, para a Europa em viagem de estudos.
De regresso ao Brasil, André foi nomeado inspetor das fortalezes do exército  e  fixou  residência em Santa Catarina.
Em 1864, aceitoua uma comissão para estudar a remodelação do porto do Maranhão.
Regressando ao Rio de Janeiro, tornou-se formoso por ter solucionado o problema do abastecimento de água, utilizando mananciais fora da cidade.
No ano seguinte, alistou-se como voluntário e seguiu para a guerra do Paraguai. Participou do cerco de Uruguaiana, fez amizade com o Conde D´Eu, que acompanhava D. Pedro II em visita ao campo de batalha.
Durante o conflito, lutou em Passo da Pátria e Tuití e contribuiu,  como engeneiro militar,inventando uma espécie de torpedo, utilizado com sucesso pelo exército brasileiro.
Contraiu novamente a varíola, motivo pelo qual foi afastado das operações militares.
De regresso ao Rio de Janeiro, foi nomeado inspetor das alfândegas da capital do Império.
Em 1872, viajou mais uma vez para a Europa, onde se dedicou a obter ajuda para Carlos Gomes, que acabara de compor a Fosca. Em seguida foi a Nova Iorque, onde foi sofreu forte preconceito racial.
Voltando ao Rio, tornou-se amigo de Machado de Assis, publicou artigos nos jornais sobre assuntos variadosne tornou-se abulicionista famoso.
Proclamada a República, André Rebouças acompanhou o Imperador em seu exílio.
Com a morte de D. Pedro II, André Rebouças apresentou grave distúrbio emocional e embarcou para a Afrícia, estabelecendo-se em Funchal, na Ilha da Madeira.
No dia 9 de maio de 1898, “seu corpo é encontrado estendido no mar, ao pé de uma rocha, bem em frente ao lugar em que morava. Teria sido suicídio?
                                                         

                                                          
 
 

 O PAI E OS DOIS FILHOS:
ANDRÉ E ANTÔNIO
REBOUÇAS

TEODORO SAMPAIO



 TEODORO SAMPAIO
 
 
 
 

Teodoro Fernandes Sampaio, engenheiro geográfo, escritor e historiador brasileiro, nasceu em 7 de janeiro de 1855, no Engenho Canabrava, sendo seus pais o padre Manuel Fernandes Sampaio e a escrava Domingas da Paixão do Carmo.
Em 1855, o Engenho Canabrava estava localizado no município de Santo Amaro da Purificação. Hoje faz parte do município de Teodoro Sampaio.
Estudou as primeiras letras no colégio do professor José Joaquim Passos, em sua terra natal.
Em 1864, seu pai o levou para São Paulo. Depois, para o Rio de Janeiro, onde estudou no Colégio São Salvador e ingressou no curso de Engenharia do Colégio Central.
Ainda estudante, lecionou nos Colégios São Salvador e Abílio (dirigido pelo médico e educador baiano Abílio Borges, Barão de Macaúbas). Na mesma época, foi desenhista do Museu Nacional.
Em 1877, ano em que concluiu o curso de engenharia, regressou para Santo Amaro.
Em 1878, comprou a alforria do irmão Ezequiel. Em 1882, a do irmão Marinho e, em 1884, a do irmão Matias.
Teodoro Sampaio, por ser filho de branco, nunca foi escravo.
Em 1879 integrou a “Comissão Hidráulica”, nomeada pelo Imperador D. Pedro II. Foi o único brasileiro da comissão: os outros membros eram norte americanos.
Em 1882, realizou o prolongamento da linha férea de Salvador ao São Francisco.
No ano seguinte foi nomeado engenheiro chefe da Comissão de Desobstrução do Rio São Francisco.  Ainda em 1883, integrou a comissão que realizou o levantamento geográfico do Estado de São Paulo.
Daí por diante exerceu vários cargos importantes: engenheiro-chefe da Companhia Cantareira, engenheiro-chefe do saneamento do Estado de São Paulo, diretor do saneamento de São Paulo,  fundador da Escola Politécnica de São Paulo e do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.
Fez parte do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (do qual foi presidente) e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, e presidiu o V Congresso Brasileiro de Geografia.
É considerado um dos maiores pensadores do Brasil.
De sua bibliografia, vasta e erudita, constam obras de geografia e história, notadamente sobre as bandeiras paulistas e sua contribução na formação do território nacional. De grande importância são a sua percepção sobre a cultura indígena, seus estudos sobre os rios brasileiros, as pinturas rupestes em sítios arqueológicos nacionais, a língua tupi na geografia do Brasil, e suas pesquisas geológicas.
Participou da expedição de Orville Derby ao vale do rio São Francisco e de outras numerosas expedições geológicas.
Foi amigo e colaborador de Euclides da Cunha, a quem repassou conhecimentos sobre o sertão baiano, durante a elaboração do  livro “Os Sertões”.
Suas obras mais importantes são:
O rio São Francisco e a chapada Diamantina (1906)
O Tupi na geografia nacional (1901)
Atlas dos Estados Unidos do Brasil (1908)
Dicionário histórico, geográfico e etnográfico do Brasil (1922)
História da Fundação da Cidade do Salvador (póstumo).
Teodoro Sampaio faleceu no Rio de Janeiro, em 11 de outubro de 1937.
 
RUA TEODORO SAMPAIO - SÃO PAULO,SP.
ENTRADA DA CIDADE DE TEODORO SAMPAIO, BAHIA

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

OSCAR FREIRE DE CARVALHO


OSCAR FREIRE DE CARVALHO


 
 
 
 


Oscar Freire de Carvalho, mais conhecido como Oscar Freire, nasceu em Salvador, em 3 de outubro de 1882.
Em 1887, ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual recebeu o grau de doutor em Medicina, no ano de 1902.
No quinto e no sexto anos do curso médicos, foi Interno da 2ª cadeira de Clínica Cirúrgica (1900-1901).
Em 1907, foi nomeado, por concurso, Professor substituto da 4ª Seção, assim permanecendo até 1911.
Em 1911, passou a Professor extraordinário efetivo de Medicina Legal.
Em 1914, foi nomeado Professor ordinário da mesma cadeira e, no ano seguinte, logrou aprovação no concurso, para Professor catedrático de Medicina Legal, cargo que ocupou até 1922.
“Oscar Freire de Carvalho foi sucessor de Nina Rodrigues. Seu amigo, ex-aluno, estudioso das causas sociais com apresentação de trabalhos, ainda na vida acadêmica, sobre assuntos voltados para as causas ligadas à sociologia e ao direito penal, tais como:
- Conceito do aborto criminoso;
-Influência da religião na Criminalidade Brasileira.
Aluno dedicado, acompanhando de perto e com fidelidade, seu Mestre, Nina Rodrigues, fosse na sala de necropsias, nos laboratórios, na biblioteca ou nas aulas.
Com a irreparável perda do inesquecido Nina Rodrigues, em Paris, assumiu a Cátedra de Medicina Legal o Prof. Josino Cotias. No Rio de Janeiro, onde se encontrava, em busca de uma vaga para médico-legista, soube do lugar ocupado, então, pelo Prof. Josino Cotias que não tinha grande ligação com a Medicina Legal, Oscar Freire tornou à Bahia, cuidou de ordenar seus títulos e trabalhos e se fez Professor substituto da 4ª Seção, em 1907. Professor efetivo de Medicina Legal em 1911. Ao lado de Alfredo Brito, Diretor da Faculdade, e com a ajuda de Josino Cotias, pôs em execução o plano do grande Nina que era a construção de um Instituto Legal, seu grande sonho, onde as perícias médico-legais pudessem ser executadas corretamente, para atender aos reclamos da polícia e da justiça” (1).
Na Escola Politécnica da Bahia, foi Professor catedrático de História Natural e de Química.
Em 1911, assumiu a direção do Instituto Nina Rodrigues.
Em 1918, transferiu-se para São Paulo, onde ocupou a cátedra e passou a dirigir a Medicina Legal do estado.
“Eram de tal modo reconhecidos os seus méritos, que o Governo do Estado de São Paulo dirigiu ao eminente professor baiano um honroso convite para lecionar a cadeira de Medicina Legal, no referido Estado (1918)” (2).
Fundou a Sociedade de Medicina Legal e Criminologia de São Paulo, idealizou e construiu o Instituto Médico-Legal e criou o primeiro curso de Deontologia Médica do Brasil.
Em 11 de janeiro de 1911, aos quarenta e um anos de idade, faleceu em São Paulo. Seu corpo, embalsamado, acompanhado por Professores da Faculdade de Medicina de São Paulo, chegou à Bahia e foi sepultado em Salvador, onde recebeu as homenagens devidas a um luminar da medicina brasileira.
 
                                                             
 

INSTITUTO OSCAR FREIRE
FACULDADE DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE  DE SÃO PAULO
 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

ERNESTO CARNEIRO RIBEIRO



ERNESTO CARNEIRO RIBEIRO

 




Nasceu em Itaparica, no dia 12 de setembro de 1839.

Em sua cidade natal, aprendeu os primeiros fundamentos educacionais.

Em Salvador, no Liceu Provincial, realizou os estudos preparatórios.

Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, pela qual diplomou-se em 1864.

Ainda estudante, dedicou-se ao magistério, ensinando no Ginásio Baiano (de Abílio César Borges) e em outros estabelecimentos de ensino.

Em 1874, fundou o Colégio da Bahia, o qual, durante quase dez anos, prestou grande serviço à mocidade baiana.

Médico, homem de letras, filólogo de grandes conhecimentos, e educador, foi pioneiro, no Brasil, de uma gramática fundamentada na “língua falada”.

Em 1871, depois de haver realizado concurso para professor de língua francesa no Liceu Provincial, candidatou-se à cadeira de Gramática Filosófica, sendo aprovado, após brilhante parecer da banca examinadora.

Em 1874, fundou o “Ginásio Carneiro Ribeiro”, do qual foi diretor por cerca de trinta e seis anos. Seus filhos o sucederam, dando continuidade ao famoso educandário.

Entre seus alunos famosos, destacamos Ruy Barbosa, Euclides da Cunha e Rodrigues Lima.

Em 1890, publicou o seu famoso “Serões Gramaticais”, obra monumental que honra a língua portuguesa.

“No ano de 1902, Carneiro Ribeiro foi incumbido foi incumbido, por J. J. Seabra, de realizar a revisão do Projeto de Código Civil, apresentado por Clóvis Beviláqua que pela primeira vez iria viger no Brasil - então regido por antigas e esparsas leis das Ordenações. Para tanto, foi-lhe dado o prazo de apenas quatro dias - que cumpriu, de forma lapidar.

Por razões políticas - Seabra era antigo desafeto e adversário político, na Bahia - Ruy Barbosa engendrou ali uma importante polêmica, que serviu para revelar o profundo conhecimento filológico de Carneiro Ribeiro, refutando as críticas do ex-aluno

O estudioso expôs e defendeu a normatização de peculiaridades do idioma português, falado no Brasil - diferente das gramáticas então existentes - sendo neste particular o pioneiro no país” .

Carneiro Ribeiro e Ruy Barbosa travaram longo e acalorado debate, onde houve réplica e tréplica, sendo o assunto comentado em todo o país.

“O grande mestre e educador baiano não fez mais, em toda a sua existência, que justificar o conceito de Spencer: preparar os indivíduos para os deveres da vida. Porque, além de ser mestre da inteligência, foi, ao mesmo tempo, lapidário das almas em formação, com os seus ensinamentos, com o seu apostolado, com o seu exemplo, com a sua vida toda dedicada à luta pelo ensino e à prática das mais alevantadas ações” .

Faleceu em sua terra natal, em 13 de novembro de 1920, com oitenta e um anos de idade.

JOSÉ MARCELINO DE SOUZA


JOSÉ MARCELINO DE SOUZA




 

José Marcelino de Souza nasceu no dia 15 de outubro de 1848, em São Felipe.
Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito do Recife, no ano de 1870.
No ano seguinte foi nomeado Promotor da comarca de Itapicuru, e depois da comarca de Nazaré (onde assumiu, em 1873, as funções de juiz).
Foi eleito senador estadual no ano de 1891, logo após a proclamação da República.
Depois, foi eleito governador do Estado.
Sua administração foi marcada pelo conflito com o Poder Judiciário, fato ocorrido em decorrência da negativa de seu chefe de Polícia, Aurelino Leal, em cumprir um habeus corpus concedido pelo Tribunal de Justiça.
Em 13 de outubro de 1905, sofreu um atentado provocado, segundo alguns, pelo senador estadual José de Aquino Tanajura,  que negou veementemente ter praticado tal desatino.
Tomou um empréstimo da ordem de um milão de libras esterlinas, conseguindo assim regularizar a folha dos funcionários do Estado, então com oito meses de atraso.
Construiu 78 quilômetros de vias férreas, estadualizou a estrada de ferro de Nazaré, comprou a companhia Navegação Baiana e desenvolveu a navegação fluvial.
Estadualizou, em 1904, a Imperial Escola Agrícola da Bahia, criada em 1875 pelo Imperador Pedro II (hoje Escola de Agronomia da Universidade Federal da Bahia), transformando-a em um Instituto Agrícola, com um curso para instrução de fazendeiros, agricultores e criadores, um curso para trabalhadores rurais, uma estação agronômica e um posto zootécnico.
Para o referido Instituto Agrícola trouxe da Europa Léo Zehntner, que acabara de realizar estudos sobre culturas tropicais em Java, na Indonésia.
José Marcelino não concluiu seu mandato. Antes do término, viajou para o Rio de Janeiro, deixando o governo da Bahia nas mãos do cônego José Cupertino de Lacerda, então presidente do Senado Estadual, e seu substituto legal.
Foi eleito Senador e, no exercício do cargo de Senador, faleceu no Rio de Janeiro, no dia 26 de abril de 1917.
 

VIRGÍLIO CLÍMACO DAMÁSIO





VIRGÍLIO CLÍMACO DAMÁSIO
 

Nasceu em Itaparica, no dia 21 de janeiro de 1838. Ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia em 1854, tendo por ela colado o grau de doutor em Medicina, em 1859.
Dentre seus colegas de turma, destacamos Domingos Carlos da Silva e Joaquim Augusto Muniz Barreto. O primeiro, foi Professor catedrático de Patologia Externa, foi o memorialista de 1874 e participou ativamente da Guerra do Paraguai. O segundo, foi o único estudante de medicina que mereceu elogio do Imperador, quando da visita imperial à Bahia, em 1859 (6).
A tese inaugural de Virgílio Damásio versou sobre o emprego terapêutico da eletricidade, e do galvanismo.
Em 1862, foi Opositor, por concurso, da Seção de Ciências Acessórias. Em 1876, Lente, por concurso, de Química e Mineralogia. Em 1882 requereu, e obteve, sua transferência para a cadeira de Medicina Legal.
Em 1883 a 1885, realizou viagem de estudos à Europa. Em seu regresso, apresentou valioso relatório sobre a organização do ensino médico nas principais Faculdades de Medicina da Europa, sobretudo da Alemanha. “Uma das causas, diz ele, da solidez e perdurabilidade do sistema universitário alemão, e que é um dos estímulos poderosos de sua uberdade científica, é a sua franca, mas bem entendida liberdade de aprender e ensinar, a sua “Lern und Lehrfreiheit” .
Na vida político-partidária, teve atuação de relevo. Foi o primeiro Governador da Bahia, embora tenha exercido o cargo por cinco dias; membro da Assembléia Constituinte Nacional e Senador Federal (cargo que exerceu durante 18 anos).
Ao Conselheiro Virgílio Damásio coube a glória de dar nova e fecunda orientação aos estudos da Medicina Legal em nosso meio. Suas diretrizes no ensino exerceram bastante influência sobre os eminentes professores Nina Rodrigues e Oscar Freire. Os nomes desses três cientistas constituem um dos maiores motivos de justo orgulho para a Medicina Legal brasileira do passado. Republicano histórico,dirigiu (embora por pouco tempo) com reconhecido espírito progressista os destinos da sua terra numa fase política decisiva. Parlamentar indefesso da mesma forma sempre se mostrou, em servir à Pátria e à liberdade. O fato seguinte, narrado em palestra pelo ilustre Desembargador João Sales Moniz, é um atestado de bravura do notável mestre: Silva Jardim, na sua propaganda republicana, ao desembarcar nesta Cidade do Salvador, foi obrigado, pelas autoridades, a subir a antiga ladeira do Taboão(atual Silva Jardim) para chegar à Cidade Alta. Ao passar pela referida rua houve uma agressão, sendo feridas várias pessoas, inclusive o Cons. Virgílio Damásio, que, com o próprio sangue, escreveu um cartão de protesto ao então Presidente da Província” (5).
O grande brasileiro faleceu em 21 de novembro de 1913, deixando seu nome gravado na História da Bahia.
 

MILTON SANTOS


MILTON SANTOS

 

Milton Almeida dos Santos, mais conhecido como Milton Santos, geógrafo de renome internacional, nasceu em Brotas de Macaúbas, no dia 3 de maio de 1926.
Ainda criança, migrou para outras cidades do interior baiano, tais como Ubaita e Alcobaça, antes de se fixar em Salvador.
Foi alfabetinzado em Alcobaça, onde aprendeu a lingua francesa.
Aos 13 anos de idade era professor particular de matemática no ginásio onde estudava, o Instituto Baiano de Ensino.
Aos 15 anos, lecionou geografia e, aos 18, prestou vestibular para a Faculdade de Direito da Bahia.
Como estudante secundário e universitário, foi líder de grande prestígio.
Formado em direito, prestou concurso para professor catedrático de geografia no Colégio Municipal de Ilheus, onde, a além de professor, foi jornalista e grande amigo dos políticos locais.
Em Ilhéus publicou “Zona do Cacau”, livro posteriormente incluído na Coleção Brasiliana.
Em 1958, concluiu o doutorado na Universidade de Strasburgo, na França.
Ao regressar para a Bahia, criou o Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais e desenvolveu intensa atividade jornalística e política em Salvador.
Em 1961 foi nomeado pelo presidente Jânio Quadros para a subchefia do Gabinete Civil da Presidência da República, ocasião em que viajou para Cuba com a comitiva presidencial.
Em virtude de suas atividades políticas, cumpriu seis meses de prisão domiciliar, após o que foi exilado para Toulouse, na França.
De Toulouse emigrou para Bordeaux, fixando-se finalmente em Paris, onde foi diretor de pesquisa e planejamento urbano e professor da  Sorbone.
Permaneceu em Paris até 1971, quando se mudou para o Canadá e, depois, para os Estados Unidos. No Canadá, trabalhou na Universidade de Toronto. Nos Estados Unidos, para onde foi a convite, foi pesquisador no Massachusetts Institute of Techonology (o famoso MIT) e trabalhou com Noam Chommsky.
Durante sua permanência no MIT, realizou sua grande obra “O Espaço Dividido”.
Dos Estados Unidos passou para a Venezuela, onde foi diretor de pesquisa sobre planejamento da urbanização  do país para um programa da Orgnização das Nações Unidas (ONU).
Depois, foi para o Peru, onde foi contratado pela Faculdade de Engenharia de Lima e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), para elaborar um trabalho sobre a probresa urbana na América Latina.
Concluídas suas atividades no Peru, foi convidado para ensinar no University College de Londres, o que não possível, porque lhe impuseram dificuldades raciais.
Regressou para Paris e ali foi chamado para a Venezuela, onde lecionou na Faculdade de Economia da Universidade Central.
Da Venezuela foi para Tanzânia, onde demorou dois anos e organizou a pós-graduação em Geografia da Universidade de Dar es Salaam.
Dois anos depois, passou pela Universidade de Colúmbia, em Nova York.
Convidado para lecionar na Universidade de Campinas, regressou para o Brasil.
Ensinou, também na Universidade Federal do Rio de Janeiro, na Universidade Católica de Salvador  e na Universidade de São Paulo.
Milton Santos é Doutor Honoris causa das seguintes universidades:
Universidade de Toulouse, França, 1980
Universidade de Brasília,Brasília, 1999
 
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